AJ Styles encerrou o espetáculo envolto na bandeira portuguesa |
Após cinco anos de ausência, A WWE voltou esta
segunda-feira a Portugal, mais de uma década depois de ter virado moda entre os
jovens – e de entretanto ter visto o seu público reduzido a um nicho.
Um
nicho que, para minha surpresa, está bem mais alargado e apaixonado do que julgava.
Ainda estava eu na sala destinada ao merchandising
– onde larguei umas notas… – e já ouvia gargantas bem aquecidas e afinadas no
interior da arena. Incrível! Por cada superstar
que aparecia no ecrã, havia um cântico, um aplauso sonoro ou uma vaia bem
audível.
E quando
faltavam poucos minutos para começar o espetáculo, as bancadas já se
apresentavam muito bem compostas. Clareiras? Nem vê-las. Só um vazio na zona
adjacente ao palco, ou seja, em setores não vendáveis. Se a lotação do evento
era de quase 5500 pessoas, arrisco dizer que estavam presentes cerca de cinco
mil: crianças acompanhadas pelos pais e grupos de amigos já adultos, fãs de
diferentes gerações. Um número muito bom, sobretudo se tivermos em conta o
facto de se tratar de uma segunda-feira de novembro – em
2012, pouco mais gente estava no Pavilhão Atlântico, e o show tinha sido num sábado.
Fiquei
mesmo muito surpreendido pela quantidade de pequenos fãs. Levando
eu 12 anos a acompanhar o produto WWE, saí do Campo Pequeno a sentir-me um
veterano. Deu para ver, pelas reações mais vigorosas a Shinsuke Nakamura, Bobby
Roode ou AJ Styles do que propriamente a Triple H – quase posso jurar que de
algumas bocas ouvi gritar triple agá
em vez de triple eitch – que estamos
perante uma nova fornada de adeptos deste teatro desportivo, um termo que li
numa reportagem durante os últimos dias e que me pareceu muito adequado.
Nakamura e Owens foram os primeiros a entrar em ação |
A WWE, bem menos
distraída do que eu – que de há uns anos para cá apenas vou assistindo aos pay per views e lendo os resultados dos
programas semanais -, acertou na mouche no opener
ideal: a coqueluche Nakamura – do qual não consigo gostar assim tanto, confesso
- diante de um Kevin Owens com o dom natural de aquecer (ainda mais) o público.
Juntos, deram o pontapé de saída de um show
muito familiar, com o claro foco no entretenimento – e simultaneamente na
gestão de esforço, com um ou dois bumps por cada wrestler -, em detrimento da promoção das feuds em construção durante as noites de terça-feira do SmackDown Live.
Familiar
é, precisamente, a palavra mais apropriada para descrever o Campo Pequeno, que
por ter dimensões mais reduzidas do que o anteriormente denominado Pavilhão
Atlântico, compactou os fãs, aproximou-os do ringue e proporcionou uma
atmosfera que em alguns momentos chegou a arrepiar.
Os
resultados, esses, foram os esperados. Os bons da fita venceram sempre, à
exceção dos combates que tiveram títulos em jogo, até porque os Usos (campeões
de tag team) e Baron Corbin (campeão dos Estados Unidos) se apresentaram como vilões.
Um equilíbrio que contribuiu para um espetáculo sólido e que deixou água na
boca.
Se
em 2012 abandonei com um grau de satisfação não tão elevado e com a expetativa
de um regresso da promotora norte-americana no espaço de três anos –
acabaram por ser cinco -, desta vez fiquei esperançado num retorno já em 2018.
De preferência, novamente no Campo Pequeno e, se possível, com as estrelas do Raw - para variar um pouco.
Fotos WWE.com: http://www.wwe.com/worldwide/gallery/wwe-live-in-lisbon-portugal-november-2017-photos
Fotos WWE.com: http://www.wwe.com/worldwide/gallery/wwe-live-in-lisbon-portugal-november-2017-photos
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