Taça de Portugal | Sporting 2-0 Belenenses

O Sporting venceu esta noite o Belenenses por 2-0, com golos de Wolfswinkel e Schaars, carimbando a passagem aos Quartos-de-final da Taça de Portugal.



Eis a constituição das equipas:

Sporting

A principal novidade na equipa de Domingos Paciência é o regresso aos convocados do extremo peruano Carrillo, no entanto, é Bojinov, que já tinha actuado no flanco frente ao Zurique que será titular.

Belenenses

O Belenenses é um gigante português neste momento adormecido, visto que disputa a Liga Orangina, na qual ocupa a modesta 13ª posição.
Nesta edição da Taça de Portugal, os comandados por José Mota já eliminaram o Esposende, Trofense e Vizela.


O Sporting começou o jogo de uma forma paciente, devido à boa organização defensiva do Belenenses, ainda assim, como seria de esperar, os leões estavam a ter uma grande percentagem de posse de bola e domínio territorial, e conseguiram a primeira ocasião de golo quando aos 11’, Wolfswinkel amorteceu para um remate forte de Schaars de fora da área para boa defesa de Coelho.

Como os homens de Belém jogavam atrás da linha da bola, no seu meio-campo defensivo, dando completa iniciativa de jogo aos comandados de Domingos Paciência, a formação leonina foi subindo no terreno com mais gente e na sequência de um pontapé de canto a seu favor aos 25’, os azuis do Restelo conseguiram contra-atacar com rapidez e Sidnei só não marcou porque o seu pontapé foi travado por Rui Patrício.
Aos 31’, Rodrigo António quase marcava após um cruzamento na esquerda de Igor Pita.
O Belenenses nesta fase estava a cumprir o seu plano estratégico para este jogo, que era defender na sua metade do campo, convidar os centrais do Sporting a subirem no terreno com a bola dominada, e sempre que possível, lançar contra-ataques rápidos e venenosos, e aproveitar a sua superioridade no que concerne à velocidade dos seus atacantes em relação aos defesas verde e brancos.

O jogo chegava ao intervalo com um nulo no marcador que beneficiava claramente os forasteiros, pois iriam querer arrastar este cenário até às grandes penalidades, onde a diferença de valores é menos notória.
Por outro lado, a equipa de Alvalade teria que fazer mais nesta segunda parte, tentar aumentar a velocidade do jogo é uma solução, e como o nome de Carrillo era o mais adequado para tentar mudar o rumo dos acontecimentos, Domingos colocou o peruano em campo, fazendo sair Bojinov.

Na segunda metade, o Sporting trouxe a tal velocidade que lhe faltou nos primeiros 45 minutos, e logo aos 50’ fez o 1-0 dando ao Belenenses a provar do seu próprio veneno: contra-ataque rápido. Carriço recuperou a bola a meio-campo, a bola passou por Capel mas acabou com um remate à ponta-de-lança de Wolfswinkel após cruzamento de Insúa pela esquerda.

Três minutos depois, em mais um contra golpe em alta velocidade, Carrillo de trivela assiste Diego Capel que desvia a bola para a baliza, mas o árbitro auxiliar anulou o golo por fora-de-jogo, uma decisão muito duvidosa.

Aos 65’, o Sporting amplia a vantagem. Schaars tabela com Wolfswinkel e isola-se, picando a bola sobre Coelho, fazendo um belo golo.

Com a vitória garantida, Domingos Paciência colocou em campo os pouco utilizados André Martins e posteriormente Arias para os lugares de Elias e João Pereira, dando minutos aos dois jovens para mostrarem o que valem e entrosarem-se com os habituais titulares.

Até ao final, o resultado não sofreu alterações, vitória justa dos leões sobretudo pelo que fizeram na segunda parte. Se na primeira metade o Belenenses teve uma estratégia muito boa, defendendo com todos os homens e expondo os pontos fracos do Sporting (pouca velocidade dos centrais), apostando sobretudo no contra-ataque. Nos últimos 45 minutos, contra a força não houve resistência, e a formação de Alvalade acelerou o ritmo e construiu uma vitória que acabou por ser tranquila.


Analisando as equipas, a turma leonina teve duas faces: a inconsequente e lenta da primeira parte, e a rápida, móvel e objectiva da segunda.
Rui Patrício quando foi chamado correspondeu, João Pereira esteve ao seu nível, os centrais viram as suas fragilidades serem expostas mas sem que isso tenha trazido grandes prejuízos e Insúa fez a assistência para o primeiro golo.
Carriço está a crescer como trinco mas num jogo como este pede-se alguém que saiba tratar melhor a bola naquela posição, Schaars fez um grande jogo, foi o melhor em campo, marcando um belo golo e sendo um autêntico patrão do miolo leonino, e Elias, sem ter dado muito nas vistas, não esteve mal.
Bojinov esteve apagado, Wolfswinkel marcou e assistiu e é isso que lhe é pedido, Capel esteve inconformado mas não fez um ‘partidazo’ como de costume, e Carrillo mexeu com o jogo com a sua velocidade.

Quanto ao Belenenses, tenho que elogiar a estratégia planeada por José Mota, que tal como muitos o teriam feito colocou toda a equipa a jogar atrás da linha da bola, à espera do erro do adversário e explorando o contra-ataque, mas lembrou-se de aproveitar também aquela que talvez é a maior fragilidade do Sporting, a pouca velocidade dos centrais, convidando-os a subir no terreno, para posteriormente contra-atacar e apanhar os leões desequilibrados. Os azuis do Restelo estiveram perto de marcar na primeira parte e se tal tivesse acontecido poderiam até ter ganho o jogo, por isso há que elogiar a estratégia, que só não resultou porque do outro lado estava uma grande equipa.
Para além de destacar o plano para o jogo da parte do treinador, é preciso também dar uma palavra de mérito a quem no fundo o colocou em práticas: os jogadores. Os quatro homens mais ofensivos (Sidnei, Rodrigo António, Miguel Rosa e Abel Camará) são muito rápidos e dinâmicos, propícios para este tipo de partidas.