Haris Seferovic chegou este verão
ao Benfica a custo zero, depois de números modestos em quase todos os clubes
por onde passou – marcou onze golos na melhor época da carreira – e com um
perfil que parecia encaixar numa boa sombra para Jonas. Contudo, o
internacional suíço tem mostrado bem mais do que aquilo que se perspetivava e
formado uma dupla temível com o avançado brasileiro, relegando Raul Jiménez e
Mitroglou para um plano secundário.
À primeira vista, as
características são idênticas às de Jonas, com quem tem revelado
compatibilidade e complementaridade, num entendimento que vai funcionando às
mil maravilhas. Tal como o internacional canarinho, o helvético não se fixa na
área. Gosta de vagabundear pelo último terço do terreno. Recua e vai às alas,
colabora na elaboração dos ataques e aparece na zona de finalização. E como são
os dois parecidos nesse aspeto, vão alternando papéis, o que para as defesas
adversárias é uma enorme dor de cabeça.
Seferovic não terá a classe do
companheiro de ataque, mas tem uma prontidão de remate e uma força no pé esquerdo
que fazem lembrar outro goleador da história recente dos encarnados: Oscar
Cardozo. O antigo dianteiro de Fiorentina, Real Sociedad e Eintracht Frankfurt
também não é de preciosismos na altura de atirar a baliza. Assim que a bola lhe
aparece a jeito, diz “cá vai disto!” e puxa a culatra atrás, tal como o Tacuara.
O perfil do reforço encarnado
também não anda longe do de Lima, com quem tem semelhanças até pelo impacto
inicial de águia ao peito. Ambos chegaram, viram e desataram a marcar. O suíço foi o elemento da equipa mais em foco
na pré-época e leva dois golos em tantas outras partidas oficiais na nova
época. O brasileiro teve um arranque parecido em 2012/13, entrando já com o
comboio em andamento mas registando oito remates certeiros nos primeiros dez
encontros – terminaria a temporada com 30 golos em 49 jogos.
A mobilidade, veia goleadora e
capacidade de entendimento com um outro companheiro de ataque encaixa na ideia de
atacante-tipo preconizada na Luz por Jorge Jesus e à qual Rui Vitória tem dado
seguimento. Saviola e Rodrigo foram os outros avançados dessa linhagem que
tiveram sucesso de encarnado.
É um jogador de equipa, móvel, lutador, remata bem com os dois pés e veio acrescentar mais ao Benfica. É mais móvel do que Mitroglou e mais requintado do que Raul Jiménez. Não tirando o mérito aos dois, temos avançado!
ResponderEliminarParece ser um jogador muito interessante.
ResponderEliminarUm abraço.
Autógrafos Futebol
Ainda sobre o arranque de época de Seferovic:
ResponderEliminar"Ao terceiro jogo, Haris Seferovic fez o terceiro golo com a camisola do Benfica. O suíço já tinha marcado ao Vitória de Guimarães na Supertaça e ao SC Braga na primeira jornada da Liga, igualando um feito que ninguém conseguia no Benfica desde o espanhol Nolito, há seis anos. Mas para igualar Nolito, Seferovic ainda terá de conseguir mais dois jogos a marcar: é que o extremo espanhol marcou nas primeiras cinco partidas pelo Benfica. Abriu o ativo nos 2-0 em casa ao Trabzonspor, a 27 de Julho; repetiu a proeza no empate na Turquia (1-1), a 3 de Agosto e no empate (2-2) frente ao Gil Vicente, em Barcelos, na abertura da Liga, a 12 de Agosto; fez o segundo golo em novo empate (outra vez 2-2) frente ao Twente, na Holanda, a 16 de Agosto; e voltou a abrir o marcador nos 3-1 em casa ao Feirense, na segunda ronda do campeonato, a 20 de Agosto. A primeira vez que Nolito ficou em branco foi a 24 de Agosto, na vitória caseira face ao Twente, a 24 de Agosto.
- Nunca na sua carreira Seferovic tinha chegado tão depressa aos três golos numa época. Na temporada passada, por exemplo, só marcou o terceiro a 8 de Fevereiro, numa vitória do Eintracht Frankfurt (2-1) no terreno do Hannover, a contar para a Taça da Alemanha. O melhor registo do avançado suíço neste particular é o de 2014/15, quando fez o terceiro golo a 23 de Setembro, num empate caseiro do Eintracht contra o Mainz (2-2). É também a primeira vez que marca nos primeiros três jogos oficiais de uma época, ainda que já por duas ocasiões tivesse podido celebrar golos em nome próprio nas duas partidas inaugurais: em 2013/14, pela Real Sociedad (golos ao Getafe, na primeira jornada da Liga, e ao Olympique Lyon, no play-off da Champions) e em 2014/15, pelo Eintracht (golos ao Viktoria Berlim, para a Taça, e ao SC Friburgo, na abertura da Bundesliga)."
António Tadeia, in Bancada