Esta tarde, no Estádio do Bonfim, Vitória de Setúbal e Marítimo empataram a uma bola, num jogo a contar para a Liga ZON Sagres. Héldon abriu o marcador para os insulares, Meyong empatou para os sadinos.
Eis a constituição das equipas:
Depois de algumas jornadas em zona de despromoção, a entrada de José Mota no comando técnico dos sadinos produziu alguns efeitos, com seis pontos em quatro jogos, com uma vitória frente ao Sporting pelo meio e uma ascensão na tabela classificativa até uma zona um pouco menos aflita.
Neca, Peter Suswam, José Pedro e Djikiné estão lesionados e falham o encontro frente aos insulares.
Marítimo
Admitindo a já normalidade caminhada do Sp. Braga, o Marítimo está a ser a grande sensação da Liga ZON Sagres, estando em 4º lugar com os mesmos pontos que o Sporting que é 5º, tendo até vantagem no confronto directo.
Fabio Felício e Salin são as ausências para este jogo, ambas por lesão.
Os madeirenses entraram mais fortes na partida, explorando os passes longos para as costas da defesa sadina, direccionados para os seus rápidos extremos, e foi numa situação do género que criaram a primeira ocasião de golo, com a bola a ser colocada em Sami que rematou já no interior da área para intervenção de Diego, e na recarga Héldon atirou para fora.
Com o passar do tempo, os marítimistas foram-se sentindo a equipa mais forte em campo, assumiram o controlo do jogo e foram privilegiando passes curtos entre a sua linha média e a mais recuada, à procura do “timing” certo para criar um lance perigoso, e usando esta estratégia, num passe para as costas da defesa Sami isolou-se em zona frontal mas o guardião do Vitória voltou a negar-lhe o golo.
Depois de alguns avisos, o Marítimo chegou ao golo aos 25’. Danilo Dias fez uma abertura para o extremo guineense que posteriormente cruzou para a área onde Héldon de cabeça deu vantagem aos insulares.
Cerca de dez minutos depois, nova contrariedade para os setubalenses, com Hugo Leal a ser forçado a sair, lesionado, dando lugar a Rafael Lopes. Com esta alteração, Bruno Gallo passou a jogar a trinco, Miguelito recuou para médio interior, e o recém-entrado posicionou-se como extremo.
A fechar o primeiro tempo, de forma espectacular Diego negou o golo a Briguel.
Na segunda parte, o Vitória entrou com mais vontade, aumentando a intensidade do seu jogo, beneficiando da substituição ao intervalo, em que Igor foi trocado por Tengarrinha. Assim, Miguelito passou a jogar a lateral, dando uma profundidade ao flanco esquerdo que Igor não conseguia dar, e o jovem português foi colocado como médio-defensivo e Bruno Gallo como médio-interior-esquerdo.
Ainda assim, foi o Marítimo o primeiro a criar perigo, com Danilo Dias a atirar à malha lateral e pouco depois Roberto Sousa, num remate do meio da rua, a acertar na trave.
Os sadinos assentavam o seu processo ofensivo sobretudo em transições rápidas, mas foi na cobrança de um livre directo, aos 58’, que criaram pela primeira vez uma grande situação de perigo, com Bruno Gallo a levar o esférico a passar um pouco por cima da baliza insular.
No minuto seguinte, Targino obrigou Peçanha a uma boa intervenção, e na sequência do lance, Bruno Gallo, sobre o flanco esquerdo, cruzou para a área onde Meyong apareceu ao primeiro poste e de cabeça empatou o encontro.
A partir daqui, assistiu-se a um jogo em que as duas equipas procuraram a vitória mas acima de tudo não perder o ponto que a igualdade garantia.
Até final, as situações de destaque foram remates de Fidélis e Danilo Dias que acabaram travados por Diego.
O empate acabou por se ajustar ao maior ascendente do Marítimo da primeira parte e à forma como o Vitória conseguiu equilibrar a partida na segunda, ainda que a haver um vencedor, o triunfo adequaria-se mais à prestação dos insulares, que criaram mais oportunidades e mostraram mais e melhores argumentos.
Os madeirenses dominaram a primeira parte, trocando bem a bola, foram a única equipa a mostrar ambição de ganhar e apostaram num dos seus pontos fortes (velocidade dos homens da frente) que encaixava com um dos principais pontos fracos do adversário (processo defensivo lento), e foi nesta toada que o conjunto orientado por Pedro Martins criou as suas principais oportunidades.
Depois de 45 minutos de avanço dados ao adversário, os sadinos mostraram o que valiam, apostar em transições rápidas que muitas das vezes eram conduzidas por Targino, o elemento mais veloz da formação de José Mota, mas também por Rafael Lopes ou por um dos médios.
Com o golo dos setubalenses, as equipas acomodaram-se ao resultado, não arriscaram tanto e até final foi um encontro equilibrado.
Analisando individualmente os atletas, começando pelos do Vitória de Setúbal…
Diego esteve mais uma vez em grande nível, Ney Santos não atacou muito e defensivamente quando o desgaste apertou recorreu a faltas, Ricardo Silva é lento mas impõe-se no jogo aéreo, e juntamente com Amoreirinha proporcionaram espaços entre si e entre eles e os laterais, onde foram direccionados os passes insulares para as costas da defesa, e Igor teve a tarefa ingrata de vigiar Sami.
Hugo Leal saiu lesionado, Bruno Amaro mostrou a sua apetência para remates a longa distância e Bruno Gallo foi das principais peças da equipa na segunda metade, quando jogou como médio-interior-esquerdo e teve o apoio de Miguelito atrás e de Targino à frente, podendo aparecer mais no jogo, assinando até uma assistência.
Targino mostrou-se o jogador mais talentoso e perigoso dos sadinos, Miguelito como extremo faltam-lhe algumas características fundamentais, mas sem dúvida que como lateral ofensivo deu muito mais à sua formação, e Meyong que estava a perder a luta com os centrais acabou por assinar o golo da igualdade.
Rafael Lopes esteve sempre inconformado e o lançamento de Tengarrinha em jogo proporcionou a libertação de Bruno Gallo de funções mais defensivas e permitiu que Miguelito actuasse na sua posição de raiz.
Quanto aos jogadores do Marítimo…
Peçanha fez algumas boas intervenções, Briguel teve muitas dificuldades para travar a força do flanco esquerdo do Vitória no segundo tempo, os centrais estiveram sólidos durante a maior parte do encontro mas permitiram que Meyong se antecipasse no golo da igualdade, e Luís Olim teve Rafael Lopes a dar-lhe luta mas até conseguiu travar na maioria das vezes o atacante contrário.
O meio-campo foi forte, com Rafael Miranda a equilibrar a equipa, Roberto Sousa a mostrar a sua facilidade para o remate de média/longa-distância (acertou na trave) e Benachour a ser o “maestro”.
Sami foi sempre o jogador mais perigoso dos insulares, fazendo a assistência para o golo de Héldon, outro dos “ciclistas” do ataque do Marítimo. Danilo Dias, apesar dos tentos que tem marcado em algumas das recentes partidas, está longe de ser um ponta-de-lança puro para jogar no eixo do ataque.
Fidélis trouxe presença na área, dando mais à sua formação em termos físicos, e Pouga não teve tempo de fazer muito.
Com este empate, fica assim disposta a classificação atual da Liga ZON Sagres:
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