segunda-feira, 29 de abril de 2024

“Tenho um boneco com a cara do Maradona em casa e todos os dias lhe espeto um alfinete”. O outro lado do Golo do Século

Butcher não conseguiu impedir Maradona de marcar
O Argentina-Inglaterra do Mundial 1986, disputado a 22 de junho desse ano no Estádio Azteca, no México, é um dos jogos mais míticos do futebol mundial. Aos 51 minutos, Diego Maradona adianta a seleção albiceleste com um golo marcado com a mão, que ficou celebrizado como a “Mão de Deus”. Quatro minutos depois, Maradona percorreu 60 metros com a bola controlada, tocou-lhe 12 vezes, passou por seis adversários e aumentou a vantagem para 2-0.
 
Embora tivesse recebido a bola ainda no meio-campo defensivo, onde rodopiou sobre si próprio no início de um balizado que só se haveria de ser concluir na área adversária. Há quem tivesse, em jeito de brincadeira, reclamado méritos, nomeadamente quem passou a bola a El Pibe, o médio Hector Enrique. “Depois daquele passe de qualidade, difícil era o Maradona não fazer golo”, atirou.
 
Do outro lado da história ficaram os ingleses Peter Beardsley, Peter Reid, Terry Fenwick, Terry Butcher e o guarda-redes Peter Shilton, por quem Maradona passou como que faca quente em manteiga.

 
Porém, Butcher teve a agravante de ser driblado por duas vezes nessa jogada que culminou no “Golo do Século”. Uma mancha muito grande no currículo de um central muito duro, tão duro que, quando procuramos o seu nome no Google, uma das primeiras imagens que aparecem é dele manchado de sangue. Ficou conhecido como o “carniceiro”, mas naquele lance do Argentina-Inglaterra passou de predador a presa. Não foi fácil de lidar com aquele golo para o central inglês: “Tenho um boneco com a cara do Maradona e todos os dias lhe espete um alfinete. Não preciso de psiquiatras.”
 
 
 
 

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