Mantorras alvo de marcação apertada por parte de Alexandre |
Recordar o primeiro jogo entre Benfica
e Varzim de que me lembro é como recuar à infância, à noite de verão de 11 de
agosto de 2001, quando eu e o meu pai nos deslocámos a um café perto do Convento
Madre de Deus da Verderena, no Barreiro, para assistirmos a esse encontro da 1.ª
jornada da I
Liga. Na altura, eu tinha apenas nove anos.
À procura de retomar o caminho
dos títulos ou pelo menos das classificações honrosas, as águias
comandadas por Toni vinham de uma pré-época recheada de bons resultados que
contemplavam vitórias sobre Bastia, Galatasaray, Feyenoord e Fiorentina, assim
como uma goleada por 13-0 ao modesto Gland durante o estágio na Suíça. A
qualidade de alguns dos reforços também entusiasmava, como Zlatko Zahovič,
Simão Sabrosa, Ljubinko Drulović e Pedro Mantorras. E depois vivemos num país
em que cada bom momento do Benfica
é empolado para um nível que muitas vezes desafia a razoabilidade.
O recém-promovido Varzim,
orientado por Rogério Gonçalves e que apresentava como futebolista mais
mediático o guarda-redes Hilário, aparentava não ser um osso duro de roer para
o novo Benfica,
o que parecia confirmar-se nos primeiros 50 minutos de jogo.
À passagem do quarto de hora, os encarnados
abriram o ativo, por Zahovic, através de um remate à entrada da área a passe de
Mantorras. Diria até que foi um golo típico do médio ofensivo esloveno: à
entrada da área, forte e colocado, de pé esquerdo e com a bola a embater no
relvado antes de beijar o fundo das redes.
No início do segundo tempo, o Benfica
chegou àquele que aparentava ser o golo da tranquilidade, com Fernando Meira a
surgir ao segundo poste a finalizar na sequência de um livre de Drulovic
executado a partir da meia esquerda (47’).
No entanto, a partir daí o conjunto
lisboeta eclipsou-se. À hora de jogo, Pesaresi deu uma chapada em Fumo, na
área benfiquista,
e não só foi expulso como a agressão resultou numa grande penalidade favorável
ao Varzim, que o russo Dimitry Prokopenko desperdiçou, ao acertar na trave.
Mas os poveiros continuaram a insistir
no ataque e reduziram a desvantagem aos 83’, por Fumo, a passe de Gilmar. Aos
90+5’ os encarnados
ficaram a jogar com nove, devido à expulsão de Hugo Porfírio devido a entrada por
trás sobre Mendonça, e no minuto seguinte sofreram o golo do empate, um
autogolo de Cabral, no seguimento de um cruzamento de Mendonça.
“Afinal, este novo Benfica
tem defeitos antigos. A ganhar por duas bolas, a turma da Luz não aguentou a
reação do Varzim e, com duas expulsões à mistura, acabou por sofrer o empate,
já no período de compensação. Um golpe muito duro para quem queria começar em
grande, mas ao mesmo tempo um castigo justo. Pesaresi e Porfírio não tiveram
cabeça e os lances que protagonizaram e que ditaram as respetivas expulsões são
altamente condenáveis. Foi intenso, deveras intenso, o jogo da noite de sábado.
Se a primeira parte foi calma, a segunda foi um ver se te avias em termos de
casos e incidentes. Pelo meio, sem culpa nenhuma dos males alheios, emergiu o
Varzim e um jovem de nome Fumo, que esteve na origem da reviravolta: sofreu um
penalty, marcou um golo e com Mendonça fabricou o autogolo de Cabral”, escreveu
o Record.
No jogo da segunda volta, na Luz,
o Varzim foi para intervalo a fazer por 0-2, mas foi derrotado por 3-2. Confesso
não me recordar desse encontro.
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