quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Não é por Artur Jorge que o Vitória FC não está mais acima

Artur Jorge (à direita) tem estado em bom plano pelo Vitória FC


Coincidência ou não, o defesa natural de Braga tem sido um dos elementos da equipa em melhor evidência, tendo ajudado os vitorianos a concluir quatro dos cinco primeiros jogos oficiais da temporada com a baliza inviolável. O único jogo em que a formação orientada por Sandro Mendes foi batida foi na deslocação ao Estádio do Dragão, de onde saiu goleada por 0-4.

Depois de ter iniciado a aventura no Bonfim tapado por Vasco Fernandes e Dankler, beneficiou da transferência do brasileiro para o futebol japonês para agarrar a titularidade. Hoje, também já sem o luso-guineense em Setúbal, é Artur Jorge o patrão da defesa do Vitória.

Aos 25 anos, o central atravessa um grande momento de forma, evidenciando qualidades em praticamente todos os parâmetros que são exigidos a um jogador da posição dele. Tem sido por demais evidente a forma como impõe o seu 1,86 m no futebol aéreo, o timing de desarme, a marcação apertada aos avançados contrários e a agilidade que exibe para fazer cortes providenciais.

Porém, esta descrição pode dar a entender que é um jogador demasiado físico, o que não é verdade. O ponto forte dele é o nível elevado de concentração que mantém ao longo dos 90 minutos, sempre à procura de comandar e estar alinhado com os restantes companheiros do setor, de ter os apoios bem colocados para proteger a profundidade e de ler bem o jogo na dimensão tempo-espaço. O que depois mostra em campo é apenas uma consequência desta postura, de uma condição física assinável e do conhecimento que tem do jogo, o que lhe permite ter consciência de quando deve matar uma jogada da equipa contrária através do recurso à falta.

E embora o Vitória não opte por um futebol apoiado, também tem sido visível a segurança e serenidade dele na saída de bola. Aliás, é através dele que a equipa sai mais vezes a jogar e raramente pelo companheiro de eixo defensivo Pirri, ainda que Artur Jorge acabe por soltar quase sempre a bola através de um passe longo, direto para os avançados, um dos princípios do modelo de jogo dos sadinos. Seria interessante vê-lo exprimir essa capacidade para sair a jogar numa equipa com uma ideia de jogo mais atrativa.

Com contrato até junho de 2021, o jogador formado no Sp. Braga e filho de um antigo central bracarense com o mesmo nome, é sem dúvida um dos principais ativos do Vitória e um futebolista a ter em conta para outros voos.























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