A minha primeira memória de… um jogo entre Vitória de Guimarães e equipas suíças
Vimaranense Moreno e 'helvético' Carlitos em disputa de bola
Só por duas vezes o Vitória
de Guimarães discutiu eliminatórias com equipas suíças. A primeira vez foi
na Taça Intertoto em 1974, quando os vimaranenses
afastaram tranquilamente o Neuchâtel Xamax. Ainda eu não era nascido. A segunda foi 34 anos depois,
naquele que poderia ter sido o momento alto da história dos minhotos:
um duplo confronto com o Basileia na terceira pré-eliminatória da Liga
dos Campeões.
O favoritismo estava do lado dos
helvéticos, que nos anos anteriores tinham quase sempre superado a fase de
grupos da prova europeia na qual estavam inseridos. E também contavam com
alguns internacionais pela Suíça, que já na altura começava a ser presença assídua em fases finais de grandes
torneios, e com o internacional sub-21 português Carlitos.
Mas o Vitória
de Manuel
Cajuda, 3.º classificado na I
Liga na época anterior (à frente do Benfica), não se fez rogado e não foi
inferior no conjunto das duas mãos.
Em Guimarães, no primeiro jogo,
houve empate a zero. Os jogadores vimaranenses
acusaram a ansiedade do momento, inédito para todos eles, e ficaram a
queixar-se de dois penáltis por assinalar e de um cartão vermelho por mostrar a
Stocker. “Nem sempre querer é poder. Esta
é a lição que o Vitória
pode extrair do nulo consentido em Guimarães, na primeira mão da terceira
pré-eliminatória da Liga
dos Campeões, em que teve como parceiro o Basileia da Suíça. Desta vez, a
vontade traiu o esforço dos jogadores vimaranenses,
que acusaram a responsabilidade de um jogo considerado histórico para o clube.
O problema foi que os vitorianos ainda estão verdes. Falta-lhes ritmo
competitivo para uma prova como a Champions
e falta-lhes também traquejo europeu, fatores em que o Basileia se mostrou
superior. Já tem vários jogos oficiais nas pernas e não é novo nestas
andanças...”, escreveu o Jornal de Notícias.
Se o primeiro encontro teve
decisões polémicas da equipa de arbitragem que prejudicaram o Vitória,
a partida disputada na Suíça motivou um autêntico motim por parte dos vimaranenses.
Já passaram muitos anos, mas o sentimento de injustiça continua bem presente. Depois
de Stocker ter adianto os helvéticos aos 11 minutos, Fajardo empatou aos 15’ na
conversão de uma grande penalidade, deixando a equipa portuguesa na frente da
eliminatória. Derdiyok devolveu a vantagem ao Basileia aos 54’, mas o Vitória
reduziu e chegou novamente ao golo aos 87’, por Roberto. Contudo, o lance foi
anulado por fora de jogo… inexistente.
“Terminou o sonho do Vitória.
O clube do Minho deveria estar, a esta hora, a festejar o apuramento para a Liga
dos Campeões. Mas ontem, na Suíça, um tremendo erro de arbitragem decidiu
tudo a favor do Basileia. O Vitória
não conseguiu sair vivo de Basileia. Os minhotos
terminaram em lágrimas, de cabeça perdida, justificadamente. O Saint Jakob-Park,
o inferno onde Portugal
sucumbiu frente à Alemanha,
no Euro
2008, voltou a ser anfiteatro assombrado para uma equipa nacional. Por
culpa da equipa de arbitragem liderada pelo holandês Pieter Vink, que, no
último minuto do tempo regulamentar, anulou um golo limpo a Roberto,
assinalando um fora-de-jogo que não existiu. E estava tanta coisa em jogo. Neste
caso, uma vaga na fase de grupos da Liga
dos Campeões”, escreveu o Jornal de Notícias.
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