terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre FC Porto e Inter de Milão

Maniche e Verón em disputa de bola no jogo do Dragão
Até 2023, FC Porto e Inter de Milão defrontaram-se por quatro vezes em jogos oficiais, todas no ano de 2005 – em fevereiro e março para os oitavos de final da Liga dos Campeões 2004-05 e depois em outubro e novembro para a fase de grupos da Champions 2005-06.
 
A minha primeira memória remonta aos primeiros jogos. Os dragões de José Couceiro defendiam o título europeu, mas não estavam a fazer uma grande época e não eram favoritos diante dos nerazzurri de Roberto Mancini, que contavam com jogadores como Francesco Toldo, Javier Zanetti, Marco Materazzi, Estebán Cambiasso, Juan Sebastián Verón, Dejan Stankovic, Obafemi Martins, Adriano, Sinisa Mihajlovic e Christian Vieri.
 

Na primeira-mão dos oitavos de final, disputada a 23 de fevereiro no Dragão, os portistas conseguiram deixar a eliminatória em aberto, apesar de um 1-1 desfavorável, que colocava o conjunto italiano em vantagem devido à regra dos golos fora. Martins inaugurou o marcador aos 24 minutos, ao encostar ao segundo poste na sequência de um passe de Stankovic a partir da esquerda. A igualdade foi reposta à passagem por hora de jogo, por Ricardo Costa, que à boca da baliza atirou para o fundo das redes ao aproveitar as sobras de uma bola cabeceada por Costinha e defendida de forma incompleta por Toldo.
 
“Num jogo de futebol, os aspetos mais importantes são a posição, o controlo de bola, a velocidade e a concentração. O Inter de Milão cumpriu à risca com todos esses princípios na primeira parte – ganhou então vantagem, merecida vantagem. Depois do intervalo foi a vez de o campeão europeu seguir esse ótimo exemplo. E chegou ao empate, um resultado que se aceita e justifica, num jogo – como é fácil de concluir por aquilo que acaba de ser dito – em que cada uma das equipas teve a sua parte de domínio. Convém acrescentar, no entanto, que na reta final Vítor Baía foi o grande responsável por manter viva esta eliminatória que vai ser decidida, em Milão, no dia 15 de março”, escreveu o Record.
 
 
 
E a 15 de março, no Estádio Giuseppe Meazza, o FC Porto estava obrigado a vencer ou pelo menos a empatar a dois ou mais golos, algo que nenhuma equipa portuguesa conseguiu no mítico palco milanês com o Inter como anfitrião.
 
Desde cedo que os nerazzurri assumiram o controlo das operações, conseguindo colocar-se em vantagem logo aos seis minutos, por intermédio de Adriano, que ultrapassou Jorge Costa em velocidade e disparar forte, com a bola a tabelar ainda em Pedro Emanuel antes de entrar na baliza de Vítor Baía.
 
Pouco depois da hora de jogo, Adriano chegou ao bis através de um remate de trivela a passe de Julio Cruz. No entanto, poucos minutos depois Jorge Costa devolveu alguma esperança ao FC Porto, na resposta a um canto de Quaresma (69’). Porém, Adriano completou o hat trick aos 87 minutos, na sequência de um bom trabalho individual.
 
“O Inter de Milão justificou, sem dúvida, a passagem aos quartos-de-final da Liga dos Campeões. Para essa situação muito contribuiu a ação de Adriano – um predestinado. A equipa italiana marcou pontos de qualidade quando o brasileiro respondeu à chamada, e respondeu sempre nos momentos certos e com a precisão de um relógio suíço. Adriano fez os golos (todos com o pé esquerdo) que liquidaram o campeão europeu. Foi muito jogo para um homem só... restou ao campeão europeu a consolação de ter andado nalguns momentos de cabeça erguida”, pode ler-se na crónica do Record.
 
 
 
Na época seguinte, o FC Porto bateu o Inter no Dragão (2-0) mas saiu derrotado de Milão apesar do fantástico golo de livre direto de Hugo Almeida (1-2).
 
 









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