Há coisas que só os
anos de experiência podem dar e Diego Zaporo que o diga. Capitão e
goleador do Pinhalnovense
nesta que é a sua segunda passagem pelo clube, colmata a falta da
rapidez que denota aos 33 com um profundo conhecimento do jogo.
Este avançado brasileiro
que passou sem grande sucesso pela I Liga em 2006-07 ao serviço de
Vitória
de Setúbal e Beira-Mar é um exemplo de racionalização de
energia e de sabedoria no posicionamento, nas movimentações e nas
tomadas de decisão com bola.
Não há pedaço de relva
que ele desconheça na área do adversário. No alto do seu 1,89 m,
esconde-se atrás do central do lado oposto ao da bola e aparece-lhe
repentinamente à frente através de uma diagonal curta, que o coloca
em posição privilegiada para finalizar.
Dá a ideia de que
pressente onde a bola vai cair e ataca-a no local certo à hora certa
para a atirar para o fundo das redes. É o tal instinto goleador que
bafeja alguns e que no caso de Diego Zaporo se tem feito sentir mais
na vila de Pinhal Novo, no concelho de Palmela, do que em outro lado
qualquer. Afinal, este ponta de lança também passou por Olivais e
Moscavide, Torreense, União de Leiria, Mirandela, Caldas e
Vilafranquense nos relvados portugueses, mas é no Campo
Santos Jorge que brilha com mais intensidade: 18 golos em 2009-10
(com Paulo
Fonseca), 17 em 2018-19, 15 em 2017-18, nove em 2008-09 e, para
já, oito no campeonato (e 10 em todas as competições) nesta
temporada. É a jogar pelo Pinhalnovense
e no Campeonato de Portugal (ou na antiga II Divisão B) que se sente
como peixe na água.
Mas Diego Zaporo não se
limita a esperar na área pelos cruzamentos. Embora passe a
esmagadora maioria dos jogos a passo e outra parte significativa a
trote, à procura de gerir da melhor forma possível o esforço,
utiliza a qualidade dele no jogo aéreo para ganhar as primeiras
bolas na sequência de lançamentos laterais ou quando a equipa opta
por um futebol mais direto, dando sentido a um estilo a que os mais
puristas chamam de aleatório. Quando ganha uma bola pelo ar e
amortece de cabeça para um colega rematar, faz lembrar o papel de um
distribuidor numa equipa de voleibol.
Além disso, joga bem de
costas para a baliza, funcionando como um pivô que dá apoio frontal
aos companheiros durante a elaboração dos ataques, necessitando de
apenas um segundo e um ou dois toques para colocar a bola redondinha
e com critério num companheiro.
A forma simples mas
eficaz como desfruta do jogo é sem dúvida uma das razões pelas
quais o Pinhalnovense
de Luís Manuel ocupa neste momento um dos lugares cimeiros da Série
D do Campeonato de Portugal e a discutir uma vaga no playoff de
promoção à II Liga.
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