Michael Ballack abriu o ativo através de um cabeceamento certeiro |
Se me lembro do Newcastle-Chelsea
de 5 de maio de 2008, não foi por um golo, nem pela consequência do jogo e nem
sequer por um momento trágico, mas por uma situação algo caricata no seio de
uma equipa de topo: após sofrer duas quedas que o deixaram maltratado das
costas, Ricardo Carvalho pediu a substituição e acabou mesmo por sair… apesar
da insistência do capitão John Terry, que queria que o central português
ficasse em campo durante os últimos dez minutos da partida no St. James Park.
Na verdade, só me recordava de
ter ligado a televisão nessa tarde de segunda-feira após ter saído da escola –
na altura andava no 10.º ano – e ter dado uma vista de olhos pelo jogo, que os londrinos
iam vencendo, provavelmente antes de me meter a jogar PlayStation.
Mas recordemos um pouco os contornos
deste encontro, a contar para a 37.ª e penúltima jornada da Premier
League em 2007-08. O Chelsea
de Avram Grant, que tinha substituído José
Mourinho ainda na primeira metade da época, recuperou depois de um arranque
de campeonato em falso e entrou nessa ronda com os mesmos 81 pontos que o Manchester
United, que tinha vantagem devido à diferença de golos. Os red devils
golearam o West
Ham no sábado (4-1), mas dois dias depois voltaram a ser igualdados pelos blues,
que viriam a triunfar no terreno do Newcastle (2-0).
O primeiro golo dos londrinos
no St. James Park foi marcado à passagem da hora de jogo, por intermédio do
médio alemão Michael Ballack, que de cabeça deu a melhor sequência a um livre
lateral executado por Drogba a partir da direita (60’). E já depois de Ricardo
Carvalho ter sido substituído pelo brasileiro Alex, Frank Malouda fez o segundo
golo, a passe de Frank Lampard, que nesse encontro foi suplente utilizado (82’).
“Atendendo ao passado recente de
despiques entre estas equipas – os magpies já não eram derrotados em
casa desde 2001 – e ao facto de os homens de Kevin Keegan não terem perdido nas
sete rondas anteriores, este jogo não se adivinhava nada fácil para a equipa de
Avram Grant. E na verdade não o foi. Especialmente na primeira parte, na qual o
Newcastle aproveitou bem a ausência de entusiasmo por parte dos visitantes
para criar as melhores ocasiões de golo. Tudo mudou a partir do intervalo, com
o Chelsea
a imprimir um ritmo mais vivo às suas ações ofensivas e a não deixar os locais
construírem. A trave ainda evitou que Terry festejasse na sequência de um lance
de bola parada, mas este foi apenas o aviso para o que o haveria de suceder
volvidos alguns minutos, e que deu ao alemão Ballack a possibilidade de apontar
o terceiro golo – leva sete na prova - em duas jornadas consecutivas. Até ao
final Malouda ainda viria a vincar ainda mais a boa fase que o Chelsea
atravessa, fazendo o 2-0, mas o 13º triunfo destes longe de Stamford
Bridge já há muito estava confirmado”, escreveu o jornal O Jogo na
edição do dia seguinte, indicando ainda que Ricardo Carvalho somou o 42.º jogo
consecutivo na Premier
League sem sofrer qualquer derrota.
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