O Football Manager (antes Championship
Manager) veio mesmo a revelar-se um videojogo revolucionário. Não só é um
passatempo viciante como tem mudado a mentalidade dos adeptos do futebol.
Qualquer
jogador desse game sabe que para
conseguir os seus objetivos não pode apenas contratar cegamente bons jogadores
que queiram incorporar a sua equipa, escolher uma tática e desligar o
computador quando a coisa está a correr mal. Também é obrigado a gerir
convenientemente os recursos financeiros do clube, para que possa oferecer um
salário de acordo com as exigências dos futebolistas que pretende contratar ou
renovar.
Quem
joga ou já jogou, sabe como é, é sempre uma chatice ver as finanças do vermelho.
É meio caminho andado para o insucesso.
Ora o conceito do videojogo é tão
interessante que já não sai da cabeça dos adeptos da… vida real. Cada vez mais,
os treinadores de bancadas vão dando lugar aos presidentes de bancada.
Já nem se ficam pela discussão da
escolha do onze, mas também pela da balança orçamental. Oiço muitos adeptos a
sugerir a venda dos melhores jogadores da sua equipa, como sportinguistas com
William Carvalho ou benfiquistas com Nico Gaitán, dando a entender que se
preocupam mais com o retorno financeiro dos seus clubes do que com o próprio
rendimento desportivo. Levantam problemas não porque quem apoiam perde os seus
bons jogadores, mas sim porque o valor em causa não é do agrado.
Se antes os despiques entre
adeptos eram sobre quem estava à frente do campeonato ou quem ganha ou tem mais
títulos, hoje em dia está na moda o despique sobre quem vendeu mais caro. Uns
gabam-se que o Rojo deu mais dinheiro que o Garay, outros que o Fábio Coentrão
foi vendido pelo dobro do Cristiano Ronaldo.
Com preocupações mais abrangentes
ou com uma paixão menos genuína, ei-los, são os novos adeptos.
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