Atividade desportiva é uma importante aliada nesta luta
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Segundo
o site oficial da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil (APCOI), em
2011, havia cento e cinquenta e cinco milhões de crianças em todo o mundo com
excesso de peso, prevendo-se que este valor duplique até 2015. Em Portugal,
estudos recentes da Organização Mundial de Saúde indicam que nesta faixa
etária, um em cada três indivíduos tem este problema.
Sabendo dessas complicações, tenta contornar esse aspeto na
sua escola: “procuramos oferecer um horário com várias opções de escolha
consoante a idade dos praticantes”. Ainda assim, admite que o futebol é uma
modalidade privilegiada por “ser um desporto de massas e que todos os jovens
querem praticar”.
Nuno Silva apresenta assim os objetivos do seu projeto:
“atender ao perfil etário do desenvolvimento das crianças e dos jovens, não
promover a aceleração do processo de maturação, fomentar o desportivismo e a boa educação entre os
alunos. Fomentar as relações pessoais dos jovens – entre si, com os
outros, com os treinadores e com todas as pessoas relacionadas com a sociedade
desportiva. Criar nos jovens o sentimento de respeito: por si próprio,
companheiros e técnicos, e proporcionar uma boa qualidade de ensino aos
alunos”. E engane-se quem pensa que a EF GD Fabril se destina apenas a rapazes,
pois abrange ambos os géneros, dos 4 aos 14 anos de idade.
Já Pedro Paulino, 21 anos, aluno da licenciatura em desporto,
na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal, reconhece
que quando era criança existiam mais crianças desportistas, mas avança com
diferentes motivos. “O tempo que a escola lhes rouba, carência
financeira e a pressão dos pais que querem que os filhos se dediquem aos
estudos” são as justificações que o estudante dá para que os jovens deixem a
atividade física para segundo plano.
Pedro,
que seguiu as pisadas do pai e foi remador por vários anos, é apaixonado por
desporto e também praticou futebol, basquetebol e voleibol, sendo atualmente
treinador de futsal. Aos sedentários recomenda “uns simples joggings ou mesmo
caminhar durante trinta minutos a uma hora por dia” para se iniciarem.
No
seu curso, são várias as modalidades que são abordadas: “natação, atletismo,
ginástica e desportos coletivos, nomeadamente o vólei, basquetebol, andebol e
futsal. Temos uma vertente mais ligada aos desportos de aventura, aos náuticos
e à atividade física adaptada.”
Uma
das atividades da moda é o BTT (Bicicleta Todo-o-Terreno), uma vertente do
ciclismo no qual o objetivo é percorrer percursos com diversas irregularidades
e obstáculos. Gustavo Gasopo, 20 anos, estudante de engenharia informática na
Escola Superior de Tecnologias do Instituto Politécnico de Setúbal, é
praticante há praticamente meia década. “Poder estar em contacto com a
natureza, o companheirismo, a entreajuda entre praticantes e, acima de tudo, o
facto de não haver a rivalidade desportiva excessiva que existe noutros
desportos”, é o que o motiva a pedalar.
O
“bichinho” pelo BTT nasceu, também, por influência do pai que já era
praticante, começando a fazer passeios ao fim de semana. Com o desenrolar do
tempo, passou a treinar regularmente e hoje em dia entra em RAID’s (passeios de
longas distâncias) e maratonas de nível nacional. “O principal objetivo desta
época é tentar participar no Douro Bike Race, de 11 a 14 de setembro”,
acrescenta.
Segundo
Gustavo, o distrito de Setúbal é rico em eventos desta modalidade. Existem
provas de cross country, “curtas, mas mais exigentes em termos técnicos”, um
campeonato regional para federados e não federados, maratonas, “mais longas,
mas menos exigentes tecnicamente”, os RAID’s e os passeios de cicloturismo e de
ciclismo de estrada. Apesar do aumento significativo de atletas que esta
atividade tem, é no norte do país que isso se faz mais sentir. No distrito,
existem nove clubes federados, distribuídos por seis concelhos: Almada, Montijo,
Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal.
No
entanto, há competências que se adquirem mais facilmente nas modalidades
coletivas do que nas individuais: “Num desporto coletivo adquire-se espírito de
equipa e camaradagem. É bastante positivo estar num jogo e olhar para o lado e
ver companheiros a remar para o mesmo objetivo”, quem o diz é Ricardo Coelho,
21 anos, jogador de Andebol.
Este
atleta do Centro Cultural e Recreativo Alto do Moinho pratica esse desporto
desde tenra idade (escalão bambi), tendo abandonado a atividade quando chegou a
infantil, mas retomou-a como júnior. Segundo o próprio, o que faz essa
modalidade tão especial é ser “muito intensa e obriga a todos os jogadores a
combinar a força com a inteligência”.
Embora
o andebol não seja um espetáculo para massas, como é o futebol, existem vários
clubes com alguma relevância no distrito. Ricardo destaca a coletividade que
representa, o Almada Atlético Clube e Ginásio Clube do Sul como os mais
importantes, pelo “grande histórico e palmarés”. Este andebolista vê o desporto
como algo fundamental na sua vida, treina quatro vezes por semana e se não
houvesse possibilidade de praticar a modalidade que atualmente pratica, não
estaria parado. “Provavelmente, jogaria futebol ou basquetebol”, explica.
Mas
a APCOI não justifica a obesidade infantil apenas pela falta da atividade
física como um programa extracurricular, e apresenta mais dados. Em média, cada
criança passa quatro horas em frente à TV, em dias úteis, e sete horas, ao fim
de semana, e em 57% dos casos, vão para a escola de carro, mesmo que esta se
situe a uma curta distância de casa. Mas há mais, uma impressionante
percentagem de 90% de indivíduos dessa faixa etária consome fast food e bebe
refrigerantes quatro vezes por semana, e apenas 2% consome fruta e 1% bebe água
diariamente. Sedentarismo e alimentação desequilibrada são então as duas
principais causas.
Ricardo
Coelho dá a chave para esta crise: “promover a atividade física nas escolas e
sensibilizar os pais a darem uma alimentação saudável aos filhos”. Pedro
Paulino reforça a ideia, apontando para o programa do ensino básico e
secundário: “acho que poderia haver mais uma hora semanal no bloco de Educação
Física”. Já Gustavo Gasopo, dentro da mesma lógica, ainda propõe uma atenção para
a atividade física das crianças numa fase menos avançada: “deve-se o mais cedo
possível incutir o desporto nas vidas das crianças, e isto deve ser feito logo
quando estas entram no ensino primário”.
Sobre
os benefícios da atividade física, os quatro não se pouparam nas palavras.
“Induz melhorias a nível da função respiratória
e cardiovascular, redução de fatores de risco da doença das artérias
coronárias, diminuição da mortalidade e morbilidade, da ansiedade e da
depressão e melhoria da sensação de bem-estar”, indica Nuno Silva. “Promove
a condição física, melhora os níveis de desempenho a nível físico, psicológico
e tem um caráter social. Muitos jovens de hoje em dia fazem desporto por mero
divertimento e por gosto de conviverem uns com os outros”, salienta Pedro
Paulino. “Deixa-me
em excelente forma fisicamente. Psicologicamente é excelente para aliviar o
stress, aliviar a pressão da escola e da vida. Conhece-se muita gente nova e
fazem-se amigos para a vida”, reforça Ricardo Coelho, dentro dos mesmos ideais.
A opinião de Gustavo Gasopo também não é diferente, falando do desporto “numa
vertente mais descontraída com o intuito de divertir, relaxar e descarregar o
stress”.
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