Lukaku e Dzeko alternam na companhia a Lautaro |
A Liga
dos Campeões desta época tem-nos obrigado a olhar novamente para várias
equipas italianas que há muito andavam afastadas das principais decisões do
futebol europeu, como o Nápoles,
o AC
Milan e sobretudo o Inter
de Milão, que na terça-feira carimbou o apuramento para a final de Istambul
já depois de ter sido o carrasco de FC
Porto e Benfica.
Entre nomes sonantes e jovens
valores em afirmação, os nerazzurri
têm um plantel riquíssimo, com profundidade em todas as posições. Quantos
treinadores no mundo se podem dar ao luxo de deixar futebolistas como Robin
Gosens, Marcelo Brozovic e Romelu Lukaku fora do seu onze de gala? É o luxo a
que Simone Inzaghi tem direito.
No 3x5x2 que o conjunto milanês
apresenta habitualmente, a dupla de ataque é composta por um avançado mais
móvel, quase sempre o argentino Lautaro Martínez em detrimento do compatriota Joaquín
Correa; e por outro mais possante, que na Champions
tem sido Edin Dzeko, mas que na Série
A tem sido muitas vezes Romelu Lukaku.
Mas rotular simplesmente o bósnio e
o belga como "avançados possantes" é redutor, vago e não traduz a
importância específica de cada um.
O que temos visto na Liga
dos Campeões é um Inter
que começa com Dzeko e que vê no antigo ponta de lança de Manchester
City e AS
Roma um homem-alvo no futebol direto. Não raras as vezes, a bola sai
diretamente dos pés de um defesa para a cabeça do bósnio, que ganha o duelo
aéreo (59,32% de eficácia nesses lances na Champions)
ou pelo menos atrapalha o central adversário ao ponto de a chamada segunda bola
poder sobrar para Lautaro ou para um dos médios. E é a partir desse momento que
os ataques nerazzurri
fluem e se tornam perigosos, com um grande envolvimento dos laterais (o mais
potente Dumfries e o mais requintado Dimarco) e a participação de médios laboriosos,
mas com qualidade técnica (nomeadamente Barella e Mkhitaryan). Dzeko é, essencialmente,
um avançado que geralmente limita cada ação com bola a um ou dois toques.
Ligeiramente mais baixo (1,91 m
contra 1,93 m) mas mais corpulento, Lukaku tem rendido Dzeko normalmente em
jogos da Liga
dos Campeões em fases dos encontros em que o resultado agrada ao Inter
e utilizado a estatura física não tanto para ganhar o duelo aéreo, mas para
proteger a bola, segurá-la longe da sua baliza, contemporizar enquanto os
companheiros sobem no terreno e, se for caso disso, avançar para o drible. As
estatísticas mostram que, a nível de dribles bem-sucedidos a cada 90 minutos, o
belga tem quase o triplo do bósnio na Champions
(3,04 contra 1,16) e quase o dobro na Série
A (0,9 contra 0,48).
Os avançados vivem de golos, mas este
Inter
tem vivido muito na Champions
das ações extra finalização dos seus avançados mais possantes.
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