terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Do Brasil de 82 e de maior goleador do São Paulo ao Marítimo. Quem se lembra de Serginho Chulapa?

Serginho Chulapa disputou cinco jogos pelo Marítimo em 1987
Nada ganhou, mas há muitos que defendem que a seleção brasileira de 1982 era a que melhor futebol jogou. Era uma equipa que tinha Zico, Sócrates, Falcão, Toninho Cerezo e… Serginho Chulapa, avançado titular que se viria a tornar nesse ano no melhor marcador de sempre da história do São Paulo, com 242 golos. Cinco anos depois, teve uma curtíssima, mas bem-sucedida passagem pelo Marítimo: cinco jogos, quatro golos.
 
Ponta de lança de elevada estatura (1,94 m), nasceu a 23 de dezembro de 1953 e cresceu no bairro da Casa Verde, em São Paulo. Chegou a passar pelas camadas jovens da Portuguesa, mas foi no São Paulo que concluiu a formação e fez história na equipa principal, entre 1973 e 1982. Os registos indicam que nesse período apontou 242 golos em 399 jogos, o que faz dele o melhor marcador de sempre da história do clube, tendo ainda conquistado um campeonato brasileiro (1977) e três paulistas (1975, 1980 e 1981).
 
Paralelamente, chegou a ser convocado por Claudio Coutinho para a seleção brasileira que disputou o Mundial 1978, mas acabou por ficar de fora devido a castigo, pois teve de cumprir um ano de suspensão por agredir um fiscal de linha. Contudo, tornou-se internacional A no ano seguinte e foi chamado para o Campeonato do Mundo de 1982, aproveitando uma lesão de Careca para se fixar como titular dessa mítica equipa que encantou tudo e todos com um futebol requintado. Embora tivesse marcado dois golos em cinco jogos no torneio disputado em Espanha – semanas antes, apontou um póquer ao Belenenses no Jamor numa goleada do escrete por 12-3 (!) em partida de preparação –, foi sempre visto como um corpo estranho no meio de tantos craques.
 
Curiosamente, após o Campeonato do Mundo começou a perder alguma importância no São Paulo, com algumas idas ao banco de suplentes, o que o levou a ingressar pela primeira de quatro vezes no vizinho Santos em 1983 – voltaria ao peixe em 1986, 1988 e 1989. Pelo clube de Pelé venceu um campeonato paulista (em 1984) e sagrou-se melhor marcador do campeonato brasileiro logo no ano de estreia (com 22 golos).
 
 
Entre essas quatro passagens pela Vila Belmiro passou sem sucesso pelo Corinthians em 1985, quando o timão ganhou o apelido de “seleção corintiana”, e teve uma curta experiência no Marítimo entre março e maio de 1987. Em dois meses nos Barreiros apontou quatro golos – bisou ao Belenenses e marcou também a Académica e Sp. Braga – em cinco jogos, ajudando os insulares a assegurar a permanência.
 
 
Na fase final da carreira representou ainda os turcos do Malatyaspor (1988) e voltou ao Brasil para vestir as camisolas de Portuguesa Santista (1991), São Caetano (1991 a 1993) e Atlético Sorocaba (1993), tendo pendurado as botas aos 40 anos.
 
Além de golos, Serginho Chulapa colecionou confusões: agrediu um fiscal de linha após lhe ter sido anulado um golo ao Botafogo por alegado fora de jogo em fevereiro de 1978; chutou uma bola contra o banco do Corinthians, motivando uma batalha campal num jogo pelo São Paulo em 1979; agrediu o guarda-redes Emerson Leão, do Grêmio, num jogo pelo São Paulo em 1981; trocou socos com o defesa Mauro, do Corinthians, num jogo pelo Santos em 1983; agrediu repórteres que estavam em campo após a final do campeonato brasileiro entre Santos e Flamengo em 1983; e agrediu o lateral Zé Teodoro, do São Paulo, num encontro pelo Santos em 1990.
 
 
Após encerrar a carreira de futebolista iniciou a de treinador, mas teve pouco sucesso. Foi adjunto e técnico principal do Santos e comandou também União São João, São Caetano, Sãocarlense e Portuguesa Santista. Também nessa função se envolveu em polémicas, ao dar uma cabeçada a um jornalista após uma derrota do Santos com o Corinthians em 1994. 



 




Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...