domingo, 8 de outubro de 2023

Onze ideal de jogadores que passaram por Barreirense e Juventude de Évora

Barreirense e Juventude competem no Campeonato de Portugal
O Barreirense contabiliza mais de duas dezenas de participações na I Divisão, enquanto o Juventude de Évora nunca esteve no primeiro escalão, mas desde o final da década de 1970 que ambos emblemas têm sido por várias vezes concorrentes diretos no mesmo campeonato.
 
Em 1977-78 protagonizaram uma luta acérrima pela promoção ao patamar maior do futebol português, um ano depois de terem concluído a Zona Sul da II Divisão no top 5, e de então para cá que têm aparecido por diversas ocasiões coladíssimos nas tabelas classificativas de competições como a II Divisão B, a III Divisão Nacional e, mais recentemente, o Campeonato de Portugal, tendo coincidido no mesmo campeonato em 25 temporadas.
 
Paralelamente, o Barreirense tem tido nos seus quadros jogadores que já tinham pertencido ao Juventude e vice-versa.
 
Vale por isso a pena conferir o nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois clubes, distribuídos em campo num 4x3x3.
 

Rogério Contreiras (guarda-redes)

Rogério Contreiras
Guarda-redes natural de Castro Verde, iniciou-se no futebol nas camadas jovens do Barreirense, tendo ainda feito parte da equipa sénior em 1941-42, época marcada pela conquista do Campeonato de Setúbal e do 6.º lugar na I Divisão, embora Rogério Contreiras não tivesse jogado no campeonato.
Depois mudou-se para Os Fósforos, emblema lisboeta que anos mais tarde deu origem ao Oriental, e passou pelo Vianense antes de representar o Benfica ao longo de três temporadas, tendo conquistado um título nacional e uma Taça de Portugal.
Já entre 1950-51 e 1957-58 defendeu a baliza do Juventude de Évora, tendo, logo na época de estreia, conquistado o título nacional da III Divisão. Pelo meio, em 1955-56, teve uma curta passagem pelo Académico de Viseu.
Haveria de falecer em março de 1990, aos 68 anos.


 

Monzelo (defesa central)

Monzelo
Defesa central/médio defensivo natural de Alcochete e formado e revelado pelo Montijo, passou por Oriental e Imortal antes de ingressar no Barreirense durante o verão de 1998.
Maioritariamente titular no Dom Manuel de Mello durante as seis temporadas que representou o clube na II Divisão B, fez parte das equipas que em 1998-99 e 2003-04 estiveram bastante perto da subida à II Liga.
Em 2004-05 fez uma pausa no futebol, mas voltou à atividade em 2005-06 para representar o Alcochetense, de onde saiu para o Juventude de Évora no verão de 2006, tendo contribuído para a subida à II Divisão B em 2006-07, ainda que não tivesse conseguido impedir a despromoção à III Divisão na temporada seguinte.
Depois de passagens por  Lusitano ÉvoraAtlético Reguengos e Olímpico Montijo voltou ao Barreiro para encerrar a carreira em 2012-13, coroando a despedida com a subida ao recém-criado Campeonato de Portugal.
 
 
 

Diogo (defesa central)

Diogo
Médio angolano de características defensivas, surge neste onze ideal por uma questão de conveniência, devido à falta de alternativas.
Formado no Barreirense, transitou para a equipa principal em 1987-88, tendo feito parte da equipa que em 1989-90 esteve quase a subir à I Liga e que acabou por se apurar para a edição inaugural da II Liga, em 1990-91.
No verão de 1993 mudou-se para o Maia e nas épocas que se seguiu representou Sp. Espinho, novamente Maia, Feirense, União de Montemor, Amora e Operário Lagoa, tendo ingressado no Juventude de Évora a meio da temporada 1999-00, marcada pela despromoção à III Divisão Nacional. Pelo meio tornou-se internacional angolano e marcou presença na CAN 1996.
Entretanto emigrou para a Suíça, onde encerrou a carreira de futebolista e permaneceu a trabalhar noutras aéreas.
 
 

Farinha (lateral direito)

Farinha
Lateral direito formado na Quimigal [atual Fabril], passou ainda por Luso e Palmelense antes de reforçar o Barreirense no verão de 1997.
Titular indiscutível no lado direito da defesa alvirrubra durante a meia dúzia de épocas que passou no clube, disputou um total de 167 encontros (161 a titular) e apontou três golos, tendo feito parte da equipa que em 1998-99 ficou a apenas um ponto de subir à II Liga.
Em 2003 deixou o Dom Manuel de Mello, tendo passado pelo Olivais e Moscavide antes de passar pela primeira vez pelo Juventude de Évora no início da época 2005-06, na altura para competir na III Divisão.
Na temporada seguinte, já depois de meio ano no Pinhalnovense, regressou ao emblema alentejano para contribuir para a promoção à II Divisão B. Em 2008-09, após mais uma passagem pelo Pinhalnovense, regressou novamente aos eborenses.
 
 
 
 

José Luís (lateral esquerdo)

José Luís
Lateral/extremo nascido em Cabo Verde, baixo (1,73 m), mas bastante potente e capaz de jogar nas duas alas, entrou em Portugal como voluntário para a Marinha e começou a jogar futebol ao serviço do União de Montemor, de onde saltou para o Juventude de Évora em 1975.
Ao serviço das águias azuis fez parte da equipa que 1977-78 esteve a um pequeno passo da promoção à I Divisão.
Valorizado, deu o salto para o Vitória de Setúbal e posteriormente para o FC Porto, tendo ainda passado por Sanjoanense, Lusitano de Évora e Farense antes de voltar a vestir a camisola do Juventude de Évora entre 1984 e 1986, tendo contribuído para a subida à II Divisão Nacional em 1984-85, ainda que não tivesse conseguido impedir a despromoção à III Divisão na temporada seguinte.
Após a descida de divisão transferiu-se para o Barreirense, já com 35 anos, mas esteve no Dom Manuel de Mello apenas na época 1986-87, para competir na II Divisão Nacional.
Na época seguinte passou pela última vez pelo Juventude, contribuindo para mais uma promoção à II Divisão.
 
 

Paulo Barreto (médio centro)

Paulo Barreto
Médio formado no Barreirense, transitou para a equipa principal em 1979-80, época marcada pela surpreendente despromoção à III Divisão. Porém, na época seguinte ajudou os alvirrubros a regressar à II Divisão.
Seguiram-se passagens por Odivelas e Beira-Mar antes de mais dois anos no Dom Manuel de Mello entre 1985 e 1987, em ambos a competir na II Divisão Nacional.
Já entre 1987 e 1991 vestiu a camisola do Juventude de Évora, tendo contribuído em 1987-88 para a subida à II Divisão, patamar no qual competiu nas três épocas seguintes.
 
 

Rui Pedro (médio ofensivo)

Rui Pedro
Médio ofensivo natural de Almada e internacional jovem por Portugal, jogou ao lado de Futre nos juvenis do Sporting, mas foi no Benfica que conclui a formação e iniciou o seu trajeto enquanto sénior, tendo inclusivamente saboreado a conquista de um campeonato, duas Taças de Portugal e uma Supertaça.
No entanto, a falta de oportunidades na Luz levou-o a empréstimos a Vitória de Setúbal, Varzim e O Elvas, tendo ainda passado pelo Montijo antes de representar o Juventude de Évora em 1993-94, na altura para competir na II Divisão B.
Depois de mais dois anos no Montijo, ingressou no Barreirense no verão de 1996, tendo deixado a sua marca no Dom Manuel de Mello ao longo de quatro anos, tendo feito parte da equipa que esteve a um pequeno passo de assegurar a promoção à II Liga em 1998-99. “Curiosamente, quando cheguei ao Barreiro pela primeira vez, nem gostei nada da cidade. Achei tudo muito confuso. Aprendi a gostar da terra e ainda mais do Barreirense”, afirmou ao zerozero em agosto de 2023.
Presentemente trabalha na Academia do Barreirense, depois de ter assumido a função de diretor desportivo assim que encerrou a carreira, em 2000. “Deixei de jogar no clube em 2000 e passei logo a ser diretor desportivo. Team manager, se preferirem. Num clube pequeno nós temos de fazer um bocado de tudo. Entretanto, o Barreirense desceu de divisão, não há dinheiro em lado nenhum e eu passei a trabalhar na academia de futebol infantil. Trato das inscrições dos miúdos na associação, na federação, trato também dos pagamentos das mensalidades, enfim, é esse o meu dia a dia. Estou no Barreirense desde 1996, sempre em full time, sou mesmo funcionário do clube”, explicou.
 
 
 

Mário Pinto (médio ofensivo)

Mário Pinto
Médio/extremo esquerdo de baixa estatura (1,63 m) natural de Peso da Régua e que chegou a ser convocado para a seleção nacional de sub-21, concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior no União de Tomar, clube pelo qual chegou a jogar na I Divisão.
Dos nabantinos mudou-se para o Juventude de Évora, tendo representado as águias azuis apenas durante a temporada 1979-80, na II Divisão Nacional.
Seguiram-se passagens por Amora, Vitória de Setúbal e Barreirense antes de ingressar no Barreirense no verão de 1986, tendo competido sempre na II Divisão.
 
 

Joaquim Afonso (avançado)

Joaquim Afonso
Avançado nascido no Bairro das Palmeiras, no concelho do Barreiro, tinha a alcunha de “Estola”.
Formado no Barreirense, transitou para a equipa principal em 1949-50, tendo contribuído para a conquista do título nacional da II Divisão na época seguinte e disputado um jogo na I Divisão em 1951-52.
Em 1953-54 representou o Juventude de Évora, na II Divisão Nacional, mas depois voltou a vestir a camisola do Barreirense entre 1954 e 1958, tendo somado mais 30 jogos e dois golos no primeiro escalão ao longo desse período.
 
 


Bolota (avançado)

Bolota
Ponta de lança possante e aguerrido, antes de se notabilizar no futebol foi forcado amador em Alcochete, sua terra natal.
Foi precisamente no Alcochetense que começou a carreira e de onde se mudou para o Barreirense no verão de 1966, tendo passado quatro épocas no emblema alvirrubro, tendo contribuído para as conquistas dos títulos nacionais da II Divisão em 1966-67 e 1968-69. Paralelamente, amealhou apenas três jogos na I Divisão, tendo dado um pequeno contributo para a obtenção do quarto lugar no primeiro escalão em 1969-70, embora em 1967-68 não tenha conseguido impedir a despromoção à II Divisão.
Nas temporadas que se seguiram representou o Montijo (em três passagens distintas), o União de Tomar e os norte-americanos do Rochester Lancers            antes de vestir a camisola do Juventude de Évora entre 1979 e 1981, tendo feito parte da equipa que esteve perto de alcançar a promoção à I Divisão em 1980-81.

 
 

Coentro Faria (avançado)

Coentro Faria
Avançado natural de Pinhal Novo, concelho de Palmela, concluiu a formação no Benfica, mas quando subiu a sénior foi obrigado a procurar a sorte noutras paragens, tendo representado Portimonense, Gouveia, Sp. Covilhã, Montijo e os angolanos do Moxico antes de ingressar no Barreirense no verão de 1977.
Se na primeira época no Dom Manuel de Mello contribuiu para a promoção à I Divisão, na segunda disputou 23 jogos e marcou seis golos no primeiro escalão, naquela que foi a última presença dos alvirrubros no patamar maior do futebol português, mas mostrou-se impotente para impedir a despromoção à II Divisão.
Seguiram-se passagens por Vitória de Guimarães e Vitória de Setúbal antes de vestir pela primeira vez a camisola do Juventude de Évora em 1980-81, época em que os eborenses estiveram a um pequeno passo de subir à I Divisão.
Depois de uma temporada no Estoril, regressou às águias azuis em 1982-83 para competir mais uma vez na II Divisão Nacional.
 
 

Pietra (treinador)

Pietra
Não havia muito por onde escolher. Ou Carlos Cardoso, que ao leme do Barreirense desceu à III Divisão em 1979-80 e à II Divisão B em 1990-91 e que no comando técnico do Juventude de Évora foi despromovido à III Divisão em 1994-95, ou Pietra.
O antigo lateral direito internacional português, que brilhou no Belenenses e no Benfica, passou pelo comando técnico das águias azuis em 1992-93 e 1993-94, épocas em que foi assegurada a permanência na II Divisão B, e foi um dos treinadores que o Barreirense teve em 2000-01, temporada em que os alvirrubros alcançaram um honroso 3.º lugar no campeonato da Zona Sul da II B.










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