A minha primeira memória
de um jogo entre Vitória de Setúbal e Sporting de Braga foi de
muito má memória para os sadinos, pois ditou-lhes a última descida
de divisão.
Para o último encontro
da 32.ª jornada de 2002/03, disputado numa segunda-feira (19 de
maio) no Estádio
do Bonfim, a formação orientada por Carlos Cardoso entrou com a
corda na garganta, a oito pontos da primeira equipa acima da zona de
despromoção e com apenas nove em disputa. Basicamente, teria de os
ganhar todos. Do outro lado estavam uns bracarenses que, pela
primeira vez em muitos anos, lutavam pela permanência, partindo para
este jogo com apenas três pontos de vantagem sobre a primeira equipa
abaixo da zona de despromoção, o Beira-Mar.
Apesar da conjuntura, o
Vitória entrou a todo o gás e aos 17 minutos já vencia por 2-0.
Primeiro por Jorginho, que isolou antes de bater Quim (4').
Depois por Meyong, através de uma grande penalidade a castigar falta sobre o próprio.
Depois por Meyong, através de uma grande penalidade a castigar falta sobre o próprio.
Os setubalenses até
dispuseram de várias oportunidades para chegar ao terceiro golo e
chegaram aos derradeiros dez minutos ainda a vencer. A despromoção
parecia, no mínimo, adiada. Porém, na reta final do encontro
apareceu Barroso, recém-saído do banco do Sp. Braga para gelar o
Bonfim
e atirar os sadinos para a II Liga. Primeiro, na conversão de um
penálti (81').
Depois, através de uma das suas bombas do meio da rua (86'). Marco Tábuas pouco ou nada pôde fazer.
Depois, através de uma das suas bombas do meio da rua (86'). Marco Tábuas pouco ou nada pôde fazer.
“Acabou. O Vitória de
Setúbal despediu-se ontem da SuperLiga, devido a mais uma exibição
inconstante e à potência dos remates de Barroso. Em contrapartida,
os bracarenses ficaram muito perto da salvação”, podia ler-se na
edição do dia seguinte do jornal O Jogo.
“É muito triste, e
depois de ver as imagens na televisão ainda mais triste fico, porque
o Vitória praticamente foi empurrado para a II Liga. O penálti é
fora da área e o Quim sofre um golo no último minuto, e ninguém
lhe toca. Este é o corolário das grandes arbitragens de que o
Vitória tem usufruído ao longo da época”, comentou o técnico
Carlos Cardoso, que nessa época nada pôde fazer para impedir a
despromoção. “Este é um clube sério que vai descer à II Liga
com o propósito de regressar o mais depressa possível ao escalão
maior, onde nos próximos anos queremos ser um clube estável, pois é
o que este clube merece”, prosseguiu, e com alguma razão, pois
desde então que o Vitória, apesar de muitos sobressaltos, se mantém
entre os grandes.
E o Sp. Braga, que teria
entrado nas últimas jornadas na “condição de aflito”, segundo
palavras de Jesualdo Ferreira, caso não tivesse recuperado de uma
desvantagem de dois golos no Bonfim,
não só assegurou a permanência como iniciou na época seguinte a
sua era dourada no futebol português.
E para o caro leitor, qual foi o primeiro clássico entre Sp. Braga e Vitória de Setúbal de que tem memória? E quais foram os melhores e mais marcantes clássicos de sempre?
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