Maniche e Verón em disputa de bola no jogo do Dragão |
Até 2023, FC
Porto e Inter
de Milão defrontaram-se por quatro vezes em jogos oficiais, todas no ano de
2005 – em fevereiro e março para os oitavos de final da Liga
dos Campeões 2004-05 e depois em outubro e novembro para a fase de grupos
da Champions
2005-06.
A minha primeira memória remonta
aos primeiros jogos. Os dragões
de José
Couceiro defendiam o título europeu, mas não estavam a fazer uma grande
época e não eram favoritos diante dos nerazzurri
de Roberto Mancini, que contavam com jogadores como Francesco Toldo, Javier
Zanetti, Marco Materazzi, Estebán Cambiasso, Juan Sebastián Verón, Dejan
Stankovic, Obafemi Martins, Adriano, Sinisa Mihajlovic e Christian Vieri.
Na primeira-mão dos oitavos de
final, disputada a 23 de fevereiro no Dragão,
os portistas
conseguiram deixar a eliminatória em aberto, apesar de um 1-1 desfavorável, que
colocava o conjunto italiano em vantagem devido à regra dos golos fora. Martins
inaugurou o marcador aos 24 minutos, ao encostar ao segundo poste na sequência
de um passe de Stankovic a partir da esquerda. A igualdade foi reposta à
passagem por hora de jogo, por Ricardo Costa, que à boca da baliza atirou para
o fundo das redes ao aproveitar as sobras de uma bola cabeceada por Costinha e
defendida de forma incompleta por Toldo.
“Num jogo de futebol, os aspetos
mais importantes são a posição, o controlo de bola, a velocidade e a
concentração. O Inter
de Milão cumpriu à risca com todos esses princípios na primeira parte –
ganhou então vantagem, merecida vantagem. Depois do intervalo foi a vez de o
campeão europeu seguir esse ótimo exemplo. E chegou ao empate, um resultado que
se aceita e justifica, num jogo – como é fácil de concluir por aquilo que acaba
de ser dito – em que cada uma das equipas teve a sua parte de domínio. Convém acrescentar,
no entanto, que na reta final Vítor Baía foi o grande responsável por manter
viva esta eliminatória que vai ser decidida, em Milão, no dia 15 de março”,
escreveu o Record.
E a 15 de março, no Estádio Giuseppe
Meazza, o FC
Porto estava obrigado a vencer ou pelo menos a empatar a dois ou mais golos,
algo que nenhuma equipa portuguesa conseguiu no mítico palco milanês com
o Inter
como anfitrião.
Desde cedo que os nerazzurri
assumiram o controlo das operações, conseguindo colocar-se em vantagem logo
aos seis minutos, por intermédio de Adriano, que ultrapassou Jorge Costa em
velocidade e disparar forte, com a bola a tabelar ainda em Pedro Emanuel antes
de entrar na baliza de Vítor Baía.
Pouco depois da hora de jogo,
Adriano chegou ao bis através de um remate de trivela a passe de Julio Cruz. No
entanto, poucos minutos depois Jorge Costa devolveu alguma esperança ao FC
Porto, na resposta a um canto de Quaresma
(69’). Porém, Adriano completou o hat trick aos 87 minutos, na sequência de um
bom trabalho individual.
“O Inter
de Milão justificou, sem dúvida, a passagem aos quartos-de-final da Liga
dos Campeões. Para essa situação muito contribuiu a ação de Adriano – um
predestinado. A equipa italiana marcou pontos de qualidade quando o brasileiro
respondeu à chamada, e respondeu sempre nos momentos certos e com a precisão de
um relógio suíço. Adriano fez os golos (todos com o pé esquerdo) que liquidaram
o campeão europeu. Foi muito jogo para um homem só... restou ao campeão europeu
a consolação de ter andado nalguns momentos de cabeça erguida”, pode ler-se na
crónica do Record.
Na época seguinte, o FC
Porto bateu o Inter
no Dragão
(2-0) mas saiu derrotado de Milão apesar do fantástico golo de livre direto de
Hugo Almeida (1-2).
Sem comentários:
Enviar um comentário