As comparações são sempre ingratas,
mas, com cada um à sua escala, um faz lembrar o outro. Fabrício Isidoro no
Farense e na II Liga portuguesa, N’Golo
Kanté ao mais alto nível no Chelsea e na seleção francesa.
Para caracterizar o médio
brasileiro de 27 anos dos leões de Faro, terei que utilizar muitos dos
adjetivos que são empregues para definir o gaulês
dos londrinos. Antes de mais, a fisionomia: mede 1,72 m, mais quatro centímetros
que o jogador
do Chelsea, e é negro. Depois, a generosidade que exibe dentro de campo e a
capacidade para estar no sítio certo à horta certa sem que essas ações apareçam
nos resumos dos encontros. Ao ver um jogo do Farense, não é Fabrício Isidoro
que sobressai no coletivo, é o coletivo que sobressai com a presença dele.
Autêntica formiguinha, dá a ideia
de estar em todo o lado, mostrando-se sempre muito concentrado, constantemente
a tapar linhas de passe, reduzir o espaço aos adversários e consequentemente, a
recuperar a bola. É um trabalhador-nato, incansável e uma autêntica carraça
para os adversários, mas ao mesmo tempo muito elegante, com qualidade no passe
e no transporte.
Por possuir esse perfil, foi
muitas das vezes utilizado na época passada por Rui Duarte e Álvaro Magalhães
como terceiro médio, para ajudar a equipa a pressionar mais alto e oferecer mais
qualidade técnica à equipa nos últimos 30 metros. Porém, dá a ideia que é mais
recuado, no duplo pivot do meio-campo,
que se sente mais cómodo. Aí garante maior eficiência nas tarefas e de
cobertura e mais qualidade na construção dos ataques.
Depois de ter dado nas vistas na
II Liga em 2018-19, poderá ser beneficiado pelo incremento de qualidade dado ao
plantel do Farense, candidato a andar nos lugares cimeiros na nova temporada. Usufruir
de uma maior segurança defensiva dadas pelos reforços Filipe Melo, Rafael
Vieira e Luís Rocha e de uma ideia de jogo um pouco mais aprazível do que a do
curso anterior poderão ajudá-lo a catapultar o seu futebol para outros
pormenores.
Filho do antigo médio
internacional brasileiro Paulo Isidoro, que esteve na célebre seleção do escrete no Mundial 1982, passou pela formação
do Cruzeiro e está em Portugal desde 2016-17, quando o Louletano o contratou.
Depois mudou-se para Faro, subiu do Campeonato de Portugal à II Liga e é pela
terceira época consecutiva um elemento do núcleo duro dos algarvios.
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