Penafiel e Vitória vão defrontar-se este sábado para a Taça |
Adversários na quarta
eliminatória da Taça
de Portugal (este sábado, às 17:00), Futebol
Clube de Penafiel e Vitória
Futebol Clube coincidiram na I
Divisão em 12 épocas e na II
Liga em quatro, mas hoje estão separados por duas divisões, com os durienses
no segundo
escalão e os sadinos
no Campeonato
de Portugal.
Amaral (guarda-redes)
Jorge Amaral |
Começamos por uma personalidade que hoje é mais conhecida
por defender o FC
Porto na CMTV, mas que foi um dos bons guarda-redes do
futebol português entre o final da década de 1970 e o início dos anos 1990.
Depois de concluir a formação
no Benfica e
de passar pelos seniores de Sintrense e Marítimo,
ingressou no Vitória
de Setúbal no verão de 1979. Inicialmente viveu na sombra de Silvino,
mas depois agarrou a titularidade, tendo amealhado 60 jogos pelos sadinos ao
longo de três temporadas.Valorizado pelas boas campanhas em Setúbal, somou duas internacionalizações pela seleção principal em outubro de 1981, em partidas referentes à fase de qualificação para o Mundial 1982, e deu o salto para o FC Porto no verão seguinte.
Depois de cinco anos de ligação aos dragões, ainda que num deles tivesse estado cedido ao Farense, defendeu a baliza do Penafiel entre 1987 e 1989, tendo somado 49 jogos e 57 golos sofridos em todas as competições. Se na primeira época foi o guarda-redes titular dos durienses, tendo contribuído para a obtenção de um honroso 10.º lugar no campeonato e para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal, a segunda temporada foi vivida na sombra de Gustavo Cerqueira.
Nogueira (defesa central)
Nogueira |
Polivalente defesa/médio de
elevada estatura (1,90 m) que antes de iniciar a carreira de futebolista até
foi guarda-redes de andebol, concluiu a formação no Belenenses e
passou por vários clubes do distrito
de Lisboa, como União
de Tires, Oriental
e Sacavenense,
estreou-se na I
Divisão coma camisola do Académico
de Viseu e passou ainda pelo Fafe
antes de ingressar no Penafiel
durante o verão de 1990.
Na única época que passou no emblema
duriense atuou em 37 jogos e marcou dois golos, ajudando os penafidelenses
a assegurar a permanência no primeiro escalão.Valorizado, deu o salto para o Boavista, clube que o catapultou para a seleção nacional A.
Já trintão, representou o Vitória de Setúbal entre 1995 e 1997, período no qual amealhou 53 encontros e dois remates certeiros, ajudando os sadinos a subir à I Liga em 1995-96. Depois da passagem pelo Bonfim encerrou a carreira.
Amoreirinha (defesa central)
Amoreirinha |
Polivalente defesa internacional
jovem português capaz de atuar à direita e no eixo defensivo, despontou no Alverca,
sagrou-se campeão nacional pelo Benfica
e passou ainda por Estoril,
Estrela
da Amadora, Académica
e pelos romenos do Cluj e do Arad antes de ingressar no Vitória
de Setúbal no verão de 2011.
Na altura, o jogador vinha de uma
lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, que o impedia de jogar
desde dezembro de 2010 e o levado à sala de operações, e começou a aventura no Bonfim
por reprovar nos testes médicos. No entanto, após ser submetido a nova
intervenção cirúrgica, voltou aos relvados em fevereiro de 2012. Em duas épocas
à beira-Sado veio a somar um total de 24 jogos e um golo.Mais tarde, já trintão, representou o Penafiel na II Liga em 2015-16, época na qual atuou em 33 partidas e apontou um golo.
Marco
Ferreira (lateral direito)
Marco Ferreira |
Extremo natural de Vimioso, no
extremo nordeste de Portugal, surge neste onze como lateral direito por uma
questão de conveniência, visto que chegou a desempenhar essa função em alguns
jogos durante a carreira.
Depois de ter saltado do Tirsense para
o Atlético
Madrid e de uma aventura nos japoneses do Yokohama Marinos, regressou
a Portugal pela porta do Paços
de Ferreira em 1998-99, tendo rumado ao Vitória
de Setúbal no final dessa época. “Tínhamos ido lá jogar para a Taça
e eu tinha gostado muito de Setúbal. Era um ambiente como já tinha conhecido no
Atlético
de Madrid. Vivia-se um ambiente diferente, via-se muita gente. Era o Vitória
do Chiquinho Conde, do Hélio”,
afirmou à Tribuna
Expresso em abril de 2018.Ao serviço dos sadinos estreou-se na I Liga. “Foi onde comecei a ter protagonismo”, recordou em junho de 2017 ao Diário de Notícias aquele que, ainda hoje, é o penúltimo futebolista vitoriano a ter representado a seleção nacional – Gonçalo Paciência foi o último, em novembro de 2017, mas estava emprestado pelo FC Porto. “Quando fui chamado, falava-se que o Vitória não tinha alguém na seleção há muito tempo, e que o anterior jogador a ser chamado tinha sido o Hélio, que era meu colega. A partir daí, fui estando atento", confessou o antigo extremo, que em janeiro de 2003 se transferiu para o FC Porto depois de 96 jogos, 16 golos, uma descida à II Liga e uma subida à I Liga ao serviço dos setubalenses.
Após ter vencido uma Taça UEFA, uma Liga dos Campeões, dois campeonatos, uma Taça de Portugal e uma Supertaça Cândido de Oliveira ao serviço dos dragões, foi emprestado ao Vitória de Guimarães antes de assinar pelo Penafiel no verão de 2005.
Depois de sete jogos e um golo ao serviço dos durienses na I Liga durante a primeira metade dessa época, transferiu-se para o Benfica em janeiro de 2006. “Já havia a possibilidade de eu ir para o Benfica, mesmo quando vou para o Penafiel já é com a possibilidade de ir para o Benfica. Tanto que no acordo que faço com o Penafiel, eu podia sair quando quisesse. Fui para Penafiel com esse intuito: de ir para o Benfica”, contou à Tribuna Expresso.
Artur Fonte (lateral esquerdo)
Artur Fonte |
Lateral esquerdo internacional
jovem português e formado no Sporting ao
lado de Rui Águas, Ademar e Mário Jorge, passou pelo Vila Real antes de
reforçar o Penafiel no
verão de 1980, aquando da subida dos durienses à I
Divisão.
Ao longo dessas duas épocas dessa
primeira passagem pelos penafidelenses
amealhou 57 partidas e um golo, mostrando-se impotente para impedir a descida à
II Divisão em 1981-82.Após a despromoção mudou-se para o Vitória de Setúbal, mas não foi além de seis jogos pelos sadinos na temporada 1982-83.
Haveria de regressar ao Municipal 25 de abril na temporada seguinte, na qual disputou 32 jogos. Durante essa época, a 22 de dezembro de 1983, foi pai de um menino chamado… José Fonte, que viria a jogar pelas camadas jovens do Penafiel entre 1991 e 1994 e pela equipa principal do Vitória na primeira metade de 2005-06.
No verão de 1984 transferiu-se para o Belenenses, mas quatro anos depois voltou a Penafiel. Entre 1988 e 1992 disputou um total de 104 jogos oficiais, despedindo-se dos rubro negros com a despromoção à II Liga. Durante esta terceira passagem pelos durienses, a 23 de abril de 1990, foi pai de um menino chamado… Rui Fonte, que viria a representar a equipa principal do Vitória de Setúbal em 2009-10.
Bruno Amaro (médio defensivo)
Bruno Amaro |
Centrocampista internacional
português pelas seleções jovens, nasceu em Paço de Sousa, no concelho de
Penafiel, e foi no Futebol
Clube de Penafiel que fez grande parte da formação e os primeiros anos
enquanto sénior, afirmando-se como um médio todo-o-terreno, capaz de
desempenhar quase todas as funções no meio-campo, e dotado de um forte pontapé.
Entre 2001 e 2006 amealhou 80
jogos e quatro golos pela equipa principal dos durienses
entre 2001 e 2006, tendo, ao longo desse período, somado internacionalizações
pelas seleções de sub-19, sub-21
e B, tendo marcado presença no Campeonato da Europa de sub-21 em 2006.Apesar da despromoção dos penafidelenses continuou na I Liga, mas com as camisolas de Nacional, Académica, Vitória de Setúbal e Arouca. Pelos sadinos totalizou 64 partidas e quatro golos entre 2011 e 2013. “Adorei os dois anos que passei em Setúbal. Desejo a maior sorte ao Vitória, clube a que estarei eternamente grato”, afirmou ao Record na hora da despedida.
Rui Manuel (médio centro)
Rui Manuel |
Médio internacional sub-21
português natural de Sagres, concelho de Vila do Bispo, despontou no Torralta e
vestiu as camisolas de Portimonense
e FC
Porto antes de ingressar no Penafiel
no verão de 1989.
Em duas épocas no Municipal 25 de
Abril disputou um total de 62 jogos oficiais, tendo apontado dois golos e
ajudado os durienses
a permanecerem na I
Divisão.Seguiram-se quatro anos no Sp. Espinho antes de representar o Vitória de Setúbal em 1995-96. Embora tivesse reencontrado Quinito, que havia sido seu treinador nos dragões e nos tigres da Costa Verde, não foi além de seis encontros oficiais numa campanha marcada pela promoção à I Liga.
Lourenço (médio centro)
Lourenço |
Médio natural de Guimarães e com
a maioria da formação feita no Vitória
local, representou enquanto sénior Juventude de Ronfe, Serzedelo, Famalicão,
Caçadores das Taipas, Vizela
e Leixões
antes de ingressar no Penafiel
no verão de 2006.
Em duas épocas no Municipal 25 de
Abril amealhou 70 jogos oficiais e um golo pelos durienses,
não conseguindo impedir a despromoção à II Divisão B em 2007-08 apesar de nessa
temporada ter ajudado os penafidelenses
a atingir o quadrangular que antecedeu a final da primeira edição da Taça
da Liga.Após a descida de divisão rumou ao Beira-Mar, de onde saiu para o Vitória de Setúbal no verão de 2009. Nessa que foi a única época em que jogou na I Liga não foi além de dez encontros oficiais.
Guedes (avançado)
Guedes |
Avançado nascido em Penafiel
e formado no clube
da terra, transitou para a equipa principal em 2005-06, quando ainda era
júnior e os durienses estavam
na I
Liga.
Ao longo de dez anos na equipa
principal dos penafidelenses
totalizou 226 jogos e 37 golos em todas as competições, tendo vivido momentos
como as despromoções à II
Liga em 2005-06 e 2014-15 e à II Divisão B em 2007-08 e a subida à I
Liga à 2013-14. Pelo meio, participou no Campeonato do Mundo de sub-20 em
2007 e tornou-se internacional sub-21
por Portugal.Depois de uma década no Municipal 25 de abril, passou três boas épocas no Rio Ave e uma temporada para esquecer no Al Dhafra dos Emirados Árabes Unidos.
Haveria de regressar ao futebol português em 2019-20 pela porta do Vitória de Setúbal e até fez uma época razoável à beira-Sado, tendo apontado seis golos em 20 jogos.
César (avançado)
César |
Avançado brasileiro que no seu
país representou o Bahia, entre outros, entrou no futebol português pela porta
do Recreio
de Águeda em 1983-84, destacando-se na I
Divisão apesar da despromoção.
Valorizado, transferiu-se para o Vitória
de Setúbal, clube pelo qual marcou 19 golos em 47 jogos entre 1984 e 1986,
mostrando-se impotente para impedir a descida à II Divisão em 1985-86 apesar do
elevado número de remates certeiros.Depois de uma passagem pelo Famalicão, vestiu a camisola do Penafiel em 1987-88, temporada na qual disputou 44 jogos e apontou 18 golos, contribuindo para a obtenção de um honroso 10.º lugar na I Divisão e para a caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal.
Amâncio (avançado)
Amâncio |
Ponta de lança paraguaio de baixa
estatura (1,67 m) mas com apurado faro para o golo, é o melhor marcador de
sempre do Penafiel na I
Divisão, com 26 golos – mais onze do que o César.
Recrutado no verão de 1986 aos
uruguaios do Nacional
de Montevideu, amealhou pelos menos 121 jogos e 41 golos pelos durienses
entre 1986 e 1990, contribuindo para a promoção ao primeiro
escalão em 1986-87 e para a obtenção de um honroso 10.º lugar na temporada
seguinte. Porém, foi em 1988-89 que esteve em evidência na lista de melhores
marcadores, ao terminar o campeonato como segundo principal goleador do
campeonato, apenas atrás do benfiquista
Vata.Depois de quatro anos muito conseguidos no Municipal 25 de Abril, vestiu a camisola do Vitória de Setúbal entre 1990 e 1992, não indo além de 38 partidas e três remates certeiros, não conseguindo evitar a despromoção à II Liga em 1991-92.
Manuel Fernandes (treinador)
Manuel Fernandes |
Avançado marcante no futebol
português nas décadas de 1970 e 1980, encerrou a carreira de futebolista e
iniciou a de treinador no Vitória
de Setúbal em 1987-88. “Aquilo foi assim: quando estava aleijado, o Fernando
Oliveira, que era meu amigo, convidou-me para ir ver um jogador a Vigo e eu
fui com ele. O Vitória
de Setúbal estava a jogar com o Salgueiros em casa, e quando vínhamos de
regresso ele perguntou na fronteira, enquanto mostrávamos os passaportes, quem
é que tinha ganho o jogo. O homem disse que o Vitória tinha perdido 2-0. Ele
vira-se para mim. ‘Amanhã vais ser treinador do Vitória
de Setúbal’. ‘Eu não pá, tu não faças isso’. Ainda por cima o treinador era
o homem que eu mais gostava, o Malcolm Allison. E disse-lhe: ‘Ó Fernando
tem calma pá’. ‘Não queres tu, vou buscar outro’. ‘Eh pá isso também não, se eu
quero ser treinador um dia, se tu estás a pôr isso dessa maneira, vamos
conversar’. Ele tomou logo a decisão de que ia mandar o homem embora e eu
fiquei lá mais três, quatro jogos como treinador/jogador, mas já não joguei
porque tinha lá jogadores para jogar no meu lugar, fiquei de fora e só no
último jogo de despedida é que joguei. Foi o meu último jogo, foi com o Farense”,
contou à Tribuna
Expresso em dezembro de 2020.
Na temporada seguinte, já com
técnico a tempo inteiro, guiou os sadinos
a um honroso 5.º lugar no campeonato.Em 1989-90 também começou a temporada no Bonfim, mas já na reta final da época foi substituído por Conhé.
Depois de passagens por Estrela da Amadora, Ovarense, Sporting (enquanto adjunto), Campomaiorense e Tirsense, regressou a Setúbal em março de 1997, tendo ficado oito meses no cargo, despedindo-se com os setubalenses ligeiramente acima da zona de despromoção após a 9.ª jornada do campeonato de 1997-98.
Entretanto contribuiu por duas vezes para subidas do Santa Clara à I Liga e conquistou uma Supertaça no comando técnico do seu Sporting antes de ingressar no Penafiel em fevereiro de 2003, numa altura em que o presidente dos durienses era o seu antigo companheiro de equipa no Sporting e na seleção nacional, António Oliveira. Na altura apanhou a equipa em 5.º lugar na II Liga, mas depois de oito vitórias e quatro empates em 13 jornadas conseguiu promover os penafidelenses à I Liga.
No entanto, na temporada seguinte ficou apenas duas jornadas no comando técnico, tendo abandonado o cargo após duas derrotas pesadas.
Depois de passagens por Angola e pela União de Leiria, clube pelo qual somou mais uma subida à I Liga, abdicou de 300 mil euros que teria a receber pelos leirienses e de uma posição mais cómoda na tabela classificativa para voltar a dirigir o Vitória entre outubro de 2009 e fevereiro de 2011, tendo salvado a equipa da despromoção em 2009-10.
“O último ano que treinei o Vitória de Setúbal foi o meu último ano de treinador. Disse: ‘já não treino mais ninguém, acabou o futebol para mim’. Safei o Vitória de Setúbal de descer com a pior equipa da história do Vitória de Setúbal. Eu quando subi a União de Leiria e fui jogar a Setúbal com a União de Leiria na I Divisão, ganhei lá 4-0 com uma facilidade dos diabos. E depois fui treinar aquela equipa e aquela equipa safou-se de descer, mas no ano seguinte já foi muito complicado e há coisas que... já se passaram tantos anos, nem vale a pena falar”, recordou.
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