Guilherme, 29 anos, no Lokomotiv desde 2007 |
Tive a oportunidade de estar quinta-feira
no Estádio José Alvalade a assistir ao jogo entre Sporting e Lokomotiv (1-3
para os russos), para a 1.ª jornada da fase de grupos da Liga Europa. Sentei-me
na bancada central, praticamente em frente a uma das áreas (a da baliza norte),
onde pude ver de perto o trabalho dos guarda-redes.
Na segunda parte apareceu-me o
guardião dos moscovitas pela frente, o brasileiro Guilherme. Terá feito, no
máximo, um par de defesas complicadas, mas mostrou o suficiente para me encher
as medidas.
Não pela dificuldade de tais
intervenções, mas sim pela abordagem aos cruzamentos. Não é daqueles que fica
entre os postes e por baixo da trave com medo de avançar uns metros e
comprometer. Esses, que não arriscam, a olho nu dificilmente são considerados
culpados de golos sofridos nesse tipo de lances. Porquê? Porque ficam longe,
deixando que sejam os colegas da linha defensiva considerados réus.
Esses, que não defendem,
defendem-se, o que nem sempre é percecionado. Guilherme não pertence a esse
lote. Vi-o sair da baliza, avançar vários metros e fazer uso do seu 1.97m para
agarrar – e não socar, outra forma dos guarda-redes se defenderem – a bola, em
zonas onde defesas do Lokomotiv e avançados do Sporting deveriam discutir o
esférico nas alturas. E digo deveriam discutir porque o brasileiro, muito
seguro, nem permitia discussão.
Este tipo de pormenores não são
tão vistosos quanto aquelas estiradas espetaculares, nem sequer aparecem nos
resumos dos jogos, mas feitas as contas, também valem pontos.
A amostra foi pequena, mas deu
para ver que se trata também de um guarda-redes experiente e matreiro (ou não
tivesse queimado algum tempo e consequentemente arrefecido o ritmo de jogo),
com um bom jogo de pés.
Após pesquisa, fico a saber que
tem 29 anos e está há oito no Lokomotiv, onde é um dos favoritos dos adeptos. Nunca
foi internacional e pergunto: Haverá muitos guarda-redes brasileiros melhores
do que ele? Dunga, no mínimo, deve estar atento.
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