Sergio Busquets caminha para o jogo 500 pelo Barcelona |
Num Barcelona onde são a arte de Messi,
a eficácia de Suárez, a classe de Iniesta e mais recentemente os reflexos de
Ter Stegen que costumam dar que falar, continua a pontificar o discreto Sergio
Busquets à frente da defesa, a assegurar o equilíbrio da equipa.
Se, nos resumos, o que nos deixa
deliciados são as ações individuais e coletivas dos seus companheiros, quem
assistir a um jogo completo dos catalães e se focar nas decisões que o médio
defensivo toma, só pode rendido. É impressionante. Parece que tem uma antena na
cabeça ou um chip na chuteira, pois
consegue estar sempre no sítio certo e escolher as melhores opções. Tudo isto
ao nível do relvado e no decorrer de jogos de alta intensidade. Um autêntico
jogador-radar, a prova de que um trinco não vive da agressividade ou da dureza.
Aliás, quem muitas vezes utiliza essas armas fá-lo porque não estava no local
certo à hora certa.
Extremamente focado, convida os
adversários a escolher os piores caminhos, aparece instantaneamente a compensar
algum desposicionamento de um companheiro e raramente falha um passe, colocando
quase sempre a bola no colega em melhores condições para a receber. Com uma inteligência
bem acima da média, disfarça muito bem a falta de velocidade e alguma
fragilidade na condução da bola. Não corre, mas faz a redondinha correr.
É a extensão do treinador dentro
de campo, o patrão da equipa. É frequentemente visto a indicar o melhor
posicionamento aos companheiros, para que possam progredir de uma forma fluída
com bola e manter o coletivo equilibrado e em superioridade numérica sem ela. E
o mais impressionante é que toda esta sabedoria não foi adquirida com o passar
dos anos. Sergio Busquets tem 29 – completa 30 em julho -, mas já a revela desde
que chegou à equipa principal, pela mão de um treinador que enquanto jogador
atuava precisamente na sua posição: Pep Guardiola.
Um corpo estranho chamado André Gomes
Por outro lado, quem parece um
autêntico peixe fora de água no Barça de Ernesto
Valverde é André Gomes. O médio internacional português parece que é de uma
espécie diferente da dos companheiros, sem a mesma classe, o mesmo toque e a
mesma inteligência, demorando a justificar o investimento que os blaugrana fizeram por ele.
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