Quando a Roménia eliminou a Argentina e ficou a onze metros das meias-finais do Mundial
Roménia atingiu os quartos nos Estados Unidos em 1994
A Roménia
mostrou ao que ia ainda na segunda metade dos anos 1980, quando o Steaua
Bucareste se sagrou campeão europeu em 1985-86 e foi vice-campeão
continental em 1988-89. No entanto, foi necessário esperar até 1994 para ver repercussões desse período áureo ao nível da seleção
nacional.
É verdade que os tricolores
já tinham atingido os oitavos de final no Itália 1990, mas foi nos Estados
Unidos, quatro anos depois, que foram mais longe. Chegaram aos quartos e
estiveram a um pequeno passo (de onze metros) das meias-finais. Era a seleção capitaneada e
liderada futebolisticamente por Gheorghe
Hagi, que na altura até competia na Série B italiana, ao serviço do
Brescia. Depois havia um conjunto de jogadores a atuar em alguns dos principais
campeonatos europeus, como o defesa Dan Petrescu (Génova), os médios Gheorghe
Popescu (PSV)
e Ioan Lupescu (Bayer Leverkusen) e o avançado Florin Răducioiu (AC
Milan). Também havia Nică Panduru, médio ofensivo que estava no Steaua
e viria a representar Benfica,
FC
Porto e Salgueiros. Num grupo sem qualquer tubarão,
os romenos
comandados por Anghel Iordănescu começaram por bater a Colômbia de Carlos
Valderrama e Faustino Asprilla no Rose Bowl, em Los Angeles, por 3-1, com bis
de Răducioiu e um (grande) golo de Hagi.
Seguiu-se uma pesada derrota aos
pés da Suíça
perto de Detroit (1-4), apenas um acidente de percalço para uma Roménia
que carimbou o apuramento para os oitavos de final e o primeiro lugar no grupo
ao bater a seleção anfitriã, novamente no Rose Bowl, graças a um golo solitário
de Petrescu (18’).
O Rose Bowl voltou a funcionar
como amuleto da sorte nos oitavos de final, quando do outro lado estava a favorita
Argentina de Fernando Redondo e Gabriel Batistuta, entre outros, mas que
vivia na ressada do controlo antidoping positivo de Diego
Maradona. Os romenos
estiveram quase sempre em vantagem, pois Ilie Dumitrescu inaugurou o marcador
aos onze minutos e devolvem a vantagem aos 18’ depois de Batistuta ter empatado
na conversão de uma grande penalidade (16’). No segundo tempo Hagi
fez o 3-1 pouco antes da hora de jogo (58’) e o melhor que a seleção
albiceleste conseguiu foi reduzir a diferença, por Balbo, a um quarto de hora
do fim (75’).
Eliminada uma das favoritas, a Suécia
foi a adversária que se seguiu para a Roménia,
nos quartos de final, mas longe do Rose Bowl, em Stanford. Se Brolin adiantou
os nórdicos aos 78 minutos, Rǎducioiu empatou aos 88’ e deu vantagem aos tricolores
ainda na primeira parte do prolongamento (101’). Contudo, Kennet Andersson
atirou a decisão para o desempate por grandes penalidades (105’). A Roménia
até começou melhor, pois o sueco Mild desperdiçou o primeiro penálti, mas Petrescu
e depois Belodedici também falharam grandes penalidades, ao passo que a Suécia
nunca mais falhou, vencendo por 5-4.
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