terça-feira, 30 de janeiro de 2024

O clímax de uma geração irrepetível da Bulgária

Bulgária foi quarta classificada no Mundial 1994
Quando pensamos nos melhores jogadores búlgaros de todos os tempos, os nomes que nos vêm à cabeça são Hristo Stoichkov, Krasimir Balakov e Emil Kostadinov. E os três coincidiram no tempo e no espaço, aparecendo juntos e em grande forma no Mundial 1994, nos Estados Unidos, mostrando ao que vinham logo na fase de qualificação, quando deixaram a França de fora do torneio.
 
Antes desta geração, nunca a Bulgária havia vencido um jogo num Campeonato do Mundo, apesar de já ter participado em cinco (1962, 1966, 1970, 1974 e 1986). E, nos States, as coisas até nem começaram a correr de feição aos homens de Dimitar Penev, que arrancaram com uma estrondosa derrota aos pés da Nigéria (0-3).
 
 

Mais do mesmo? Nada disso! Na partida seguinte, em Chicago, Hristo Stoichkov puxou dos galões e bisou na goleada sobre a Grécia, tendo Letchkov e Borimirov apontado os restantes golos (4-0).
 

 
Nada ainda estava garantido para a seleção tricolor, que na derradeira jornada do grupo mediu forças em Dallas com a favorita e já apurada Argentina, que vivia a ressaca da suspensão de Diego Maradona, que havia testado positivo num controlo antidoping. Stoichkov voltou a estar em evidência, ao inaugurar o marcador à passagem de hora de jogo. Depois, apesar de a seleção búlgara ter ficado reduzida a dez devido à expulsão de Tsanko Tsvetanov, Nasko Sirakov marcou ao cair do pano o golo que tirou a liderança do grupo à albiceleste.
 

 
Mas a epopeia da Bulgária não se ficou por aqui. Nos oitavos de final, a seleção europeia levou a melhor sobre o México no desempate por grandes penalidades. O capitão Borislav Mihaylov, que havia defendido a baliza do Belenenses entre 1989 e 1991, levou a melhor sobre o excêntrico Jorge Campos, tendo travado três penáltis consecutivos em East Rutherford, depois de um 1-1 no final do prolongamento – marcaram García Aspe para os mexicanos e Stoichkov para os búlgaros.
 

 
A adversária que se seguiu, nos quartos de final, foi a campeã mundial Alemanha, com craques como Jürgen Kohler, Lothar Matthäus, Rudi Völler, Jürgen Klinsmann e            Andreas Brehme. A seleção germânica até marcou primeiro em East Rutherford, através de um penálti convertido por Matthäus, mas mais uma vez Stoichkov e Letchkov assinaram, no espaço de três minutos, os golos da reviravolta.
 

 
Nas meias-finais, a Bulgária sucumbiu, finalmente, aos pés da Itália de Roberto Baggio, autor dos dois golos da squadra azzurra numa vitória por 2-1 em East Rutherford. Hristo Stoichkov ainda reduziu a desvantagem no final da primeira parte, mas não conseguiu vestir novamente a capa de herói.
 

 
No jogo de atribuição do terceiro lugar, a Bulgária reencontrou a Suécia, adversária na fase de qualificação, e foi goleada (0-4). Porém, três décadas depois, não foi a última imagem que ficou, mas sim o brilhante desempenho dos búlgaros ao longo da competição.
 

 
Stoichkov, autor de seis golos, recebeu o prémio de melhor marcador do Campeonato do Mundo, partilhado com o russo Oleg Salenko, e tal como Balakov foi nomeado para a equipa ideal no torneio. No final desse ano, Stoichkov ganhou a Bola de Ouro, tornando-se no primeiro búlgaro a conquistar o galardão.
 
A geração de ouro da Bulgária ainda conseguiu qualificar a seleção para o Euro 1996 e para o Mundial 1998, mas em ambos os torneios os tricolores não foram além da fase de grupos. Depois disso, só conseguiram marcar presença no Euro 2004, já com outros protagonistas.



   

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