quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Onze ideal de jogadores que jogaram por Vitória FC e O Grandolense

Vitória FC e O Grandolense vão defrontar-se para a Taça AF Setúbal
Dois clubes que nunca se defrontaram oficialmente, Vitória Futebol Clube e Clube Recreativo «O Grandolense» têm historial e dimensão social bastante diferentes, mas têm em comum um conjunto restrito de jogadores que atuaram com as camisolas de ambos os emblemas.
 
Contabilizando apenas futebolistas que jogaram pela equipa principal dos sadinos e os que atuaram pelo emblema de Grândola desde que surgiu em 1989 na sequência da fusão entre Sport Clube Grandolense (fundado em 1922) e Clube Desportivo e Artístico Grandolense (fundado em 1944 e no qual chegou a jogar o mítico guarda-redes Dinis Vital), dá para, com algum engenho em termos de posições, elaborar um onze.
 
Vale por isso a pena conferir o nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois clubes, que vão defrontar-se este domingo (17h00) no Bonfim para a Taça Joaquim José Sousa Marques (AF Setúbal), distribuídos em campo num 3x5x2.
 

João Paulo (guarda-redes)

João Paulo
Guarda-redes natural de Setúbal e com formação dividida entre Vitória de Setúbal, Comércio e Indústria e Palmelense, mudou-se para O Grandolense quando transitou para sénior, em 1992-93, na altura para competir na III Divisão Nacional e na temporada seguinte, após a despromoção, para jogar nos distritais da AF Setúbal.
Entretanto passou por Cova da Piedade, Alcacerense, União de Montemor, Imortal, Sp. Braga, Atlético, Seixal, Oliveira do Hospital, Beira-Mar Monte Gordo e Madalena antes de ingressar na equipa principal do Vitória em 2006-07. Nessa época teve a possibilidade de disputar cinco jogos na I Liga e um na Taça UEFA, tendo mantido a baliza a zeros na visita aos neerlandeses do Heerenveen.
No verão de 2007 mudou-se para o Vizela, já na reta final da carreira.
 
 
 

António Santos (defesa)

António Santos
Defesa central nascido em Setúbal e com formação concluída no Vitória, subiu à equipa principal em 1976-77, mas não foi além de um jogo realizado, tendo entrado a dez minutos do fim numa derrota às mãos do Boavista no Bessa (0-1).
Entretanto prosseguiu a carreira por outras paragens, nomeadamente Portalegrense, Juventude de Évora, Penafiel, Vitória de Guimarães, Rio Ave, Famalicão, Farense, Santa Clara, O Elvas, Bragança e Amarante antes de encerrar o percurso como futebolista ao serviço do O Grandolense na antiga III Divisão Nacional entre 1991 e 1993.
 
 

Sobrinho (defesa)

Sobrinho
Defesa central/esquerdo natural de Setúbal, surgiu na equipa principal do Vitória em 1980-81 e desde cedo se afirmou como titular, o que depressa fez dele um internacional sub-21 por Portugal, tendo sido chamado ao Torneio de Toulon em 1981.
No verão de 1982 transferiu-se para o FC Porto depois de mais de meia centena de jogos pelos sadinos, mas após um ano sem jogar nas Antas regressou ao Bonfim para mais duas épocas ao serviço do emblema vitoriano.
No início da temporada 1985-86 transferiu-se para o Belenenses, clube ao serviço do qual venceu a Taça de Portugal em 1988-89. Paralelamente, foi convocado para o Mundial 1986, mas teve de esperar até novembro de 1988 para se estrear pela seleção nacional A.
Em 1989-90 representou os franceses do Racing Paris, mas voltou a jogar pelo Vitória entre 1990 e 1992, despedindo-se dos setubalenses numa altura em que estes militavam na II Liga.
Após passagens por Paços de Ferreira e Felgueiras, representou O Grandolense nos distritais da AF Setúbal entre 1994 e 1997 já no ocaso da carreira.
 
 

Heta (defesa)

Heta
Lateral esquerdo cabo-verdiano como um longo trajeto no Monte de Caparica, passou ainda por Alcochetense, Fabril, Eléctrico, Coruchense e Oriental Dragon antes de representar O Grandolense em 2021-22, época em que o emblema alentejano alcançar um 10.º lugar na I Divisão Distrital da AF Setúbal.
Após passagens por Barreirense e Olímpico Montijo, ingressou no Vitória de Setúbal no verão de 2024. Na primeira época no Bonfim sagrou-se campeão distrital da II Divisão, encontrando-se presentemente na segunda temporada ao serviço dos sadinos.
 
 
 

Henrique Cabumba (médio)

Henrique Cabumba
Médio nascido em Setúbal e formado no Vitória, transitou para a equipa principal dos sadinos em 1980-81, época em que não foi além de cinco jogos realizados, todos na condição de suplente utilizado, e um golo à Académica (na altura denominado Académico).
À procura de mais oportunidades, fez um hat trick na ilha da Madeira, ao representar União da Madeira, Nacional e Marítimo, e passou por outros emblemas como Famalicão, Tirsense, O Elvas, Recreio de Águeda, Barreirense, União de Tomar, Vasco da Gama de Sines e Sesimbra antes de encerrar a carreira com a camisola do O Grandolense nos distritais da AF Setúbal em 1996-97.
 
 


Nuno Borges (médio)

Nuno Borges
Médio natural de Lisboa que concluiu a formação no Pescadores da Costa de Caparica e iniciou o percurso como sénior no Odivelas, ingressou no O Grandolense em 2010-11.
Na terceira época no emblema alentejano, em 2012-13, contribuiu para a conquista da Taça AF Setúbal, cuja final foi, curiosamente, disputada no Estádio do Bonfim.
Viria a permanecer em Grândola até 2015, quando se mudou para o Tourizense. Após passagens também por Águias do Moradal, União de Santiago do Cacém, Sesimbra e Coruchense, ajudou o Vitória de Setúbal a sagrar-se campeão da II Divisão Distrital em 2024-25 numa fase em que estava já à beira de comemorar o 37.º aniversário.
 
 

Miguel Besugo (médio ofensivo)

Miguel Besugo
Médio ofensivo natural de Setúbal e que concluiu a formação no Vitória, transitou para sénior em 2006-07 e dividiu essa época entre a equipa principal e a B. Várias vezes por Carlos Cardoso para os jogos da primeira equipa, foi uma vez a jogo, tendo atuado aos 73 minutos de uma derrota caseira às mãos da Naval em janeiro de 2007 (0-3).
À procura de mais oportunidades, representou os espanhóis do Zamora e passou por Pinhalnovense, Portosantense, Fabril, Ferreirense e Comércio e Indústria antes de ingressar no O Grandolense a meio da temporada 2012-13, indo a tempo de marcar o golo ao Cova da Piedade que garantiu a conquista da Taça AF Setúbal, em pleno Estádio do Bonfim (3-2).
Viria a permanecer em Grândola até 2018, com uma curta passagem pelo União de Santiago do Cacém pelo meio. Depois mudou-se para o Banheirense.
 
 
 

Gonçalo Batista (extremo)

Gonçalo Batista
Extremo natural do Barreiro e que passou pelas camadas jovens de Sporting, Amora, Barreirense, Benfica e Deportivo da Corunha, concluiu a formação no Vitória de Setúbal e foi lançado nos seniores sadinos ainda com idade de júnior, em 2020-21.
Nessa temporada, na qual o conjunto setubalense então orientado por Alexandre Santana militava no Campeonato de Portugal, Gonçalo Batista foi utilizado em 17 jogos (12 a titular) e marcou um golo num triunfo sobre o Estrela da Amadora na Reboleira.
Ainda iniciou a época seguinte no Bonfim, na Liga 3, mas depois mudou-se para o Juventude de Évora, tendo ainda passado por Serpa, Marinhense e Barreirense antes de ingressar no O Grandolense no início da presente temporada.
 
 
 

Jorge Iguarán (extremo)

Jorge Iguarán
Extremo colombiano sobrinho do antigo internacional cafetero Arnoldo Iguarán, que esteve no Mundial 1990 e nas edições de 1979, 1983, 1987, 1989 e 1991 da Copa América, entrou no futebol português pela porta do FC Setúbal em 2017-18, época na qual apontou 22 golos.
Depois de passagens por Fabril, Comércio e Indústria e Barreirense, ingressou pela primeira vez no O Grandolense no início da temporada 2021-22, na qual faturou por quatro vezes em 32 jogos.
No início da época seguinte voltou ao Comércio e Indústria, mas em janeiro de 2023 voltou a Grândola para somar quatro golos em 12 partidas até ao final dessa temporada.
Após aventuras no Olímpico Montijo e no Sesimbra, assinou pelo Vitória de Setúbal em janeiro de 2025, contribuindo com dois remates certeiros em 17 encontros para a conquista do título distrital da II Divisão.
 
 

Marco Véstia (avançado)

Marco Véstia
Avançado móvel capaz de desempenhar várias funções no ataque, nasceu no Barreiro e fez toda a formação no Barreirense. Depois passou por Alcochetense, Cova da Piedade, Moitense, Fabril, Estrela de Vendas Novas e Coruchense antes de ingressar no O Grandolense no verão de 2021, numa fase em que já tinha 35 anos.
Na única temporada que passou em Grândola apontou 15 golos em 28 jogos.
Entretanto passou pelo Olímpico Montijo e voltou ao Alcochetense antes de assinar pelo Vitória de Setúbal no início desta época.
 
       
 
 

Aparício (avançado)

Aparício
Avançado natural de Paul, no concelho da Covilhã, emigrou muito para França quando ainda era um adolescente e foi em solo gaulês que iniciou o seu trajeto enquanto futebolista sénior e que o Vitória de Setúbal o descobriu.
Entre 1984 e 1990 amealhou pelo menos 152 encontros e 52 golos ao serviço dos sadinos. Se em 1985-86 – curiosamente, uma época em que jogou muito pouco – se mostrou impotente para impedir a despromoção à II Divisão, na temporada seguinte contribuiu para a subida à I Divisão e em 1987-88 explodiu apesar da concorrência de Rui Maside, Vítor Madeira, Manuel Fernandes e Rui Jordão, tendo apontado 16 remates certeiros só no campeonato.
Os bons desempenhos levaram-lhe à seleção nacional, tendo atuado num jogo frente a Malta, em dezembro de 1987, referente à fase de qualificação para o Euro 1988.
Agora já não, porque o Vitória anda arredado dos grandes palcos, mas nas vésperas de cada encontro entre os setubalenses e o FC Porto era muito solicitado pelos jornalistas para recordar o último triunfo dos vitorianos sobre os dragões, uma vez que foi dele o golo com que os sadinos bateram os azuis e brancos nas Antas a 7 de maio de 1989.
“Nos anos 80 tínhamos uma grande equipa e vou explicar-lhe porquê: tínhamos grandes treinadores que chegavam ali e criavam um verdadeiro grupo, solidário, amigo. Havia uma coisa que ninguém podia beliscar, o Vitória Futebol Clube. E quem não estivesse bem ia embora. Foi isso que nos permitiu fazer grandes jogos e conseguir grandes vitórias”, recordou ao Maisfutebol em setembro de 2018. “Tínhamos uma grande equipa de futebol e de amigos. Tínhamos um capitão fantástico, o Roçadas. O baixinho era lixado. Ia para cima deles. Se via que algum jogador não estava a dar tudo num treino ou num jogo, ia para cima dele, que ficava tudo em sentido. Um capitão fantástico”, acrescentou.
No verão de 1990 mudou-se para o Sp. Braga, tendo ainda passado por NacionalMontijo e Leixões antes de encerrar a carreira com a camisola do O Grandolense em 1996-97, nos distritais da AF Setúbal, numa altura em que já tinha 38 anos.
Após encerrar a carreira foi treinador dos juniores e administrador da SAD do Vitória durante os mandatos de Fernando Oliveira.
 
 







 

Sem comentários:

Enviar um comentário