Os vencedores de Liga Europa, Liga dos Campeões e Campeonato do Mundo |
A pergunta é aberta, certamente
suscitará um amplo número de respostas, mas no início da década contemplava
apenas uma (very) shortlist: José
Mourinho e Pep Guardiola. Com o passar dos anos, ambos foram perdendo algum
terreno na corrida ao trono.
O português tem falhado a
conquista da Liga dos Campeões desde 2010, quando a conseguiu ao leme do Inter
de Milão, mesmo tendo passado por dois clubes que, no seu conjunto, venceram a
prova por quatro vezes nas últimas seis edições: Real Madrid e Chelsea.
E de ambos saiu na mó de baixo.
Já o espanhol, que renovou o
futebol do Barcelona e construiu uma das melhores equipas de sempre com o tiki-taka como modelo, tem falhado a Champions desse 2011, mesmo tendo
estado, aparentemente, nos clubes ideais para a conseguir. Cumpriu os mínimos
no Bayern
Munique – leia-se vencer a Bundesliga –, mas o desempenho na liga
milionária e o primeiro ano no Manchester City são uma mancha no currículo.
Estes dois ainda merecerão
integrar a lista dos melhores do mundo, que é neste momento mais alargada, mas
sem haver um nome que sobressaia. É verdade que Zinédine Zidane se tornou o
primeiro treinador a ser bicampeão europeu desde que a Champions tem este formato, mas um ano e meio de experiência é
escasso para merecer tal distinção – ainda que seja o favorito a recebê-la nos
prémios da FIFA. Afinal, não conseguiu algo notável com uma equipa frágil nem
criou um padrão de jogo inovador ou indestrutível. Os méritos do francês no
Real Madrid estão relacionados com a gestão de balneário e a forma como
equilibrou a equipa com a aposta em Casemiro e a retirada de um médio mais
ofensivo, para mal de Isco e James Rodríguez.
Também por Espanha, há Diego
Simeone, que tornou o até então outsider
Atlético Madrid numa das equipas mais poderosas da Europa. Quem julgava ser
possível que, nos tempos que correm, alguém se intrometesse na luta entre
Barcelona e Real Madrid e conseguisse conquistar o título espanhol? Quem
julgava ser possível ver os colchoneros
em duas finais da Liga dos Campeões em três anos? El Cholo construiu uma formação pragmática, explorou como nunca
momentos à parte do jogo como as bolas paradas e potenciou jogadores que talvez
não tivessem pensado atingir um nível tão alto, como Juanfran, Godín, Miranda,
Filipe Luís, Gabi, Koke ou Diego
Costa. Faltar-lhe-á alguma nota artística e, acima de tudo, uma Champions.
Por falar em Champions, Carlo Ancelotti é o único treinador no ativo que já
levantou por três vezes a taça das orelhas grandes, algo que obrigatoriamente o
coloca na discussão. E ainda foi campeão em Itália, França, Inglaterra e
Alemanha, embora aparentemente seja um técnico mais vocacionado para as
competições a eliminar.
Por outro lado, o campeão mundial
Joachim Low não pode ser esquecido. Desde que comanda a seleção alemã, que esta
atinge pelo menos as meias-finais das grandes competições, algo que aconteceu
nos Europeus de 2008, 2012 e 1016, nos Mundiais de 2010 e 2014
e até na Taça das Confederações de 2017, que até acabou por vencer. Contudo, é
difícil e ingrato comparar o seu trabalho ao de um treinador que está
constantemente no terreno.
Já vamos em seis nomes, mas a
lista pode crescer facilmente. O que Jorge Sampaoli, Leonardo Jardim, Antonio
Conte, Jürgen Klopp e Mauricio Pochettino têm feito por onde têm passado é
muito meritório. Claudio Ranieri operou um verdadeiro milagre no Leicester. Luis
Enrique conquistou tudo pelo Barcelona bem recentemente. Massimiliano Allegri
levou a Juventus a duas finais da Champions em três anos, devolvendo a vecchia signora a um palco que já não
pisava desde 2003. E se pusermos um pouco de lado os resultados e relevarmos a
nota artística, temos de fazer menções honrosas a treinadores aos quais
associamos futebol atrativo, casos de Marcelo Bielsa e Jorge
Jesus.
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