Gelson Martins é,
indubitavelmente, o jogador mais desequilibrador deste Sporting. A sua
qualidade individual serve para ultrapassar e contornar defesas, abrindo
espaços e caminhos para a baliza adversária, dando um plus ao jogo ofensivo montado por Jorge
Jesus.
O extremo de 22 anos tem, como
nenhum outro no plantel, um vasto reportório de fintas, contrastando com as
características de Acuña ou Bruno César, e conseguindo ser (muito) mais
preponderante do que Daniel Podence e Iuri
Medeiros.
Contudo, ao contrário do argentino
– com quem partilha o estatuto de titular -, que tem como principais armas a
assertividade e a qualidade nos cruzamentos, o internacional português ainda
está muito verde na definição dos lances. É comum, depois de tirar um oponente
do caminho, perder algum tempo ou voltar para trás, permitindo o
reposicionamento do defensor. Ou então, na hora H de último passe ou remate,
acabar por decidir a opção mais errada.
Se é verdade que o ecrã do
futebol de Gelson é bem colorido, e que por isso JJ
e Fernando Santos lhe pedem constantemente para ir para cima dos defesas, é
igualmente válido que a esse monitor falta alta definição (HD). Por seu lado, o
jogo de Acuña é uma espécie de televisor a preto e branco mas em HD, o de Bruno
César é um daqueles pequenos e antigos mas que serve na maravilha para ter num
quarto, o de Podence tem consistentes intermitências e o de Iuri
Medeiros não dá sinal.
A crítica nem vem na melhor
altura, porque deu uma “bola fantástica” - como o holandês reconheceu – a Bas Dost na recente vitória caseira sobre o Olympiakos (3-1), mas se o luso-cabo-verdiano
quer fazer face à concorrência de Bernardo
Silva, Ricardo Quaresma e de um Gonçalo Guedes em ascensão com vista a um
lugar no Mundial 2018, terá de melhorar os seus níveis de resolução.
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