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É praticamente unânime que o
regresso das equipas B ao futebol português tem sido uma enorme mais-valia,
sobretudo tendo em conta o espaço destinado a elas, a Liga 2, uma prova
profissional.
O objetivo das mesmas é sustentar
o futuro das formações principais, mas como deverá ser, de facto, a sua
utilização? Qual deverá ser a filosofia de cada uma? Garantir os três pontos no
final do dia será mesmo o mais importante?
Um treinador estará sempre
sujeito às críticas dos maus resultados, mesmo que esteja a desenvolver um bom
trabalho noutras vertentes. Olhemos para o Sporting B, por exemplo. Rabia e
Ryan Gauld são jogadores que ainda se estão a adaptar ao futebol português e
àquilo que é o estilo de jogo de uma equipa grande num campeonato europeu. Mas
trouxeram os vícios dos seus países.
O escocês, por exemplo, vem de uma
nação onde ainda se aplica o velho estilo britânico do kick and rush, coisa que até em Inglaterra começa a cair em desuso.
Talvez muitas vezes sinta a tendência de bombear bolas para a frente de ataque,
mas teve de aprender que o que se pretende dele é um contributo para um futebol
de toque e circulação. Durante essa aprendizagem, terá cometido erros e terá
custado caro à equipa. Mas quem se lembrará disso se começar a justificar a
alcunha de baby Messi?
E se olharmos para uma equipa bem
classificada, será que assistimos lá a situações dessas? Será que vencer se
torna mais importante do que qualquer outra coisa? Lembro-me que a tal seleção
portuguesa vice-campeã mundial de sub-20 em 2011 tinha como principal virtude a
cultura tática. E qual desses jogadores está hoje na elite? Nenhum.
Quantos desses chegarão à seleção AA? Cédric e Nélson Oliveira, não porque eram
propriamente os melhores, mas porque naquele momento, eram os menos maus nas
respetivas posições. A formatação é inimiga da formação. A chamada cultura de
vitória não resulta se os talentos não forem minuciosamente e individualmente
trabalhados.
O resultadismo na formação pouco
vale, e até dou dois exemplos, um mais gritante que o outro. Os dois clubes que
mais se alimentam das equipas B têm sido Vitória de Guimarães e Marítimo. Os
insulares, mesmo quando tinham formação secundária a meio da tabela na II
divisão B, tinham sucesso na utilização do seu viveiro de craques. Já os
vimaranenses, que estão a ter grande retorno desportivo dessa aposta na
presente temporada, foram os únicos que, para já, já viram os seus bês descer
ao CNS.
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