Esta noite, no Estádio Giuseppe Meazza, AC Milan e Barcelona empataram a zero, na primeira mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Fica tudo por decidir em Camp Nou, na próxima terça-feira.
Eis a constituição das equipas:
AC Milan
Depois de um começo de época tremido, os “rossoneri” são já líderes da Serie A, com quatro pontos de avanço sobre a Juventus e estando uma série de quatro vitórias consecutivas.
Nos oitavos de final da Liga dos Campeões eliminaram o Arsenal, com um agregado de 4-3.
O AC Milan não poderá contar com Thiago Silva, Pato, Abate e Merkel por lesão, enquanto Van Bommel falhará o encontro por suspensão.
Barcelona
Os catalães na ronda anterior despacharam o Bayer Leverkusen com um total de 10-2 na eliminatória. Para além desse feito, nesta Liga dos Campeões já venceram o AC Milan na Fase de Grupos (3-2 em Itália e 2-2 na Catalunha), têm o melhor ataque da competição (30 golos), o melhor marcador (Messi, com 12 tentos) e ainda não sofreram qualquer derrota.
No campeonato espanhol, estão numa série de sete vitórias consecutivas, mas ainda em 2º lugar, a seis pontos do Real Madrid.
Os ausentes para este jogo são Adriano, Abidal, David Villa e Afellay.
A partida começou com um ritmo muito intenso, com as duas equipas a quererem assumir o controlo e chegarem próximo da baliza adversária mantendo a identidade.
A partir da primeira dezena de minutos, o Barça começou a impor o seu futebol, circulando a bola meio-campo adversário de uma forma paciente, com o portador do esférico a ter geralmente duas linhas de passe bastante próximas, à procura de uma desatenção da defesa milanesa que permita que a bola entre numa zona perigosa.
Depois de um aviso de Seydou Keita nos minutos iniciais, Xavi triangulou com Messi e já na área adversária rematou para defesa a dois tempos de Abbiati.
No segundo tempo, o encontro recomeçou novamente muito disputado, ainda que sem muito perigo para ambas as balizas, e tal como na primeira parte, quando o Milan dava sinais de ameaçar marcar, os “culé” adormeceram o jogo com o seu “tiki-taka”.
Vendo um impasse no resultado, ambos os treinadores optaram por colocar em campo desequilibradores, no caso de Allegri lançado os rapidíssimos El Shaaraway e Emanuelson, em detrimento de Robinho e Kevin-Prince Boateng.
Já Guardiola trocou Iniesta por Tello.
Aos 73’, Xavi encontrou o recém-entrado jovem espanhol na área, descaído para a direita, e este ultrapassou Bonera e atirou à malha lateral.
Até final, uma substituição para cada equipa. Nos italianos Nesta deu lugar a Mesbah e nos catalães Alexis Sánchez a Pedro.
Já no último quarto de hora, na sequência de um canto cobrado por Xavi, Puyol antecipou-se aos defesas mas o seu cabeceamento saiu ao lado.
Com as alterações, que vieram refrescar o ataque do Barça perante o desgastado sector defensivo dos “rossoneri”, os campeões europeus assumiram de uma forma mais objectiva o controlo da partida, mostrando vontade de marcar em San Siro.
Perto dos descontos, Messi já no interior da área rematou para defesa de Abbiati e na recarga foi Antonini a negar o golo a Tello.
No último minuto de compensação, foi o astro argentino a servir Xavi, que rematou ao lado.
O jogo terminou sem golos e acabou por traduzir o que se passou em campo, sobretudo nos primeiros 65/70 minutos. O Milan procurou sobretudo não correr grandes riscos, olhou sempre com satisfação para o 0-0 e o Barcelona preocupou-se em anular os italianos, fazendo uso da sua circulação de bola hipnotizante, de forma a baixar o ritmo de jogo e só na recta final, quando os “rossoneri” acusaram o desgaste é que os catalães tentaram de forma mais objectiva chegar à vantagem.
Mesmo sem precisar de ouvir os comentários ao resultado por parte de jogadores e técnicos de ambas as formações, pela atitude demonstrada certamente que estão entusiasmados com o nulo verificado, já que em Camp Nou o Barça é muito forte, mas ao mesmo tempo, teoricamente há maior probabilidade de o Milan seguir em frente já que um empate com golos dar-lhes-á o apuramento.
Analisando os atletas em campo, começando pelos “rossoneri”…
Abbiati está longe de ser um guarda-redes muito seguro, no entanto revela uma coragem tremenda ao pôr o corpo em risco aos pés dos avançados como poucos o fazem.
Bonera foi muito posicional, nunca subiu no terreno e ofensivamente limitou-se a lançar transições longas, tal como Antonini, sendo que este último evitou um golo certo de Tello perto da linha de baliza. Mexès e Nesta tiveram muito trabalho pela frente, e o veterano central italiano teve mesmo que sair devido a fadiga.
Ambrosini foi um exímio recuperador de bolas, concluído com sucesso por algumas ocasiões a tarefa quase impossível de roubar o esférico a Messi. Nocerino e Seedorf praticamente dedicaram-se exclusivamente a tarefas defensivas e Boateng lutou com poucos apoios perante os defesas adversários e demorou muito tempo a rematar numa das melhores ocasiões do Milan, logo nos primeiros minutos.
Robinho esteve furos abaixo ao que já nos habituou e Ibrahimovic desperdiçou uma oportunidade ao início, esteve sempre muito desapoiado pois a equipa jogou para ele num futebol directo.
El Shaaraway e Emanuelson acabaram por não conduzir transições rápidas como era expectável, e para além do insucesso da sua inclusão num processo ofensivo em contra-ataque, quando ambos entraram os italianos perderam alguma segurança defensiva e foi nesse período que o Barça superiorizou-se mais. Mesbah veio apenas render Nesta, sem nada a apontar-lhe.
Quanto aos jogadores do Barcelona…
Valdés não fez defesas complicadas, Daniel Alves foi quase um extremo como é costume, Piqué foi seguro, Mascherano está cada vez mais adaptado como defesa-central e Puyol foi um lateral muito posicional, parecendo mais um central do lado esquerdo quando Daniel Alves subia no terreno.
Busquets esteve ao seu nível, Xavi foi o homem do último passe em algumas das mais perigosas situações criadas pelos “blaugrana” e Keita recorreu excessivamente a faltas.
Alexis Sánchez foi irrequieto mas algo inconsequente, Messi foi uma pulga mas a solidez defensiva do Milan não lhe deu grandes oportunidades para brilhar e Iniesta participou no “tiki-taka” mas foi muito discreto.
Tello agitou com a equipa e com o jogo e foi com ele em campo que os “culé” estiveram mais perto de marcar, e Pedro veio refrescar o ataque, ainda que sem grandes lances de destaque.
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