Renato Sanches alinhou em 15 jogos pelo Swansea |
Quando o Bayern
Munique contratou Renato
Sanches ainda antes do Euro 2016 por 35 milhões de euros, apanhou toda a gente
de surpresa. Não era de um clube com uma filosofia pouco esbanjadora que se
esperava o pagamento de uma verba tão elevada por um
jovem jogador que deu provas de qualidade em Portugal e na Europa durante cerca
de meio ano.
Não é comum. Os
clubes alemães, mesmo o colosso da Baviera, não são de entrar em loucuras.
Apostam na prata da casa e são assertivos nos investimentos mais avultados, privilegiando
futebolistas já com alguma tarimba e com o intuito de entrar de caras no onze
inicial.
A contratação de
Renato
Sanches foi uma exceção à regra, até porque quem tem Xabi
Alonso, Thiago Alcântara, Arturo Vidal, Javi Martínez e eventualmente David
Alaba ou Thomas Muller para a mesma posição e costuma vencer confortavelmente o
campeonato, não tinha qualquer necessidade de o fazer.
A primeira época
do jovem
médio português, já se esperava, seria em grande parte passada no banco de
suplentes. Não por falta de qualidade, mas pela ferocidade da concorrência. E o
desfecho da segunda temporada do ex-benfiquista
começou a ser desenhado com o investimento na contratação de Corentin Tolisso e
Sebastian Rudy, dois centrocampistas. O empréstimo era inevitável, e foi o que
acabou por se verificar, mas nuns moldes que em nada combinam no rigor,
calculismo e precisão a que associamos o modus
operandi alemão.
Primeiro, porque Renato
ainda foi utilizado 36 minutos pelo Bayern na Supertaça da Alemanha, o que
desde logo lhe limitou o que restava de 2017/18: ficou a poder jogar apenas por
mais um clube.
Depois, pelo emblema escolhido, o Swansea. A Premier League
seria, de facto, um contexto bastante interessante para o desenvolvimento do
jogador, independentemente se a equipa em causa lutava pela permanência – na
liga inglesa, qualquer formação com grandes craques pode descer. Como em todos
os casos, o atleta estava sujeito à possibilidade de inadaptação ao futebol
britânico, o que até veio a acontecer, mas sobretudo à falta de adaptação ao
local. Afinal, o clube está sediado no País de Gales, onde há um dialeto que
pouco ou nada tem a ver com o idioma inglês. Ou seja, demasiadas mudanças
radicais em tão curto espaço de tempo para um pós-adolescente.
O ideal, se o Bayern fizesse questão de ver Renato
reaparecer no plantel em 2018/19 mais preparado do que nunca para ser uma peça
importante, teria sido o desenvolvimento do jogador num contexto que se
aproximasse mais do da casa-mãe. Era preciso ter em conta que a Alemanha não é
certamente um país de adaptação fácil para um jovem luso-africano de 19 ou 20
anos. O idioma, o clima, a cultura, a mentalidade e até o futebol são bastante
diferentes do que encontrava em Portugal. Retê-lo na Bundesliga, fazendo-o
rodar num clube de dimensão média-alta, teria sido a forma mais adequada de
acelerar – ou pelo menos não retardar… - a adaptação global à nova realidade e
de acompanhá-lo de perto.
Bons clubes para o receber não faltavam, mas tal não
sucedeu. Agora, após dois anos praticamente deitados fora, começa a fazer
sentido o regresso à estaca zero, que é como quem diz: o regresso ao Benfica.
Estamos esperando comentários sobre o "sucesso" de João Mário na Itália, (dito sem animosisade alguma contra este atleta que eu veria bem nos quadros do Benfica...). Dois anos depois, as "pernas" de Renato Sanches continuam a servir de tema, e até culpas são atribuídas a esses "grandes amadores" em contratações, que fazem parte do Bayern de Munique. Sem tardar...aguarda-se a "violência" do Rubén Dias ?!?!?!
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