sábado, 20 de julho de 2019

Óliver reencontra Lopetegui em Sevilha para recuperar protagonismo

Óliver Torres assinou por cinco temporadas pelo Sevilha
Quatro anos depois de Julen Lopetegui ter feito Óliver Torres mostrar o seu melhor futebol no FC Porto e sete anos depois de terem conquistado juntos o Campeonato da Europa de sub-19, treinador e jogador voltam a reencontrar-se neste verão no Sevilha para redescobrirem a felicidade e recuperarem protagonismo.


Após sete golos, 40 jogos e o prémio de jogador revelação da I Liga portuguesa em 2014-15, o médio voltou ao Dragão duas épocas depois para voltar com o intuito de voltar a fazer uma equipa desfrutar do seu futebol, mas só muito esporadicamente exibiu o nível patenteado durante a primeira passagem pela Invicta.

Com Nuno Espírito Santo, em 2016-17, foi titular indiscutível, mas pautou por desempenhos aquém das expetativas. A seguir, com Sérgio Conceição, tudo dava a entender para que o médio espanhol fosse um elemento central na manobra ofensiva da equipa, com a missão de ligar setores e corredores, e uma peça nuclear para a pressão alta do bloco portista. Porém, não mostrou pedalada para as funções e não conseguiu colocar a sua indiscutível qualidade técnica ao serviço do coletivo, ao ponto de ter perdido rapidamente a titularidade para Herrera, ter sido ultrapassado por Sérgio Oliveira na hierarquia do meio-campo dos azuis e brancos e não ter sequer chegado aos mil minutos no campeonato em 2017-18.

Na temporada transata, durante alguns jogos parecia estar a emergir um novo Óliver: mais intenso, rotativo, concentrado, mais capaz de gerir os ritmos do jogo com bola e a tomar as melhores decisões. Aparentava ter amadurecido nesses aspetos, com a qualidade técnica a vir ao de cima, no passe e no transporte de bola. Também estava a correr mais, a participar mais no momento defensivo, e as atentas bancadas do Dragão revelaram estar atentas, ao dirigir-lhe uma enorme ovação aquando da saída de campo na vitória sobre o Lokomotiv (4-1) no início de novembro.

Numa posição ligeiramente nova, como segundo médio, muitas das vezes em linha com Danilo Pereira e até mesmo mais recuado, como quando baixa até entre os centrais para iniciar a construção de jogo. Depois, numa fase mais adiantada dos ataques, procurava oferecer sempre uma linha de passe aos companheiros e aparecer no último terço a chegar desequilíbrios. Bem diferente das funções que tinha no 4x3x3 de Julen Lopetegui, em que atuava como médio interior esquerdo ou a extremo, o no 4x1x3x2 de Nuno Espírito Santo e dos primeiros tempos de Sérgio Conceição, em que aparecia como médio ofensivo.


Óliver parecia ser mais um dos ressuscitados por Sérgio Conceição, que já tinha dado novas vidas a Herrera, Brahimi, Aboubakar e Marega, mas o protagonismo do centrocampista espanhol foi sol de pouca dura. No início de dezembro, um mês depois de ter sido ovacionado de pé pelo Dragão, foi substituído ainda durante a primeira parte numa receção ao Portimonense e ao intervalo na visita que se seguiu ao Santa Clara, o que lhe ditou a perda da titularidade.

Nunca encaixou verdadeiramente no futebol laborioso e muitas vezes pouco elaborado e muito físico do FC Porto de Conceição, mas a qualidade do espanhol não deixou de ser reconhecida. Teve culpas no cartório, é verdade, mas tem-lhe faltado o contexto mais adequado para se exprimir melhor com a bola nos pés. Sevilha e um treinador que o conhece bem e que tem ideias tão fundamentalistas em relação à posse de bola como principal príncipio do modelo de jogo das suas equipas poderão ser o melhor cenário para voltar a brilhar. Aos 24 anos, vai bem a tempo de relançar a carreira.










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