Sporting, Benfica e Desp. Aves são os mais representados
A temporada de
2017/18 não foi de muito investimento para os principais clubes da I Liga – à
exceção do Sporting, que ainda assim acertou em grande parte dos reforços -,
pelo que não foi propriamente fácil elaborar um onze de flops. Ainda assim, houve jogadores com alguma tarimba que tiveram
desempenhos abaixo do esperado.
Guarda-redes:
Época para esquecer, a triplicar, para André Moreira. Pertencente aos quadros do Atlético Madrid, começou
a temporada no Benfica. Esteve no Seixal, treinou-se, mas entretanto colchoneros e encarnados não chegaram a
um entendimento no que concerne aos contornos do negócio e o jovem guarda-redes
acabou por regressar à base. Ainda durante o defeso, rumou ao Sp. Braga por
empréstimo, até para colmatar a lesão de Marafona, mas esteve sempre tapado por
Matheus. Mais tarde, em janeiro, foi cedido ao Belenenses, para preencher a
vaga do lesionado Muriel. Começou por ser suplente de Filipe Mendes, depois foi
titular em dez jogos – apontou grande exibição na vitória sobre o FC Porto
(2-0) mas esteve mal na fotografia na goleada sofrida em casa diante do Desp.
Aves (2-5) – e acabou a temporada como segunda escolha, devido ao regresso de
Muriel.
Centrais:
Quando se é internacional por uma seleção habituada a estar
em Mundiais – a Austrália, neste caso -, tem experiência de futebol europeu
adquirida num clube importante na Escócia como o Hearts e chega a Portugal para
representar o Paços de Ferreira, é normal pensar em entrar de caras no onze. Contudo,
saiu tudo ao lado a Dylan McGowan,
central australiano que há um ano esteve na Taça das Confederações. O defesa
não chegou a ser utilizado na I Liga e apenas participou em cinco minutos num
jogo da Taça da Liga, antes de em janeiro ser emprestado aos coreanos do
Gangwon.
Depois de ter dado uma belíssima imagem no V. Guimarães e
de ter passado por clubes importantes do Brasil, pelo campeonato chinês e ter
disputado as competições europeias pelos eslovenos do Maribor, Rodrigo Defendi chegou ao Desp. Aves no
início da época integrado na política de contratações de jogadores conceituados
por parte do clube. Contudo, o experiente central brasileiro de 31 anos acabou
por passar mais jogos no banco (11) e fora da convocatória (13) do que no
interior das quatro linhas (10).
Laterais:
Chegou por empréstimo do Barcelona e só isso chegava para
que se depositasse grandes expetativas em Douglas.
Após ter mostrado atributos na época anterior ao serviço do Sporting Gijón,
esperava-se que pudesse esquecer Nélson Semedo, que rumou precisamente a Camp
Nou, mas o lateral brasileiro viveu sempre na sombra de André Almeida, tendo
efetuado apenas 342 minutos no campeonato. Os seus desempenhos nunca
entusiasmaram os benfiquistas, mas foi quando estes mais tremeram pela presença
do jogador em campo que este mostrou a sua melhor versão, diante do Sporting,
em Alvalade, na 33.ª jornada.
No verão do ano
passado, o Sporting decidiu trocar de laterais esquerdos. Abdicou de Zeegelaar
e Jefferson para recrutar Fábio
Coentrão por empréstimo e fazer regressar Jonathan Silva. Dadas as dispensas de dois jogadores que davam
algumas garantias, esperava-se que o lateral sul-americano voltasse a Alvalade
revigorado após um ano e meio emprestado ao Boca Junior, mas o que se assistiu
foi a uma desilusão completa. Quando teve de ir a jogo, o internacional argentino
esteve inseguro com bola e tornou a equipa insegura nos momentos defensivos. Em
janeiro, foi cedido à Roma, num negócio que contemplava uma cláusula de compra
obrigatória de 5,2 milhões de euros mediante a realização de sete jogos pelos
romanos, o que não veio a acontecer.
Médios:
Irmão do internacional ganês Sulley Muntari, que brilhou ao
serviço de Udinese, Portsmouth, Inter e Milan, Sulley Muniru tinha no currículo passagem bem-sucedidas por clubes
importantes na Roménia como o Cluj e o Steaua Bucareste. Contudo, apenas
conseguiu ir a jogo quatro vezes pelo Tondela, e em nenhum encontro cumpriu os
90 minutos. Na estreia a titular, cometeu um erro incrível que ditou o golo do
FC Porto numa derrota por 0-1 no Estádio do Dragão.
A viver a quinta temporada no futebol português, ainda não
foi desta que Ryan Gauld se afirmou.
Após ter visto na época anterior o seu bem-sucedido empréstimo ao Vitória de
Setúbal ser interrompido a meio, em 2017/18 esteve cedido ao Desp. Aves, onde
não conseguiu convencer qualquer um dos três treinadores que passaram pelo
clube de Santo Tirso. Na I Liga, alinhou em 18 jogos (500 minutos), mas apenas
cinco foram enquanto titular. Aos 22 anos, o médio escocês começa cada vez mais
a justificar o rótulo de promessa adiada.
Após dois empréstimos em épocas não consecutivas por parte
do Atlético Madrid ao FC Porto, os dragões decidiram avançar para a compra do
passe de Óliver Torres por 20
milhões de euros, igualando o recorde de transferências do clube – registado dois
anos antes, com… Imbula. O que se viu na pré-época e no início da temporada
dava a entender que o médio espanhol teria tudo para ser um elemento central na
manobra ofensiva da formação orientada por Sérgio Conceição, com a missão de
ligar setores e corredores. Também na hora de defender, esperava-se o jovem
centrocampista fosse uma peça nuclear para a pressão alta do bloco portista. No
entanto, Óliver revelou não ter pedalada para essas funções, e acabou por perder
a titularidade para Herrera, não tendo sequer chegado aos mil minutos na I Liga
– cumpriu 930, em 19 jogos, dos quais apenas oito enquanto titular.
Atacantes:
Poucos deverão lembrar-se, mas no passado verão Gabrielzinho foi apresentado no Rio Ave
como o reforço mais caro da história do clube, com o custo de 800 mil euros.
Passado um ano, quem estará a rir-se são os responsáveis do Linense, emblema
paulista que em 2017 apenas tinha competido nos campeonatos estaduais. O
extremo brasileiro de 22 anos não foi além de 214 minutos no campeonato
português, divididos por 11 jogos – apenas em um foi titular.
Continuando nos Gabriéis, Gabriel Barbosa esteve na mira do Sporting mas acabou como reforço
do Benfica no último verão, por empréstimo do Inter de Milão, clube que um ano
antes pagou quase 30 milhões de euros pelos serviços de Gabigol. Mas na Luz, tal como no Giuseppe Meazza, revelou-se um
autêntico flop. No que à I Liga diz
respeito, alinhou apenas 13 minutos, na derrota no Bessa diante do Boavista
(1-2), e foi quatro vezes suplente não utilizado. Sem surpresa, foi recambiado
em janeiro para os nerazzurri, que
por sua vez cederam ao Santos, clube em que o avançado brasileiro de 21 anos
foi formado.
Três vezes melhor marcador da liga suíça e duas da liga
russa, Seydou
Doumbia era o
típico reforço que oferecia garantias à equipa do Sporting. Se nas taças e
nas competições europeias ainda conseguiu marcar oito golos, no campeonato foi
uma autêntica desilusão. Completou a época sem um único remate certeiro na I
Liga, em 14 jogos – apenas quatro a titular – e 508 minutos. O avançado costa-marfinense
nunca foi como Soares ou Jiménez,
que conseguiam entrar no decorrer das segundas partes e resolver jogos de FC
Porto e Benfica, e também por aí esteve a diferença entre os grandes, uma vez
que os leões mostraram-se demasiado dependentes de Bas Dost.
Treinador:
Miguel Leal não é dos mais conceituados treinadores portugueses, mas
tem feito bons trabalhos por onde tem passado. Promoveu o Penafiel à I Liga em
2013/14 e nas duas épocas seguintes guiou o Moreirense a dois campeonatos muito
tranquilos entre a elite do futebol nacional. Em 2016/17, começou a temporada
sem clube, mas substituiu Erwin Sánchez no Boavista à passagem da 7.ª jornada,
com a equipa em 12.º lugar, e levou à 9.ª posição, a sete pontos da zona
europeia. Esperava-se que esta temporada pudesse cimentar ainda mais os
axadrezados na primeira metade da tabela e afirmar-se definitivamente no
patamar maior do futebol português, mas acabou por ser demitido à 5.ª ronda,
após quatro derrotas. Entretanto, Jorge Simão pegou nos boavisteiros e levou-os
ao 8.º lugar, enquanto Miguel Leal tentou a subida de divisão pelo Arouca, algo
que acabou por falhar.
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