Golaço de Tello decidiu jogo de pré-época com o Newcastle |
Falar das minhas primeiras
memórias de jogos do Sporting em Inglaterra é recordar a época 2004/05. Depois
de estágios nas pré-temporadas anteriores no centro da Europa, em países como
França ou Suíça, os leões então orientados por José Peseiro rumaram a terras de
sua majestade, onde permaneceram cerca de uma semana.
O primeiro encontro do estágio,
diante do Crystal Palace (0-1), então recém-promovido à Premier League, não foi
transmitido em Portugal.
O mesmo já não aconteceu três
dias depois, a 31 de julho, quando o Sporting defrontou o Feyenoord em St.
James Park, em partida do torneio The Newcastle Gateshead Cup. Recordava-me da
existência desse jogo e até que tinha havido um empate, mas já não me lembrava do
resultado exato (1-1, 4-3 para os verde e brancos nas grandes penalidades) e
muito menos que tinha sido Hugo a marcar o golo da equipa portuguesa.
Porém, tinha bem presente o que
se passou no dia seguinte, quando o Sporting defrontou a equipa anfitriã na
final da prova, que também incluía o Glasgow Rangers. A formação leonina ganhou
por 1-0 a um Newcastle que na altura era um dos clubes de topo em Inglaterra,
presença assídua nas competições europeia e orientado pelo antigo treinador
sportinguista e portista Bobby Robson, graças a um grande golo de Rodrigo
Tello, através de um remate do meio da rua.
Três dias depois, o Sporting
voltou a jogar naquele país, frente ao Blackburn Rovers (1-0), num jogo que não
teve transmissão televisiva e que foi um “até já” a Inglaterra.
Um “até já” porque, em jogos a
valer, os leões haveriam de voltar mais três vezes à ilha britânica – duas das
quais ao St. James Park - naquela temporada que culminou com a ida à final da
Taça UEFA, frustrantemente perdida em Alvalade para o CSKA Moscovo (1-3).
O primeiro dos regressos ocorreu
a 16 de dezembro, num encontro a contar para a fase de grupos da prova europeia.
Pela primeira vez nessa época, num formato que haveria de durar até 2008/09,
cada grupo era composto por cinco equipas, que se defrontavam apenas uma vez –
cada uma fazia dois jogos em casa e dois fora. Depois de ter vencido os gregos
do Panionios (4-1) e perdido ante os franceses do Sochaux (0-1) em Alvalade e
ter goleado o Dínamo Tbilissi por 4-0 na Geórgia, os leões visitaram o
Newcastle, que já tinha o antigo treinador benfiquista Graeme Souness no
comando técnico, praticamente já apurados para a fase a eliminar.
Não me recordo muito bem do jogo
e não tenho a certeza se realmente o terei visto de fio a pavio, mas lembro-me
bem do resultado (1-1), embora só uma pesquisa me tenha elucidado sobre os
marcadores dos golos. Craig Bellamy para os magpies
(cinco minutos), Custódio para os leões (39’).
Na fase a eliminar, os leões
começaram por afastar o… Feyenoord, em mais um reencontro antes de novo
regresso a Inglaterra, desta feita ao terreno do Middlesbrough, uma equipa
dotada de alguns nomes sonantes como Mark Schwarzer, Michael Reiziger, Gareth
Southgate, Stewart Downing, Doriva, Boudewijn Zenden ou Jimmy Floyd Hasselbaink
e orientada por Steve McClaren, na altura um treinador em ascensão no futebol
inglês. O encontro da primeira mão estava agendado para o Estádio Riverside, onde
naquela época o boro só tinha perdido
até então ante o Chelsea de José Mourinho e o Manchester United de Cristiano Ronaldo – depois do jogo com o Sporting, a 10 de março, foi derrotado em casa
também por Southampton e Arsenal.
A jogar em casa de um adversário
de peso, o Sporting foi para intervalo empatado a zero, o que já não era nada
mau. No entanto, os primeiros 20 minutos da segunda parte foram demolidores,
com Pedro Barbosa (49’), Liedson (53’) e Douala (65’) a colocarem o Sporting a
vencer por 3-0. Entretanto, Job (79’) e Riggott (86’) reduziram para os
ingleses e foram a Alvalade ainda a sonhar.
Em
Alvalade, novo triunfo leonino (1-0) selou a passagem aos quartos-de-final,
etapa em que o adversário seria o… Newcastle. Depois de uma vitória e de um
empate diante dos magpies em St.
James Park naquela época, os leões foram derrotados pela primeira vez (0-1). É
verdade que o Newcastle estava a fazer uma temporada aquém das expetativas, na
segunda metade da tabela em Inglaterra, mas não deixava de ser um conjunto com
fortes argumentos, com nomes como os internacionais irlandeses Shay Given e Stephen
Carr, os ingleses Kieron Dyer, Jermaine Jenas, Shola Ameobi, Lee Bowyer e Nicky
Butt, o francês Laurent Robert, o nigeriano Celestine Babayaro, o holandês Patrick
Kluivert e um goleador que continuava a dar cartas aos 34 anos, Alan Shearer.
Foi
precisamente Shearer, melhor marcador dessa edição da Taça UEFA com onze golos –
mais dois do que Liedson -, que apontou o único golo do encontro, aos 37
minutos.
O
resultado negativo da primeira mão só serviu para tornar épico o jogo de
Alvalade, disputado uma semana depois, a 14 de abril. O Sporting esteve a
perder em casa por 1-0 e viu-se obrigado a marcar três golos e não sofrer mais,
mas ainda numa jornada europeia memorável venceu por 4-1 e qualificou-se para
as meias-finais.
E para o caro leitor, qual foi o primeiro jogo do Sporting em Inglaterra de que tem memória? E quais foram os melhores e mais marcantes jogos do Sporting em Inglaterra?
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