terça-feira, 10 de janeiro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Benfica e Varzim

Mantorras alvo de marcação apertada por parte de Alexandre
Recordar o primeiro jogo entre Benfica e Varzim de que me lembro é como recuar à infância, à noite de verão de 11 de agosto de 2001, quando eu e o meu pai nos deslocámos a um café perto do Convento Madre de Deus da Verderena, no Barreiro, para assistirmos a esse encontro da 1.ª jornada da I Liga. Na altura, eu tinha apenas nove anos.
 
À procura de retomar o caminho dos títulos ou pelo menos das classificações honrosas, as águias comandadas por Toni vinham de uma pré-época recheada de bons resultados que contemplavam vitórias sobre Bastia, Galatasaray, Feyenoord e Fiorentina, assim como uma goleada por 13-0 ao modesto Gland durante o estágio na Suíça. A qualidade de alguns dos reforços também entusiasmava, como Zlatko Zahovič, Simão Sabrosa, Ljubinko Drulović e Pedro Mantorras. E depois vivemos num país em que cada bom momento do Benfica é empolado para um nível que muitas vezes desafia a razoabilidade.
 



O recém-promovido Varzim, orientado por Rogério Gonçalves e que apresentava como futebolista mais mediático o guarda-redes Hilário, aparentava não ser um osso duro de roer para o novo Benfica, o que parecia confirmar-se nos primeiros 50 minutos de jogo.
 
À passagem do quarto de hora, os encarnados abriram o ativo, por Zahovic, através de um remate à entrada da área a passe de Mantorras. Diria até que foi um golo típico do médio ofensivo esloveno: à entrada da área, forte e colocado, de pé esquerdo e com a bola a embater no relvado antes de beijar o fundo das redes.
 
No início do segundo tempo, o Benfica chegou àquele que aparentava ser o golo da tranquilidade, com Fernando Meira a surgir ao segundo poste a finalizar na sequência de um livre de Drulovic executado a partir da meia esquerda (47’).
 
No entanto, a partir daí o conjunto lisboeta eclipsou-se. À hora de jogo, Pesaresi deu uma chapada em Fumo, na área benfiquista, e não só foi expulso como a agressão resultou numa grande penalidade favorável ao Varzim, que o russo Dimitry Prokopenko desperdiçou, ao acertar na trave.
 
Mas os poveiros continuaram a insistir no ataque e reduziram a desvantagem aos 83’, por Fumo, a passe de Gilmar. Aos 90+5’ os encarnados ficaram a jogar com nove, devido à expulsão de Hugo Porfírio devido a entrada por trás sobre Mendonça, e no minuto seguinte sofreram o golo do empate, um autogolo de Cabral, no seguimento de um cruzamento de Mendonça.
 
“Afinal, este novo Benfica tem defeitos antigos. A ganhar por duas bolas, a turma da Luz não aguentou a reação do Varzim e, com duas expulsões à mistura, acabou por sofrer o empate, já no período de compensação. Um golpe muito duro para quem queria começar em grande, mas ao mesmo tempo um castigo justo. Pesaresi e Porfírio não tiveram cabeça e os lances que protagonizaram e que ditaram as respetivas expulsões são altamente condenáveis. Foi intenso, deveras intenso, o jogo da noite de sábado. Se a primeira parte foi calma, a segunda foi um ver se te avias em termos de casos e incidentes. Pelo meio, sem culpa nenhuma dos males alheios, emergiu o Varzim e um jovem de nome Fumo, que esteve na origem da reviravolta: sofreu um penalty, marcou um golo e com Mendonça fabricou o autogolo de Cabral”, escreveu o Record.
 
 
 
No jogo da segunda volta, na Luz, o Varzim foi para intervalo a fazer por 0-2, mas foi derrotado por 3-2. Confesso não me recordar desse encontro.









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