Com uma formação divida entre
o CAC da Pontinha, Benfica e Belenenses, foi nos azuis do Restelo que Rúben
Filipe Marques Amorim se estreou no principal escalão, com apenas dezoito anos
e pela mão de Vladislav Bogicevic.
Por Belém passaram outros
treinadores, como Carlos Carvalhal, José Couceiro e Jorge Jesus, e Amorim
foi-se estabelecendo como titular no meio-campo. Com muitos jogos nas pernas e
presenças na seleção de Sub-21 (esteve inclusivamente no Europeu de 2007 da
categoria), a sua reputação foi subindo, e o regresso à Luz foi algo que
aconteceu com normalidade.
Se na primeira época de águia
ao peito foi titular indiscutível, preferencialmente como médio-ala direito, sob
o comando de Quique Flores, com a chegada de Jorge Jesus, técnico com
responsabilidades no seu processo de crescimento no Belenenses, foi perdendo
algum espaço.
A chegada de Ramires tornou
complicada a sua entrada no onze inicial, e Amorim passou a ser visto como um
jogador polivalente útil no banco de suplentes. Ora a lateral-direito,
médio-centro ou médio-ala, conseguia cumprir, evidenciando qualidade, mas sem
conseguir sobressair perante a concorrência.
Ainda assim, jogou muitas vezes e beneficiou
de o Benfica ter sido campeão para ser chamado à seleção portuguesa que
disputou o Mundial 2010, na África do Sul, rendendo o lesionado Nani.
Em 2010/11 e 2011/12, com
algumas lesões à mistura, parecia iniciar a curva descendente da sua carreira,
jogando cada vez com menor regularidade. Em Janeiro de 2012, depois de ser
castigado pelo clube por alegadamente se recusar a treinar e mostrar
divergências com o seu treinador, foi emprestado por ano e meio ao Sp. Braga.
Se na primeira meia-época no
Minho continuava com o rótulo de suplente útil, às ordens de Leonardo Jardim,
foi sob a orientação de José Peseiro que voltou a emergir como titular. A
entrada no onze fez-se do lado esquerdo do meio-campo, com o objetivo de dar
capacidade de posse de bola aos bracarenses.
A temporada 2012/13 correu
bastante bem, e Rúben Amorim, para além de ser presença assídua nos convocados
de Paulo Bento no período pós-EURO 2012, recebeu um inesperado bilhete de
regresso ao seu clube de coração.
Desde o primeiro jogo de
campeonato que Jorge Jesus tem mostrado contar com o polivalente jogador, que
neste início de época se parece ter fixado como médio-centro, conseguindo ser
titular mais vezes do que seria expectável.
Com 28 anos, parece ter concluído
o seu processo de maturação. É hoje um futebolista que pode desempenhar ao mais
alto nível as funções de box-to-box,
com grande intensidade a exercer pressão, ritmo alto com a bola nos pés,
fazendo circular o esférico com velocidade e fluidez, e capacidade e critério
de passe.
Ao contrário de outros, não desaparece
nos jogos grandes, mas sim o oposto, cresce nos mesmos! Disso são exemplos os dérbis
disputados já em 2012/14 frente ao Sporting e o jogo na Grécia diante do
Olympiacos.
Por direito próprio, poderá ser uma das peças-chave no 4x3x3 de Jesus, compondo o trio de centrocampistas com Matic e Enzo Pérez, e a principal alternativa a João Moutinho e Raúl Meireles no meio-campo da seleção nacional.
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