Quando pensamos nos melhores
jogadores búlgaros de todos os tempos, os nomes que nos vêm à cabeça são Hristo
Stoichkov, Krasimir Balakov e Emil
Kostadinov. E os três coincidiram no tempo e no espaço, aparecendo juntos e
em grande forma no Mundial 1994, nos Estados Unidos, mostrando ao que vinham
logo na fase de qualificação, quando deixaram a França
de fora do torneio.
Antes desta geração, nunca a Bulgária
havia vencido um jogo num Campeonato do Mundo, apesar de já ter participado em
cinco (1962, 1966, 1970, 1974 e 1986). E, nos States, as coisas até nem
começaram a correr de feição aos homens de Dimitar Penev, que arrancaram com
uma estrondosa derrota aos pés da Nigéria
(0-3).
Mais do mesmo? Nada disso! Na
partida seguinte, em Chicago, Hristo
Stoichkov puxou dos galões e bisou na goleada sobre a Grécia,
tendo Letchkov e Borimirov apontado os restantes golos (4-0).
Nada ainda estava garantido para
a seleção
tricolor, que na derradeira jornada do grupo mediu forças em Dallas com a
favorita e já apurada Argentina,
que vivia a ressaca da suspensão de Diego
Maradona, que havia testado positivo num controlo antidoping. Stoichkov
voltou a estar em evidência, ao inaugurar o marcador à passagem de hora de
jogo. Depois, apesar de a seleção
búlgara ter ficado reduzida a dez devido à expulsão de Tsanko Tsvetanov, Nasko
Sirakov marcou ao cair do pano o golo que tirou a liderança do grupo à albiceleste.
Mas a epopeia da Bulgária
não se ficou por aqui. Nos oitavos de final, a seleção
europeia levou a melhor sobre o México no desempate por grandes
penalidades. O capitão Borislav Mihaylov, que havia defendido a baliza do Belenenses
entre 1989 e 1991, levou a melhor sobre o excêntrico Jorge Campos, tendo
travado três penáltis consecutivos em East Rutherford, depois de um 1-1 no
final do prolongamento – marcaram García Aspe para os mexicanos e Stoichkov
para os búlgaros.
A adversária que se seguiu, nos
quartos de final, foi a campeã mundial Alemanha, com craques como Jürgen Kohler,
Lothar Matthäus, Rudi
Völler, Jürgen
Klinsmann e Andreas Brehme.
A seleção germânica até marcou primeiro em East Rutherford, através de um
penálti convertido por Matthäus, mas mais uma vez Stoichkov
e Letchkov assinaram, no espaço de três minutos, os golos da reviravolta.
Nas meias-finais, a Bulgária
sucumbiu, finalmente, aos pés da Itália
de Roberto Baggio, autor dos dois golos da squadra
azzurra numa vitória por 2-1 em East Rutherford. Hristo
Stoichkov ainda reduziu a desvantagem no final da primeira parte, mas não
conseguiu vestir novamente a capa de herói.
No jogo de atribuição do terceiro
lugar, a Bulgária
reencontrou a Suécia, adversária na fase de qualificação, e foi goleada (0-4). Porém,
três décadas depois, não foi a última imagem que ficou, mas sim o brilhante
desempenho dos búlgaros
ao longo da competição.
Stoichkov,
autor de seis golos, recebeu o prémio de melhor marcador do Campeonato do Mundo,
partilhado com o russo Oleg Salenko, e tal como Balakov foi nomeado para a
equipa ideal no torneio. No final desse ano, Stoichkov
ganhou a Bola de Ouro, tornando-se no primeiro búlgaro a conquistar o galardão. A geração de ouro da Bulgária
ainda conseguiu qualificar a seleção para o Euro 1996 e para o Mundial 1998,
mas em ambos os torneios os tricolores não foram além da fase de grupos. Depois
disso, só conseguiram marcar presença no Euro 2004, já com outros protagonistas.
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