Jaime Margarido vai para a segunda época em Palmela |
Oitavo classificado na época de
regresso à I Distrital, “o Palmelense é um clube que está a renascer”, salienta
Jaime Margarido, 56 anos, reconduzido no cargo de treinador um ano após
substituir o obreiro da subida, Flávio Baía dos Santos.
Técnico experiente e com
passagens de vários anos pelos escalões de formação de Amora e Pinhalnovense,
teve em 2017 a oportunidade de regressar ao futebol sénior - em que apenas
tinha tido uma curta experiência na Medideira em 2004/05 na antiga II Divisão B
-, mas ao mesmo tempo formar atletas.
Confuso? O homem do leme no
Cornélio Palma explica. “O Palmelense não pode dar passos muito grandes e na
parte financeira está muito limitado. Quando não há muito dinheiro, é
complicado construir plantéis, mesmo numa I Distrital. Como é que funcionamos?
O presidente quis recrutar um treinador experiente na formação, como é o meu
caso, e buscar jogadores que andam por aí perdidos, que têm dificuldades no
primeiro ano de sénior. E conseguimos construir uma equipa na loja dos
trezentos, mas com bastante sucesso, de tal maneira que dos onze titulares só
ficou um [o capitão João Pereira]. Ou seja, os dez tiveram propostas de clubes
que pagam alguma coisa – a única coisa que pagamos é o transporte”, começou por
contar a O Blog do David.
Para 2018/19, o popular clube de
Palmela repetiu a fórmula que tão bem resultou na temporada anterior, mas a capacidade
de Jaime Margarido para potenciar jogadores chegou aos ouvidos de empresários
estrangeiros. “Este ano temos estado a construir o plantel da mesma forma, mas
estamos a adotar um novo sistema, pois há jogadores estrangeiros que se querem
mostrar e os empresários querem que eles se mostrem – temos um japonês
[Okamura], um colombiano [Samith Fonseca], um egípcio [Ahmed Hosan] e dois
sul-africanos [Scara e Swelly]”, explanou o técnico, que admite ser “mais difícil
passar a mensagem aos jogadores estrangeiros”.
Sociedade das Nações aponta aos cinco primeiros
Apesar da juventude e de o
balneário se ter transformado numa autêntica Sociedade das Nações, Jaime
Margarido admite que a equipa “vai tremer um bocadinho, como é normal”, no
início da época, mas que tem “qualidade” para “ficar nos cinco primeiros
lugares”. “Pela análise que fiz à equipa, temos equipa para isso. E devido ao
sucesso da época passada, este ano estamos a ter um problema: os jogadores mais
novos passaram a palavra e todos os dias aparecem miúdos para treinar no
Palmelense para ver se conseguem ficar na equipa. E quando há muita competitividade,
também há muita qualidade”, acrescentou, ambicioso, considerando ter uma “equipa
barata, com bons jogadores e a saber por onde caminha, com o presidente [João
Paulo Santos] a dar passos pequenos e com o clube a renascer nas cinzas, depois
da passagem pela II Distrital”.
“Este projeto é muito
interessante, porque é continuação da formação. Estou entusiasmo e tenho-me
dedicado a isto”, confessou o treinador, julgando que a equipa “já assimilou 60
a 70 por cento” das suas ideias. “Os atletas já percebem o que nós queremos:
uma equipa que gosta de ter bola, pressionar e reagir à perda da bola. Esse
tipo de trabalho leva algum tempo a assimilar, sobretudo para jogadores que não
passaram por essas ideias na formação. Mas estão a assimilar melhor do que o
que eu esperava. Penso que a partir de dezembro vai ser muito difícil ganhar ao
Palmelense”, vincou.
Pelo que tem observado nos jogos
da Taça AFS, o técnico natural de Pinhal Novo considera que a sua equipa pode
vir a ser “uma agradável surpresa”. “Estes jogos da Taça AFS são ouro para nós,
precisamente para organizarmos a equipa e percebermos até onde poderemos ir.
Somos mesmo outsiders”, vaticinou, perspetivando um campeonato “muito mais
equilibrado do que no ano passado”, com candidatos à subida bem definidos, mas
sem bichos papões. “O Barreirense tem bons jogadores como sempre, mas não é uma
equipa que tenha jogadores para ganhar os jogos todos. O Fabril igual. E depois
há equipas que são uma incógnita, mas que deverão andar lá por cima, como o
Cova da Piedade B e o Oriental Dragon”, anteviu.
Quanto à Taça, o timoneiro dos
palmelões lembra que na época passada a sua equipa foi eliminada sem perder um
jogo. “Ganhámos os jogos todos da fase de grupos e só perdemos nos penáltis com
o Amora. Fizemos uma boa Taça”, recordou, admitindo que há um ano havia “mais expetativas”
em torno da competição. Ainda assim, o Palmelense só depende de si para chegar à segunda fase, bastando-lhe um empate caseiro com o Alcochetense no domingo (15.00).
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