sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Uns pozinhos de Jonas e Cardozo e o impacto inicial de Lima: eis Seferovic

Pé esquerdo de Seferovic tem dado que falar
Haris Seferovic chegou este verão ao Benfica a custo zero, depois de números modestos em quase todos os clubes por onde passou – marcou onze golos na melhor época da carreira – e com um perfil que parecia encaixar numa boa sombra para Jonas. Contudo, o internacional suíço tem mostrado bem mais do que aquilo que se perspetivava e formado uma dupla temível com o avançado brasileiro, relegando Raul Jiménez e Mitroglou para um plano secundário.

À primeira vista, as características são idênticas às de Jonas, com quem tem revelado compatibilidade e complementaridade, num entendimento que vai funcionando às mil maravilhas. Tal como o internacional canarinho, o helvético não se fixa na área. Gosta de vagabundear pelo último terço do terreno. Recua e vai às alas, colabora na elaboração dos ataques e aparece na zona de finalização. E como são os dois parecidos nesse aspeto, vão alternando papéis, o que para as defesas adversárias é uma enorme dor de cabeça.


Seferovic não terá a classe do companheiro de ataque, mas tem uma prontidão de remate e uma força no pé esquerdo que fazem lembrar outro goleador da história recente dos encarnados: Oscar Cardozo. O antigo dianteiro de Fiorentina, Real Sociedad e Eintracht Frankfurt também não é de preciosismos na altura de atirar a baliza. Assim que a bola lhe aparece a jeito, diz “cá vai disto!” e puxa a culatra atrás, tal como o Tacuara.

O perfil do reforço encarnado também não anda longe do de Lima, com quem tem semelhanças até pelo impacto inicial de águia ao peito. Ambos chegaram, viram e desataram a marcar.  O suíço foi o elemento da equipa mais em foco na pré-época e leva dois golos em tantas outras partidas oficiais na nova época. O brasileiro teve um arranque parecido em 2012/13, entrando já com o comboio em andamento mas registando oito remates certeiros nos primeiros dez encontros – terminaria a temporada com 30 golos em 49 jogos.

A mobilidade, veia goleadora e capacidade de entendimento com um outro companheiro de ataque encaixa na ideia de atacante-tipo preconizada na Luz por Jorge Jesus e à qual Rui Vitória tem dado seguimento. Saviola e Rodrigo foram os outros avançados dessa linhagem que tiveram sucesso de encarnado.








3 comentários:

  1. É um jogador de equipa, móvel, lutador, remata bem com os dois pés e veio acrescentar mais ao Benfica. É mais móvel do que Mitroglou e mais requintado do que Raul Jiménez. Não tirando o mérito aos dois, temos avançado!

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  2. Ainda sobre o arranque de época de Seferovic:

    "Ao terceiro jogo, Haris Seferovic fez o terceiro golo com a camisola do Benfica. O suíço já tinha marcado ao Vitória de Guimarães na Supertaça e ao SC Braga na primeira jornada da Liga, igualando um feito que ninguém conseguia no Benfica desde o espanhol Nolito, há seis anos. Mas para igualar Nolito, Seferovic ainda terá de conseguir mais dois jogos a marcar: é que o extremo espanhol marcou nas primeiras cinco partidas pelo Benfica. Abriu o ativo nos 2-0 em casa ao Trabzonspor, a 27 de Julho; repetiu a proeza no empate na Turquia (1-1), a 3 de Agosto e no empate (2-2) frente ao Gil Vicente, em Barcelos, na abertura da Liga, a 12 de Agosto; fez o segundo golo em novo empate (outra vez 2-2) frente ao Twente, na Holanda, a 16 de Agosto; e voltou a abrir o marcador nos 3-1 em casa ao Feirense, na segunda ronda do campeonato, a 20 de Agosto. A primeira vez que Nolito ficou em branco foi a 24 de Agosto, na vitória caseira face ao Twente, a 24 de Agosto.



    - Nunca na sua carreira Seferovic tinha chegado tão depressa aos três golos numa época. Na temporada passada, por exemplo, só marcou o terceiro a 8 de Fevereiro, numa vitória do Eintracht Frankfurt (2-1) no terreno do Hannover, a contar para a Taça da Alemanha. O melhor registo do avançado suíço neste particular é o de 2014/15, quando fez o terceiro golo a 23 de Setembro, num empate caseiro do Eintracht contra o Mainz (2-2). É também a primeira vez que marca nos primeiros três jogos oficiais de uma época, ainda que já por duas ocasiões tivesse podido celebrar golos em nome próprio nas duas partidas inaugurais: em 2013/14, pela Real Sociedad (golos ao Getafe, na primeira jornada da Liga, e ao Olympique Lyon, no play-off da Champions) e em 2014/15, pelo Eintracht (golos ao Viktoria Berlim, para a Taça, e ao SC Friburgo, na abertura da Bundesliga)."

    António Tadeia, in Bancada

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