Taça de Portugal | Marítimo 2-1 Benfica

O Marítimo venceu esta noite o Benfica por 2-1, no Estádio dos Barreiros, garantido assim a qualificação para os quartos-de-final da Taça de Portugal.



Eis a constituição das equipas:

Marítimo

O Marítimo está a ser a grande sensação da Liga ZON Sagres. Depois de temporadas em que esteve no campeonato de uma forma bastante discreta, sempre nos seus lugares habituais, em 2011/2012 ocupa actualmente o 4º lugar, a um ponto do 3º e a cinco da liderança, não perdendo há nove jogos na competição, e há treze em termos gerais!
Na Taça de Portugal já eliminou o Beira-Mar e o Juventude de Évora, ambos por 1-0 e no terreno do adversário.
A estrela da companhia é Baba, um ponta-de-lança senegalês de 23 anos que é o melhor marcador do principal escalão do futebol português com 9 golos.
As principais ausências para este jogo são Robson e Pouga (lesionados) e o internacional sub-21 português Rúben Ferreira (castigado).

Benfica

O Benfica ainda não perdeu qualquer jogo esta temporada em qualquer competição, e após eliminarem o Portimonense e a Naval, procuram agora afastarem os insulares da Taça de Portugal.
Em relação ao onze que defrontou o Sporting, saem Cardozo (castigado) e Artur Moraes, Maxi Pereira, Javi Garcia, Bruno César e Aimar (opção) e entram Rodrigo, Eduardo, Ruben Amorim, Matic, Nolito e Saviola para os seus lugares.
Luisão e Enzo Pérez continuam lesionados.


O jogo começou com ligeiro ascendente dos lisboetas, e logo aos 7’, Rodrigo num remate de pé esquerdo em jeito obriga Ricardo a uma boa defesa.

O Marítimo entretanto foi equilibrando e até conseguindo superiorizar-se em alguns momentos mas foram os encarnados a marcar. Aos 25’, Nolito entra na área e o árbitro entende que foi derrubado a meias por João Guilherme e Briguel. Na conversão da grande penalidade Saviola fez o 0-1.

Até ao intervalo, não houve grandes ocasiões para o resultado poder sofrer alterações. O Benfica, em vantagem, e com jogadores habitualmente de segunda linha tentava sobretudo circular a bola tranquilamente, arrefecendo o ritmo, adormecendo os insulares para que não se tornassem tão pressionantes, algo a que se estava assistir, apesar dos madeirenses esboçarem sempre uma reacção de forma a mudar o rumo dos acontecimentos.

Na segunda metade, os comandados por Jorge Jesus estiveram perto de marcar logo no recomeço, quando Rodrigo se isola mas depois perde espaço para um defesa do Marítimo que o conseguiu alcançar e em esforço rematou ao lado.

Na resposta, poucos minutos depois, na sequência de um cruzamento pela esquerda, Baba tem uma recepção de bola algo deficiente mas o esférico sobrou para Danilo Dias que da marca de “penalty” rematou para grande defesa de Eduardo.

À passagem da hora de jogo, quando nada o fazia prever, Roberto Sousa de muito longe remata forte e faz um golo fantástico, acertando mesmo no ângulo superior direito da baliza do Benfica.

Aos 64’, foi a vez de Heldon aparecer com perigo na área benfiquista, mas mais uma vez guarda-redes internacional português estava no caminho da bola.

Seis minutos depois, Roberto Sousa picou a bola e fez um grande passe para Sami que se antecipou aos defesas dos vice-campeões nacionais e fez um chapéu a Eduardo colocando os insulares em vantagem pela primeira vez na partida.

A formação lisboeta reagiu ao golo sofrido e já com Pablo Aimar em campo tentou dar a volta aos acontecimentos logo de seguida. Primeiro, após cruzamento de Nico Gaitán pela direita, o argentino desviou de cabeça para novo cabeceamento, mas desta de Rodrigo, que passou ao lado. Depois, foi a vez de Nolito, que a passe de ‘Pablito’ flectiu da esquerda para o centro rematou em jeito para uma grande defesa de Ricardo.
Mais tarde, a cinco minutos do fim, na sequência de um canto marcado por Gaitán, ‘El Mago” de primeira mas já em desequilíbrio atirou ao lado.

Já nos descontos, Nélson Oliveira rematou de longe de pé esquerdo mas o guarda-redes marítimista esteve à altura e sacudiu para canto.


O resultado não sofreu alterações e acabou por ser justo. O Marítimo não tem jogadores da qualidade dos seus adversários, mas nunca se deixou dominar, reagiu bem quando esteve em desvantagem (através de uma grande penalidade bastante discutível) e com as suas armas conseguiu dar a volta ao jogo com dois grandes golos, confirmando ser a grande sensação da Liga, fazendo agora também um brilharete na Taça, eliminando o Benfica (já tinha vencido o Sporting em Alvalade para o campeonato em Agosto).

Fazendo uma análise às equipas, além daquilo que disse em cima, é preciso acrescentar que os madeirenses tiveram muito coração e sobretudo cabeça. É difícil apontar um especial erro táctico a cada um dos jogadores, tal como em termos de empenho. Como a qualidade também existe, houve engenho e arte para vencer mais uma vez um grande do futebol português.
Ricardo é habitual suplente na Liga mas foi decisivo nesta partida, à defesa também pouco mais se poderia pedir.
No meio-campo, é preciso destacar sobretudo Roberto Sousa, que foi o homem do jogo, pois para além de uma boa exibição em termos globais, fez o primeiro golo e a assistência para o segundo.
Em relação aos atacantes, Sami fez o golo da vitória e deu que fazer a Ruben Amorim no lado esquerdo, Danilo Dias esteve mais discreto, e Baba, o melhor marcador dos insulares, não marcou desta vez, mas também foi importante na circulação de bola e diga-se de passagem que também não teve grandes oportunidades.

Em relação ao Benfica, nunca conseguiu superiorizar-se em absoluto, esteve melhor na primeira parte mas ofereceu a segunda ao adversário.
Nos últimos minutos, com a entrada de Aimar, viu-se uma boa reacção, embora não tenha sido um “forcing” digno de um candidato a vencer a Taça.
Eduardo teve algumas boas intervenções, ainda que tenha estado adiantado em ambos os golos.
Ruben Amorim não é mau jogador mas entre ele e Maxi a diferença é da noite para o dia. Se o uruguaio na semana passada secou Diego Capel que é só dos melhores jogadores a actuar em Portugal, e ainda tem a capacidade de subir pelo flanco com qualidade, o português não conseguiu travar Sami, é demasiado certinho na forma de jogar, não é tão explosivo nem rápido, e foram várias as vezes em que não conseguiu recuperar das suas subidas.
Os centrais até não estiveram mal, mas revelaram-se lentos em algumas situações, entre as quais o segundo golo do Marítimo. Emerson esteve ao seu nível habitual.
No meio-campo, Matic é melhor tecnicamente mas não é tão forte a defender como Javi Garcia e isso é notório, Witsel não fez das suas melhores exibições, tal como Gaitán e Nolito, ainda que o espanhol tenha sabido ganhar muito bem uma grande penalidade.
Saviola marcou o golo e pouco mais, e Rodrigo ainda teve um par de situações em que podia ter marcado mas ficou em branco.
Em relação aos suplentes, Pablo Aimar mexeu no jogo e foi com ele em campo que o Benfica conseguiu ser mais perigoso, Nélson Oliveira fez um grande remate a cinco minutos do fim e Maxi não entrou a tempo de fazer algo.


Com esta vitória, o Marítimo qualifica-se para os quartos-de-final da Taça de Portugal, onde irá jogar com o vencedor do Sporting – Belenenses, que se disputada segunda-feira.