A minha primeira memória de… um jogo entre Barcelona e Getafe

Alexis Sánchez bisou na receção ao Getafe em abril de 2012

Recordo-me de ter visto à posteriori o fantástico slalom de Lionel Messi frente ao Getafe nas meias-finais da Taça do Rei em 2007, mas a minha primeira verdadeira memória de um jogo entre o Barcelona e os azulones remonta a 2012, numa altura em que o campeonato espanhol estava ao rubro.

 

Depois de vários meses em que o Real Madrid de José Mourinho, Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão, Ricardo Carvalho e Pepe liderou a Liga Espanhola com uma margem confortável, o Barcelona de Pep Guardiola foi-se aproximando e conseguiu reduzir a desvantagem de dez para quatro pontos no espaço de poucas jornadas.

 

No início da 32.ª jornada, disputada a meio da semana, o Barça tinha a possibilidade de se colocar a apenas um ponto do rival, aumentando a pressão sobre os merengues. E nessa noite de 10 de abril de 2012, apesar de não poderem contar com os lesionados David Villa, Piqué, Daniel Alves, Afellay e Fontás nem com o castigado Fàbregas nem sequer com Abidal, que nesse dia tinha recebido um fígado novo, os catalães golearam em Camp Nou por 4-0.

 

O Getafe de Luis García, que tinha como principais figuras o guarda-redes espanhol Miguel Ángel Moyá, o central internacional argentino Cata Díaz e o ponta de lança internacional venezuelano Miku e até ocupava um lugar a meio da tabela, apenas conseguiu resistir durante 13 minutos, quando Alexis Sánchez inaugurou o marcador, a passe de Messi.

 

Em jogo de praticamente sentido único, os culé usufruíam de cerca de 75% de posse de bola à passagem da meia hora. Já depois do primeiro e praticamente único remate perigoso por parte do Getafe, por Ruben Pérez (28’), o Barça chegou ao 2-0 à beira do intervalo, por intermédio de Lionel Messi, após tabela fantástica com Iniesta – foi o 39.º golo do argentino no campeonato, em 32 jornadas.

 

No segundo tempo, os catalães continuaram dominantes, mas tiraram um pouco o pé do acelerador até aos últimos 20 minutos. Aos 73’, Alexis Sánchez cabeceou para o 3-0, na resposta a um cruzamento de Cuenca. E dois minutos depois, foi a vez de Pedro marcar de cabeça, na sequência de um livre lateral batido por Messi a partir da direita.

 

“Foi uma partida sem história, com apenas um sentido: uma equipa a jogar e outra a ver jogar. Certamente que para os amantes do futebol o relato dos acontecimentos não surpreende ninguém. Posse de bola a rondar os 75%, muito pendor ofensivo, trocas de bola sucessivas no meio-campo adversário, bastante mobilidade nos homens da frente, procura de espaços para criar situações de finalização e pressão muito intensa no momento da recuperação do esférico. O estilo de jogo dos catalães já não surpreende ninguém e todos o sabem de cor, mas poucas equipas o conseguem parar”, escrevi numa crónica sobre o jogo para este blogue.

 

 

Individualmente, destaquei a participação de Lionel Messi nos quatro golos, o bis de Alexis Sánchez e a exibição de Moyá, que apesar dos quatro golos sofridos impediu uma goleada com números históricos.