sábado, 19 de maio de 2018

I Liga 2017/18 | Flops

Sporting, Benfica e Desp. Aves são os mais representados



A temporada de 2017/18 não foi de muito investimento para os principais clubes da I Liga – à exceção do Sporting, que ainda assim acertou em grande parte dos reforços -, pelo que não foi propriamente fácil elaborar um onze de flops. Ainda assim, houve jogadores com alguma tarimba que tiveram desempenhos abaixo do esperado.


Guarda-redes:

Época para esquecer, a triplicar, para André Moreira. Pertencente aos quadros do Atlético Madrid, começou a temporada no Benfica. Esteve no Seixal, treinou-se, mas entretanto colchoneros e encarnados não chegaram a um entendimento no que concerne aos contornos do negócio e o jovem guarda-redes acabou por regressar à base. Ainda durante o defeso, rumou ao Sp. Braga por empréstimo, até para colmatar a lesão de Marafona, mas esteve sempre tapado por Matheus. Mais tarde, em janeiro, foi cedido ao Belenenses, para preencher a vaga do lesionado Muriel. Começou por ser suplente de Filipe Mendes, depois foi titular em dez jogos – apontou grande exibição na vitória sobre o FC Porto (2-0) mas esteve mal na fotografia na goleada sofrida em casa diante do Desp. Aves (2-5) – e acabou a temporada como segunda escolha, devido ao regresso de Muriel.


Centrais:


Quando se é internacional por uma seleção habituada a estar em Mundiais – a Austrália, neste caso -, tem experiência de futebol europeu adquirida num clube importante na Escócia como o Hearts e chega a Portugal para representar o Paços de Ferreira, é normal pensar em entrar de caras no onze. Contudo, saiu tudo ao lado a Dylan McGowan, central australiano que há um ano esteve na Taça das Confederações. O defesa não chegou a ser utilizado na I Liga e apenas participou em cinco minutos num jogo da Taça da Liga, antes de em janeiro ser emprestado aos coreanos do Gangwon.



Depois de ter dado uma belíssima imagem no V. Guimarães e de ter passado por clubes importantes do Brasil, pelo campeonato chinês e ter disputado as competições europeias pelos eslovenos do Maribor, Rodrigo Defendi chegou ao Desp. Aves no início da época integrado na política de contratações de jogadores conceituados por parte do clube. Contudo, o experiente central brasileiro de 31 anos acabou por passar mais jogos no banco (11) e fora da convocatória (13) do que no interior das quatro linhas (10).


Laterais:


Chegou por empréstimo do Barcelona e só isso chegava para que se depositasse grandes expetativas em Douglas. Após ter mostrado atributos na época anterior ao serviço do Sporting Gijón, esperava-se que pudesse esquecer Nélson Semedo, que rumou precisamente a Camp Nou, mas o lateral brasileiro viveu sempre na sombra de André Almeida, tendo efetuado apenas 342 minutos no campeonato. Os seus desempenhos nunca entusiasmaram os benfiquistas, mas foi quando estes mais tremeram pela presença do jogador em campo que este mostrou a sua melhor versão, diante do Sporting, em Alvalade, na 33.ª jornada.



No verão do ano passado, o Sporting decidiu trocar de laterais esquerdos. Abdicou de Zeegelaar e Jefferson para recrutar Fábio Coentrão por empréstimo e fazer regressar Jonathan Silva. Dadas as dispensas de dois jogadores que davam algumas garantias, esperava-se que o lateral sul-americano voltasse a Alvalade revigorado após um ano e meio emprestado ao Boca Junior, mas o que se assistiu foi a uma desilusão completa. Quando teve de ir a jogo, o internacional argentino esteve inseguro com bola e tornou a equipa insegura nos momentos defensivos. Em janeiro, foi cedido à Roma, num negócio que contemplava uma cláusula de compra obrigatória de 5,2 milhões de euros mediante a realização de sete jogos pelos romanos, o que não veio a acontecer.


Médios:


Irmão do internacional ganês Sulley Muntari, que brilhou ao serviço de Udinese, Portsmouth, Inter e Milan, Sulley Muniru tinha no currículo passagem bem-sucedidas por clubes importantes na Roménia como o Cluj e o Steaua Bucareste. Contudo, apenas conseguiu ir a jogo quatro vezes pelo Tondela, e em nenhum encontro cumpriu os 90 minutos. Na estreia a titular, cometeu um erro incrível que ditou o golo do FC Porto numa derrota por 0-1 no Estádio do Dragão.



A viver a quinta temporada no futebol português, ainda não foi desta que Ryan Gauld se afirmou. Após ter visto na época anterior o seu bem-sucedido empréstimo ao Vitória de Setúbal ser interrompido a meio, em 2017/18 esteve cedido ao Desp. Aves, onde não conseguiu convencer qualquer um dos três treinadores que passaram pelo clube de Santo Tirso. Na I Liga, alinhou em 18 jogos (500 minutos), mas apenas cinco foram enquanto titular. Aos 22 anos, o médio escocês começa cada vez mais a justificar o rótulo de promessa adiada.



Após dois empréstimos em épocas não consecutivas por parte do Atlético Madrid ao FC Porto, os dragões decidiram avançar para a compra do passe de Óliver Torres por 20 milhões de euros, igualando o recorde de transferências do clube – registado dois anos antes, com… Imbula. O que se viu na pré-época e no início da temporada dava a entender que o médio espanhol teria tudo para ser um elemento central na manobra ofensiva da formação orientada por Sérgio Conceição, com a missão de ligar setores e corredores. Também na hora de defender, esperava-se o jovem centrocampista fosse uma peça nuclear para a pressão alta do bloco portista. No entanto, Óliver revelou não ter pedalada para essas funções, e acabou por perder a titularidade para Herrera, não tendo sequer chegado aos mil minutos na I Liga – cumpriu 930, em 19 jogos, dos quais apenas oito enquanto titular.


Atacantes:


Poucos deverão lembrar-se, mas no passado verão Gabrielzinho foi apresentado no Rio Ave como o reforço mais caro da história do clube, com o custo de 800 mil euros. Passado um ano, quem estará a rir-se são os responsáveis do Linense, emblema paulista que em 2017 apenas tinha competido nos campeonatos estaduais. O extremo brasileiro de 22 anos não foi além de 214 minutos no campeonato português, divididos por 11 jogos – apenas em um foi titular.



Continuando nos Gabriéis, Gabriel Barbosa esteve na mira do Sporting mas acabou como reforço do Benfica no último verão, por empréstimo do Inter de Milão, clube que um ano antes pagou quase 30 milhões de euros pelos serviços de Gabigol. Mas na Luz, tal como no Giuseppe Meazza, revelou-se um autêntico flop. No que à I Liga diz respeito, alinhou apenas 13 minutos, na derrota no Bessa diante do Boavista (1-2), e foi quatro vezes suplente não utilizado. Sem surpresa, foi recambiado em janeiro para os nerazzurri, que por sua vez cederam ao Santos, clube em que o avançado brasileiro de 21 anos foi formado.



Três vezes melhor marcador da liga suíça e duas da liga russa, Seydou Doumbia era o típico reforço que oferecia garantias à equipa do Sporting. Se nas taças e nas competições europeias ainda conseguiu marcar oito golos, no campeonato foi uma autêntica desilusão. Completou a época sem um único remate certeiro na I Liga, em 14 jogos – apenas quatro a titular – e 508 minutos. O avançado costa-marfinense nunca foi como Soares ou Jiménez, que conseguiam entrar no decorrer das segundas partes e resolver jogos de FC Porto e Benfica, e também por aí esteve a diferença entre os grandes, uma vez que os leões mostraram-se demasiado dependentes de Bas Dost.


Treinador:

Miguel Leal não é dos mais conceituados treinadores portugueses, mas tem feito bons trabalhos por onde tem passado. Promoveu o Penafiel à I Liga em 2013/14 e nas duas épocas seguintes guiou o Moreirense a dois campeonatos muito tranquilos entre a elite do futebol nacional. Em 2016/17, começou a temporada sem clube, mas substituiu Erwin Sánchez no Boavista à passagem da 7.ª jornada, com a equipa em 12.º lugar, e levou à 9.ª posição, a sete pontos da zona europeia. Esperava-se que esta temporada pudesse cimentar ainda mais os axadrezados na primeira metade da tabela e afirmar-se definitivamente no patamar maior do futebol português, mas acabou por ser demitido à 5.ª ronda, após quatro derrotas. Entretanto, Jorge Simão pegou nos boavisteiros e levou-os ao 8.º lugar, enquanto Miguel Leal tentou a subida de divisão pelo Arouca, algo que acabou por falhar.











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