Óliver Torres assinou por cinco temporadas pelo Sevilha |
Quatro anos depois de
Julen Lopetegui ter feito Óliver
Torres mostrar o seu melhor futebol no FC Porto e sete anos
depois de terem conquistado juntos o Campeonato
da Europa de sub-19, treinador e jogador voltam a reencontrar-se
neste verão no Sevilha para redescobrirem a felicidade e recuperarem
protagonismo.
Após sete golos, 40
jogos e o prémio de jogador revelação da I Liga portuguesa em
2014-15, o médio voltou ao Dragão
duas épocas depois para voltar com o intuito de voltar a fazer uma
equipa desfrutar do seu futebol, mas só muito esporadicamente exibiu
o nível patenteado durante a primeira passagem pela Invicta.
Com Nuno Espírito Santo,
em 2016-17, foi titular indiscutível, mas pautou por desempenhos
aquém das expetativas. A seguir, com Sérgio
Conceição, tudo dava a entender para que o médio espanhol
fosse um elemento central na manobra ofensiva da equipa, com a missão
de ligar setores e corredores, e uma peça nuclear para a pressão
alta do bloco portista. Porém, não mostrou pedalada para as funções
e não conseguiu colocar a sua indiscutível qualidade técnica ao
serviço do coletivo, ao ponto de ter perdido rapidamente a
titularidade para Herrera, ter sido ultrapassado por Sérgio
Oliveira na hierarquia do meio-campo dos azuis e brancos e não
ter sequer chegado aos mil minutos no campeonato em 2017-18.
Na temporada transata,
durante alguns jogos parecia estar a emergir um novo Óliver:
mais intenso, rotativo, concentrado, mais capaz de gerir os ritmos do
jogo com bola e a tomar as melhores decisões. Aparentava ter
amadurecido nesses aspetos, com a qualidade técnica a vir ao de
cima, no passe e no transporte de bola. Também estava a correr mais,
a participar mais no momento defensivo, e as atentas bancadas do
Dragão
revelaram estar atentas, ao dirigir-lhe uma enorme ovação aquando
da saída de campo na vitória sobre o Lokomotiv (4-1) no início de
novembro.
Numa posição
ligeiramente nova, como segundo médio, muitas das vezes em linha com
Danilo Pereira e até mesmo mais recuado, como quando baixa até
entre os centrais para iniciar a construção de jogo. Depois, numa
fase mais adiantada dos ataques, procurava oferecer sempre uma linha
de passe aos companheiros e aparecer no último terço a chegar
desequilíbrios. Bem diferente das funções que tinha no 4x3x3 de
Julen Lopetegui, em que atuava como médio interior esquerdo ou a
extremo, o no 4x1x3x2 de Nuno Espírito Santo e dos primeiros tempos
de Sérgio
Conceição, em que aparecia como médio ofensivo.
Óliver parecia ser mais
um dos ressuscitados por Sérgio
Conceição, que já tinha dado novas vidas a Herrera, Brahimi,
Aboubakar e Marega, mas o protagonismo do centrocampista espanhol foi
sol de pouca dura. No início de dezembro, um mês depois de ter sido
ovacionado de pé pelo Dragão,
foi substituído ainda durante a primeira parte numa receção ao
Portimonense e ao intervalo na visita que se seguiu ao Santa Clara, o
que lhe ditou a perda da titularidade.
Nunca encaixou
verdadeiramente no futebol laborioso e muitas vezes pouco elaborado e
muito físico do FC Porto de Conceição,
mas a qualidade do espanhol não deixou de ser reconhecida. Teve
culpas no cartório, é verdade, mas tem-lhe faltado o contexto mais
adequado para se exprimir melhor com a bola nos pés. Sevilha e um
treinador que o conhece bem e que tem ideias tão fundamentalistas em
relação à posse de bola como principal príncipio do modelo de
jogo das suas equipas poderão ser o melhor cenário para voltar a
brilhar. Aos 24 anos, vai bem a tempo de relançar a carreira.
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