Central brasileiro assinou pelo Santa Clara até 2020 |
"A verdade é que não
imaginaria, por exemplo, que o pior central que conheci na I Liga fosse
emprestado pelo Benfica. Não me passaria pela cabeça!". A frase foi
proferida pelo presidente do Nacional, Rui Alves, no
rescaldo da despromoção do emblema insular ao segundo escalão do futebol
português em 2017, e visou César, defesa brasileiro que esta quinta-feira
assinou por duas épocas pelo Santa Clara.
Depois de ter falhado o início da
época passada por lesão, o jogador então cedido pelo Benfica ao Vitória de
Setúbal teve a oportunidade de mostrar que não é o que o dirigente nacionalista
disse dele. É verdade que só foi a jogo meia dúzia cheia de vezes e que por
isso a amostra foi curta, mas também não deixa de ser verídico que foi lançado
às feras e correspondeu mesmo não tendo ritmo de jogo e numa
fase da época em que a equipa estava na mó de baixo.
Mais do que provar que não era o
pior central da I Liga, César até exibiu, aqui e ali, as qualidades que as
águias lhe terão identificado. De elevada estatura (1,90 m), mostrou ser um
central imponente no jogo aéreo, mas sem ser duro de rins. Também tem agilidade
e velocidade. Assertivo a nível posicional e criterioso na definição do melhor
momento para colocar o pé à bola para desarmar o adversário, é daqueles defesas
que não inventa muito, mas que também não é inseguro quando tem a bola em sua
posse.
Acabou por deixar o Bonfim em
janeiro, não por opção do treinador José
Couceiro, mas porque a casa-mãe Benfica considerou ser mais rentável passar
a segunda metade da temporada no Juventude de Caxias do Sul, do segundo escalão
brasileiro. "Eu queria que o César fizesse a época toda? Queria. Não há
dispensa nenhuma do César", afirmou o então técnico sadino em meados de
janeiro. “Infelizmente, o César saiu contra a minha vontade”, reiterou uma
semana depois.
Se a tal época 2016/17 não correu
muito bem a César no Funchal, também é preciso não esquecer que foi um dos
esteios da equipa do Ponte Preta que chegou à final da Copa Sul-americana
(2013) – equivalente à Liga Europa -, não comprometeu quando representou a
formação principal do Benfica (2014/15) e era titular do Flamengo aquando do
empréstimo ao clube do Rio de Janeiro (2015/16). Agora, nos Açores, terá a
oportunidade para confirmar as boas indicações dadas em meia dúzia de partidas
no Bonfim.
É pena que os reforços do Santa Clara cheguem com esse rótulo, o que espelha a dificuldade do clube em contratar e das desigualdades que existem no futebol português.
ResponderEliminarAté creio que o Santa Clara está a reforçar-se com um leque de jogadores interessantes a acrescentar aos que já tinham, alguns dos quais a jogar juntos há várias épocas. Patrick Vieira, Zé Manuel e Fábio Cardoso, por exemplo já deram algumas provas na I Liga.
EliminarVamos ver é o que mostra o treinador e se o plantel aguenta o constante vaivém ao continente.