Jaime das Mercês e Meyong jogaram nos dois clubes |
Ao longo desse percurso, setubalenses
tiveram nos seus quadros jogadores que já tinham pertencido aos lisboetas
e vice-versa.
Vale por isso a pena conferir o
nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois clubes, distribuídos
em campo num 4x3x3.
Jorge Martins (guarda-redes)
Jorge Martins |
Guarda-redes natural de Alhos
Vedros e que despontou no Barreirense,
teve uma primeira passagem pelo Vitória
de Setúbal em 1977-78, tendo dividido a titularidade com António Vaz.
Entretanto voltou ao Barreirense,
deu o salto para o Benfica
e passou pelo Farense
antes de voltar a defender a baliza sadina
entre 1983 e 1985, desta vez para se afirmar como titular, ao ponto de ter sido
convocado para o Euro 1984.
No verão de 1985 transferiu-se
para o Belenenses,
tendo atingido o ponto alto da carreira no Restelo, entre 1985 e 1989. "Fomos
a duas finais de Taça
de Portugal. Em 1986, perdemos com o Benfica
(0-2), mas em 1989 ganhámos por 2-1. Essa foi uma das melhores exibições da
minha carreira. Todos falam do golo do Juanico,
mas esquecem-se de que havia um gajo lá atrás", lembrou ao DN
o antigo guardião, que se recorda de outras grandes vitórias ao serviço dos azuis.
"Ganhámos ao Barcelona
para a Taça
UEFA, em 1987-88. É um marco. Não é um título, mas é um grande
orgulho", confessou. "No ano seguinte, eliminámos o Bayer Leverkusen,
vencendo no Restelo e na Alemanha", prosseguiu. "Foram quatro anos
fabulosos. Em 1987-88, ficámos em 3.º lugar, à frente do Sporting.
Foi a melhor equipa do Belenenses
em muitos anos", considerou, lembrando a então formação comandada por
Marinho Peres. Pelo meio, foi convocado para o Mundial 1986.
Após a conquista da Taça
de Portugal regressou ao Bonfim,
tendo terminado a carreira ao serviço do Vitória
na II
Liga em 1992.
Filgueira (defesa central)
Filgueira |
Defesa central brasileiro
possante, autoritário, forte no jogo aéreo e com a esmagadora maior parte da
carreira feita no futebol português, entrou pela porta do Desp.
Chaves em 1988, tendo rumado ao Vitória
de Setúbal em dezembro de 1993.
Embora titularíssimo na época e
meia que passou no Bonfim,
transferiu-se para o Marítimo
no verão de 1995 após cerca de 50 encontros pelos sadinos
e uma despromoção à II
Liga, apesar do interesse do Sporting.
Depois de um ano nos Barreiros
mudou-se para o Belenenses,
clube no qual se tornou uma figura emblemática, estatuto que conquistou ao
longo de oito anos.
Durante esse período foi quase
titular, tendo formado dupla com Paulo Madeira, Barny, Rui Gregório e
especialmente com Wilson, com quem emparelhou entre 1999 e 2004. Após 51 jogos
e cinco golos na I
Liga pelos azuis
do Restelo entre 1996 e 1998, foi impotente para evitar a despromoção, mas
em 1998-99 ajudou a equipa a regressar à elite
do futebol português.
No regresso ao primeiro
escalão foi importante para a consolidação do clube nesse patamar
competitivo, tendo contribuído, por exemplo, com seis golos para o 5.º lugar
obtido em 2001-02. Nessa temporada, apontou um hat trick num jogo com o Varzim.
Porém, os chamados três grandes
também sofreram com a qualidade no jogo aéreo de Filgueira, que em abril de
2000 marcou um dos golos com que o Belenenses
venceu o Benfica
na Luz e em outubro de 2001 faturou num triunfo sobre o FC
Porto nas Antas.
No entanto, a idade começou a
pesar e, numa altura em que se debatia com vários problemas físicos, terminou a
carreira aos 37 anos, despedindo-se com uma derrota no Estádio do Dragão ao fim
de 399 jogos na I
Liga. “No dia do treino após esse jogo, estava no balneário com o plantel e
a direção do Belenenses
em peso, mais a administração da SAD, entraram por ali dentro. Até achei
estranho, o que é que se iria passar ali… prestaram-me uma grande homenagem,
fiquei surpreso, entregaram-me uma salva de prata pelos serviços prestados ao
clube ao longo de oito épocas. Mais tarde fui homenageado também pela Fúria
Azul. E aquilo foi a despedida, estávamos em março e nunca mais joguei, andei
só a treinar para recuperar e depois conseguir levar uma vida normal. Fiquei
grato, dei muito ao clube, mas o Belenenses
deu-me muito também”, afirmou ao portal Relato em dezembro de 2014.
Após pendurar as botas continuou
ligado ao clube como treinador nas camadas jovens, adjunto na equipa principal
e coordenador técnico do futebol feminino. Em 2011 chegou a ser dispensado pela
direção de António Soares, mas voltou em 2014.
Sobrinho (defesa central)
Sobrinho |
Defesa central/esquerdo natural
de Setúbal, surgiu na equipa principal do Vitória
em 1980-81 e desde cedo se afirmou como titular, o que depressa fez dele um
internacional sub-21 por Portugal, tendo sido chamado ao Torneio de Toulon em
1981.
No verão de 1982 transferiu-se
para o FC
Porto depois de mais de meia centena de jogos pelos sadinos,
mas após um ano sem jogar nas Antas regressou ao Bonfim
para mais duas épocas ao serviço do emblema
vitoriano.
No verão de 1985 transferiu-se
para o Belenenses,
tal como Jorge
Martins, tendo vivido no Restelo quatro temporadas fantásticas, que
culminaram na conquista da Taça
de Portugal em 1988-89, mas também na presença no Jamor em 1985-86 e o 3.º
lugar no campeonato em 1987-88. Paralelamente, foi convocado para o Mundial
1986, mas teve de esperar até novembro de 1988 para se estrear pela seleção
nacional A.
Em 1989-90 representou os
franceses do Racing Paris, mas voltou a jogar pelo Vitória
entre 1990 e 1992, despedindo-se dos setubalenses
numa altura em que estes militavam na II
Liga, tendo rumado ao Paços
de Ferreira.
Apesar da ligação aos dois
clubes, Luís Sobrinho torce sempre pelo sadinos
quando estes defrontam o Belenenses.
“Inclino-me sempre para o Vitória”,
afirmou ao Record
em março de 2015.
Teixeira (lateral direito)
Teixeira |
Jogador polivalente, capaz de
atuar como lateral direito e médio defensivo, nasceu em Luanda, mas radicou-se
em Portugal ainda em tenra idade. Em termos futebolísticos fez a formação
no Vitória
de Setúbal, tendo transitado para a equipa principal em 1982.
Embora nem sempre muito
utilizado, atuou em mais de 30 encontros oficiais até 1986 e tornou-se
internacional sub-21 e olímpico, despedindo-se do Bonfim com
uma descida à II Divisão que interrompeu uma sequência de 24 anos consecutivos
no primeiro
escalão.
Entretanto viveu os melhores anos
da carreira ao serviço do Belenenses entre
1986 e 1995, tendo conquistado a Taça
de Portugal em 1988-89, jogado nas competições europeias e somado mais
de 200 encontros oficiais pelos azuis
do Restelo.
Haveria de falecer em maio de
2017, aos 53 anos, vítima de doença prolongada.
Fernando Mendes (lateral esquerdo)
Fernando Mendes |
Lateral esquerdo natural do
Montijo, concluiu a formação e iniciou a carreira como sénior no Sporting,
tendo feito a estreia pela equipa principal quando tinha apenas 18 anos e sete
meses, em junho de 1985, precisamente um jogo frente ao Vitória
de Setúbal.
Entretanto tornou-se titular
indiscutível, internacional A, mudou-se pelo Benfica
e passou por Boavista
e Estrela
da Amadora antes de ingressar no Belenenses
em 1995-96, numa altura em que aparentava já ter entrado na fase descendente da
carreira.
Contudo, no Restelo relançou a
carreira com uma temporada de grande nível, ao ponto de ter regressado à
seleção nacional em fevereiro e março de 1996 e de ter dado o salto para o FC
Porto no final da época.
Após três anos nas Antas,
regressou ao Belenenses
em 1999-00, à beira dos 33 anos.
Por fim, representou o Vitória
de Setúbal entre 2000 e 2002, naqueles que foram os dois últimos anos como
futebolista profissional. Em 2000-01 viveu mesmo a temporada mais produtiva da
carreira em termos de golos, tendo somado dez remates certeiros às ordens de Jorge
Jesus numa campanha que culminou na subida à I
Liga. “Se o tivesse apanhado mais cedo tinha sido mil vezes melhor!”,
afirmou ao Observador
em agosto de 2017.
Fernando Mendes é o único jogador
na história a ter representado as cinco equipas campeãs nacionais em Portugal: Sporting,
Benfica,
Boavista,
Belenenses
e FC
Porto.
Rui Esteves (médio)
Rui Esteves |
Médio formado no Real Benfica, passou
por Torreense,
Olhanense,
Louletano
e Farense
antes de dar o salto para o Vitória
de Setúbal no verão de 1993, proveniente do emblema
de Torres Vedras.
“Evidenciei-me no Torreense,
eu e vários atletas e cada um foi para seu sítio. Para o Vitória veio
comigo o Rosário. E há uma situação muito engraçada, porque nesse ano para
subir de divisão estavam o Estrela
da Amadora e o Vitória
de Setúbal. E o último jogo do Torreense é
aqui em Setúbal com o Vitória,
que tinha de ganhar para subir à I
Divisão. Eu já tinha assinado com o Vitória e
na semana antes do jogo chamei o presidente do Torreense e
o treinador, prof. Rui Mâncio, e disse-lhes: ‘Eu não quero jogar este jogo.
Vocês multem-me, tirem-me o salário, eu não quero receber o meu ordenado, mas
estou a ser sincero, eu no próximo ano quero jogar na I
Divisão por isso quero que o Vitória ganhe
o jogo. Querem que eu vá para o estádio fazer figura de quê se eu quero que
o Vitória ganhe
ao Torreense?’.
Expus de tal maneria o problema que eles entenderam perfeitamente. Disse a
verdade. E pronto, rescindi o contrato na hora e fui-me embora. Fui honesto”,
revelou à Tribuna
Expresso em outubro de 2018.
Embora só tenha estado um ano a
vestir de verde
e branco, aproveitou muito bem a temporada 1993-94 e o início da que se
seguiu, ao participar em 32 encontros e faturar por três vezes, ajudando
os sadinos a
concluir o campeonato de 1993-94 da I
Divisão em 6.º lugar.
No verão de 1994 deu o salto para
o Benfica,
mas nunca se impôs de águia
ao peito.
Em 1995-96 esteve perto de voltar
a jogar pelo clube
de Setúbal, cidade onde continuou a viver, mas um volte-face de última hora
empurrou-o para o Belenenses.
“Estava já aqui e chego a acordo com o Vitória
de Setúbal. Era o Quinito o diretor do futebol. Entretanto, estava no
Algarve de férias, sossegadinho, e aparece num jornal: ‘Rui Esteves já não fica
no Vitória’.
Por causa de uma entrevista qualquer que eu tinha dado. Já não sei o que disse
nessa entrevista, mas as pessoas interpretaram mal as coisas porque eu sempre
quis voltar ao Vitória.
Cheguei aqui e percebi que não era bem isso, que utilizaram a situação porque o
treinador na altura não queria ficar comigo. Havia um jogador que era o
Stepanovic, que vinha do Farense,
e o treinador dizia que eu era igual a ele. Foi por aí. Mas arranjaram a
desculpa da entrevista. Tudo bem, tranquilo. O João Alves soube o que se tinha
passado e convidou-me para o Belenenses”,
contou.
Em duas temporadas no Restelo,
ambas na I
Divisão, somou cerca de 60 jogos e quatro golos, antes de se aventurar no
futebol da Coreia do Sul. “O Mladenov,
que ia entrar para treinador, teve uma conversa comigo, queria contar comigo.
Achei que aquilo que fizeram ao Vítor Manuel não foi correto e não queria ficar
de maneira alguma no Belenenses.
Não me revia naquela direção”, explicou.
Neca (médio ofensivo)
Neca |
Médio de características
ofensivas natural de Lisboa e maioritariamente formado no Belenenses,
clube em que ingressou pela mão do padrinho, um aficionado belenense,
e transitou para a equipa principal dos azuis
do Restelo em 1997-98, tendo ganho paulatinamente o seu espaço ao longo dos
anos. Os seus bons desempenhos valeram-lhe chamadas às seleções jovens,
nomeadamente ao Campeonato do Mundo de sub-20 em 1999 e ao Europeu de sub-21 em
2002, e duas internacionalizações pela seleção principal no final de 2002, numa
altura em que Agostinho Oliveira era selecionador interino.
Em oito anos na equipa principal
do Belenenses
totalizou 155 encontros e 17 golos, tendo contribuído para a promoção à I
Liga em 1999 e para honrosas classificações no primeiro
escalão como o 5.º lugar em 2001-02.
No verão de 2005 transferiu-se
para o Vitória
de Guimarães, tendo ainda passado pelo Marítimo
e pelo futebol turco antes de regressar a Portugal pela porta do Vitória
de Setúbal em janeiro de 2010.
Em dois anos e meio no Bonfim
amealhou 67 partidas e onze golos, ajudando a manter os sadinos
no patamar
maior do futebol português antes de regressar à Turquia.
Jaime das Mercês (médio ofensivo)
Jaime das Mercês |
Médio ofensivo/extremo natural
da Cova
da Piedade, despontou no Amora,
tornando-se internacional jovem português antes de dar o salto para o Belenenses
no verão de 1983.
No Restelo conseguiu
notabilizar-se e catapultar-se para a seleção nacional A, tendo sido uma das
principais figuras do clube naquele que é considerado o melhor período dos azuis
no pós-Matateu, no final da década de 1980, tendo contribuído para a conquista
do título nacional da II Divisão em 1983-84 e principalmente para a conquista
da Taça
de Portugal em 1988-89, assim como para a obtenção do honroso 3.º lugar na I
Divisão em 1987-88. Pelo meio, somou nove internacionalizações pela
principal equipa das quinas entre outubro de 1985 e março de 1987.
“Quando estava no Belenenses
cheguei a assinar um contrato por três épocas com o Benfica,
mas depois não me deixaram sair. Antes, no Amora,
aconteceu uma situação idêntica. Mas não me queixo. Também representei um clube
grande, que é o Belenenses”,
revelou ao Record
em março de 2000.
No verão de 1992, depois de uma
temporada em que não foi muito utilizado e após mais de 220 jogos e 20 golos em
Belém, transferiu-se para o Vitória
de Setúbal, clube pelo qual disputou 32 jogos e apontou quatro golos em
todas as provas, ajudando os sadinos a
subir à I
Liga.
Stoycho Mladenov (avançado)
Stoycho Mladenov |
Avançado internacional búlgaro,
que tinha marcado presença no Mundial 1986, ingressou no Belenenses
precisamente após o Campeonato do Mundo disputado no México, proveniente do CFKA
Sredets.
“Naquela altura a Bulgária era um
país fechado. Raramente uma pessoa podia obter autorização para sair do país.
Depois, com a Perestroika, o mundo comunista abriu e as pessoas puderam sair do
país. O Belenenses
fez-me uma proposta, boa para o clube e para mim, que naquela altura já tinha
29 anos”, recordou ao jornal A
Bola em fevereiro de 2015.
Esteve apenas três anos no Restelo,
mas bastou para se tornar numa das principais figuras do Belenenses
no pós-Matateu, tendo contribuído para a para a obtenção do 3.º lugar na I
Divisão na época anterior e para conquista da Taça
de Portugal em 1988-89, apesar de ter ficado fora da final por opção de
Marinho Peres. “Ganhámos jogos seguidos a Sporting,
FC
Porto e Benfica,
ficou na memória de todos nós. Conquistámos um título que ficou na história do Belenenses.
O Belenenses
é o clube português pelo qual tenho mais carinho. Foram três anos muito bons,
de bom ambiente. Ainda hoje somos amigos”, afirmou este fã de bacalhau no
forno, que elogiou os treinadores que teve em Belém: “Marinho Peres metia
alegria nos treinos, mas nos jogos era sério. Todos os meus treinadores me
marcaram, sobretudo Henri Depireux, que pediu a minha contratação.”
No verão de 1989, após mais de 30
golos em cerca de 100 jogos oficiais pelo Belenenses,
transferiu-se para o Vitória
de Setúbal. Embora tivesse atingido a dezena de golos em ambas as épocas
que passou no Bonfim,
despediu-se com uma descida à II
Liga em 1991, ao cabo de 67 encontros e 23 remates certeiros pelos sadinos.
Chiquinho Conde (avançado)
Chiquinho Conde |
Avançado moçambicano, começou a
carreira no Maxaquene, o mesmo clube que revelou Eusébio quando ainda se
chamava Sporting de Lourenço Marques, e de lá saiu para o Belenenses em
1987, tendo ajudado o emblema
do Restelo a conquistar a Taça
de Portugal em 1988-89 e a alcançar um honroso 3.º lugar na I
Divisão na época anterior. Foi o primeiro moçambicano a jogar legalmente em
Portugal após a independência do país.
“O Belenenses
não foi o primeiro clube que me quis levar. Um ano antes já o Benfica
tinha tentado. O Governo não autorizou. Depois o presidente morreu, as coisas mudaram
um pouco e deixaram-me ir. De certa forma, a morte de Samora Machel acabou por
mudar a minha carreira”, contou, em entrevista ao Maisfutebol,
em julho de 2015.
Após 134 jogos e 35 golos pelos azuis
ao longo de quatro anos, e numa altura em que o Belenenses
tinha descido à II
Liga e o avançado estava em rota de colisão com a direção, Chiquinho Conde
transferiu-se para o Sp. Braga, de onde saiu ao fim de um ano para o Vitória
de Setúbal, tendo formado uma dupla diabólica no ataque com Yekini durante
as temporadas 1992-93 e 1993-94. “Com ele era tudo fácil. Não parecia
tecnicista, mas era muito poderoso. Muitas vezes ele sozinho amarrava os dois centrais
e libertava-me. Marquei muitos golos assim. Foi um jogador fantástico, o melhor
parceiro que tive. Dávamos muitas assistências um ao outro. Enfim, foi um
período muito bom”, confessou.
64 jogos e 27 golos depois, rumou
ao Sporting,
onde não foi feliz. Voltou ao Belenenses,
mas sem o mesmo brilho (apenas quatro jogos e zero golos na segunda metade de
1995-96), regressando depois ao Bonfim em
1996-97 para redescobrir a felicidade, apontando sete golos em 20 partidas
na I
Liga. “Era o meu clube talismã e fica na minha história. O Belenenses acolheu-me
muito bem, mas em Setúbal vivi sete anos fantásticos”, contou.
Entretanto transferiu-se para
os Estados
Unidos, mas retornou a Setúbal em dezembro de 1997, para apontar 29 golos
em 84 partidas em dois anos e meio. Foi uma das figuras do 5.º lugar de 1998-99
que marcou o regresso às competições europeias 25 anos depois.
Quase duas décadas depois, em
2018-19, regressou ao Vitória
de Setúbal para orientar a equipa de sub-23 na Liga Revelação.
Meyong (avançado)
Voltou
a descer de divisão em 2002-03, mas tornou a subir na época seguinte, sob a
orientação de Carlos Carvalhal, naquela que foi a temporada mais produtiva da
carreira: 20 golos na II Liga e
um na Taça de Portugal.
No Restelo também brilhou,
sagrando-se o melhor marcador da I
Liga em 2005-06, com 17 golos, apesar de ter afastado da equipa durante
algumas semanas para estar ao serviço dos Camarões no CAN 2006. Apesar do seu
imenso contributo, os azuis
só se salvaram da despromoção à II
Liga na secretaria, devido ao Caso Mateus que ditou a descida de divisão do
Gil
Vicente. “Fui muito bem tratado, um grande clube, com boas condições”,
recordou à Tribuna
Expresso.
Valorizado, deu o salto para o
futebol espanhol, mas não se impôs no Levante
nem no Albacete. Haveria de regressar ao Belenenses
no janeiro de 2018 e até voltou em grande, com um golo na reestreia, diante da
Naval, mas a sua utilização ditou a perda de seis pontos ao conjunto
de Belém, uma vez que já tinha atuado por outros dois clubes nessa
temporada. Esses pontos perdidos na secretaria impediram que os azuis
do Restelo falhassem o segundo apuramento consecutivo para a Taça
UEFA.
“Surge o Belenenses
porque o [Jorge]
Jesus está lá. O Jesus
é que me diz: ‘O que é que estás a fazer aí em Espanha?
Deixa isso, vem para aqui’. Consegue dar-me a volta. Venho para cá, mas naquele
tempo eu não sabia daquelas regras, que não podia jogar em três clubes na mesma
época. E também ninguém me perguntou nada. Se soubesse se calhar avisava. Mas
também acho que esse não era o meu trabalho. O meu trabalho é jogar, os
empresários é que têm de tratar dessas coisas. Os empresários e o diretor
técnico. Se sou diretor técnico, vou contratar um jogador que não pode jogar? Depois
do jogo [frente à Naval], à noite, estava a ver na SIC Notícias, e é o
Rui Santos que levanta essa questão. A partir daí, a equipa mete o assunto na
Federação e sou suspenso”, contou, puxando a cassete atrás.
Fernando Vaz (treinador)
Fernando Vaz |
Um treinador marcante no futebol
português, que além de Vitória
de Setúbal e Belenenses dirigiu Académica, Sp.
Braga, seleção nacional, FC
Porto, Vitória
de Guimarães e Sporting,
entre outros.
Em 1951-52 dirigiu essencialmente
os azuis,
mas na fase final da época foi cedido aos sadinos
para guiar a equipa à subida à I
Divisão. Na temporada seguinte comandou o conjunto
de Belém ao 3.º lugar no primeiro
escalão.
Haveria de voltar ao Belenenses
em 1958-59 e depois entre 1962 e 1964. Pelo meio, foi cedido pela CUF
ao Vitória
na fase final da temporada 1961-62 para repetir o filme de dez anos antes, levando
novamente os setubalenses
ao patamar
maior do futebol português.
Em 1964-65 surgiu pela primeira
como treinador do Vitória a
tempo inteiro, iniciando um ciclo dourado que ficou marcado pela conquista de
duas Taças
de Portugal (1965 e 1967)
e pela presença em outras duas finais (1966 e
1968).
No final da época de 1968-69
mudou-se para o Sporting,
tendo regressado ao Bonfim
em 1976-77, mas a meio da época seguinte foi substituído por Carlos Cardoso na
sequência de maus resultados.
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