Desde a saída de Bruno
Varela para o Benfica que o Vitória
de Setúbal estava a sentir bastantes dificuldades em encontrar um
guarda-redes que se afirmasse como titular e desde a saída de Diego que as
bancadas do Bonfim
não admiravam verdadeiramente um guardião.
Pedro Trigueira parecia ser o
sucessor natural de Varela,
mas foi à beira-Sado foi sempre oscilando entre grandes exibições e intervenções
desastrosas. Cristiano nunca convenceu a plateia, mas volta e meia conseguia o
estatuto de titular. E Joel Pereira, que tinha chegado com o rótulo de dono da
baliza dos sub-21 e guarda-redes dos quadros do Manchester United, nunca
conseguiu justificar o estatuto, nomeadamente pela forma como saía de entre os
postes.
No mercado de janeiro, esse
problema foi resolvido com a chegada de Giorgi Makaridze, georgiano que tinha
deixado boas indicações no Feirense e no Moreirense mas que há quase dois anos
que não jogava com regularidade. Depois de ter estado com um pé no Sp. Braga e
de ter sido apontado ao Benfica no verão de 2017, deixou de calçar no emblema
minhoto e apenas somou dois jogos pelo Rio Ave, que o contratou em janeiro do
ano passado.
Ainda assim, o gigante de 1,93 m,
internacional pela primeira vez pelo seu país aos 17 anos, tem revelado não
estar enferrujado nesta passagem por Setúbal.
Muito fiável entre os postes, é nas saídas aos cruzamentos que mais se tem
destacado, não tendo medo de ir até ao limite da área de baliza e socar ou
agarrar a bola com tremenda segurança. E se já são poucos os guarda-redes que
se atrevem a dar mais do que dois passos em frente nas saídas aos cruzamentos,
mais raro ainda é ver um que o faça com a qualidade exibida por Makaridze. Quando
salta, impõe-se e é raro o lance que não ganhe. Diria até que, no jogo aéreo, haverá
poucos na I Liga melhores do que ele – e os que possam existir não são os dos
três grandes com certeza…
Com bastantes limitações
financeiras e escaldado por empréstimos anteriores por parte de Benfica, FC
Porto e Sporting, o Vitória
mostrou estar atento ao mercado e agarrou até junho de 2020 um belíssimo
guarda-redes de 29 anos, ainda com muitos de carreira pela frente mas que já
tem grande experiência e que sabe estar na baliza e no jogo em si. Chegou aos sadinos quando a equipa atravessava uma má fase, mas deu duas mãozinhas que muito ajudaram a conseguir (mais) uma suada permanência.
Sem comentários:
Enviar um comentário