sábado, 2 de abril de 2022

Onze ideal de jogadores que passaram por Vitória FC e Sp. Braga B

Vitória de Setúbal e Sp. Braga B medem forças na Liga 3
Mais habituado a defrontar a equipa principal do Sporting Clube de Braga, com a qual protagonizou 125 oficiais, incluindo uma final da Taça de Portugal e uma meia-final da Taça da Liga, o Vitória de Setúbal compete em 2021-22 com os bês bracarenses na fase de promoção da Liga 3.
 
O primeiro confronto oficial entre os dois conjuntos está agendado para este domingo, 3 de abril, no Estádio do Bonfim.
 
Apesar do histórico inexistente de jogos entre as duas equipas e o facto de o Sp. Braga B ter apenas 17 épocas de existência (1999-00 a 2005-06 e desde 2012-13), cerca de dezena e meia de futebolistas já representaram tanto os setubalenses como a formação secundária dos minhotos.
 
Vale por isso a pena conferir o nosso ideal que passaram por Vitória de Setúbal e Sp. Braga B, disposto em 4x3x3, dando preferência a quem jogou regularmente pelos bês braguistas em detrimento de quem o fez esporadicamente para ganhar ritmo ou devido a castigo.
 

Eduardo (guarda-redes)

Eduardo
Eduardo haveria de se tornar um guarda-redes internacional português (por 36 vezes) e chegar a clubes importantes do panorama europeu como Génova, Benfica, Dínamo Zagreb, Chelsea, Vitesse e a própria equipa principal do Sp. Braga, mas tinha já 24 anos quando se estreou na I Liga e quase 26 quando se estreou finalmente na primeira equipa dos bracarenses.
Com formação concluída nos arsenalistas, o guardião realizou os primeiros jogos pelo Sp. Braga B quando ainda era júnior, em 2000-01, mas a verdade é que até à extinção dos bês bracarenses, em meados de 2006, que não conseguiu dar o salto.
Na segunda metade de 2006-07 foi emprestado ao Beira-Mar, não conseguindo evitar a despromoção, e na temporada que se seguiu foi cedido ao Vitória de Setúbal, clube em que finalmente conseguiu mostrar que era guarda-redes para andar na elite do futebol português. Em 43 jogos oficiais em todas as provas sofreu 41 golos, contribuindo não só para a obtenção do 6.º lugar, melhor classificação dos setubalenses no primeiro escalão no século XXI, mas também para a conquista da Taça da Liga – defendendo três penáltis no desempate por grandes penalidades diante do Sporting na final –, assim como para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal.  
“Fomos recebidos em apoteose. Foi tudo eufórico. Estávamos cansados, mas não podíamos deixar de estar presentes. Não podíamos deixar de partilhar com a cidade e com os adeptos esta alegria”, afirmou ao Maisfutebol no rescaldo da conquista da Taça da Liga. “Penso que consegui realizar uma boa época. Estou satisfeito com aquilo que fiz, estou bastante orgulhoso”, acrescentou, no final da temporada.
Em 2008-09 voltou ao Sp. Braga para se afirmar na equipa principal, tendo feito a estreia pela seleção nacional em fevereiro de 2009.
 
 
 

André Pinto (defesa central)

André Pinto
Defesa central internacional jovem português formado no FC Porto, teve de vivenciar vários empréstimos quando subiu a sénior. Primeiro foi cedido ao Santa Clara, então na II Liga, depois ao Vitória de Setúbal, na I Liga, em 2009-10.
Na única temporada que passou no Bonfim foi utilizado em 23 jogos oficiais (22 a titular) e marcou um golo, numa vitória caseira sobre o Marítimo, ajudando os sadinos a assegurar a permanência.
Entretanto foi cedido pelos dragões ao Portimonense e ao Olhanense antes de se transferir para o Panathinaikos no verão de 2012.
Um ano depois regressou a Portugal pela porta do Sp. Braga, tendo atuado em três jogos pela equipa B em fevereiro e março de 2014 antes de se estrear pela equipa principal em abril. Nas épocas que se seguiram afirmou-se como titular nos minhotos.
 
 
 

Artur Jorge (defesa central)

Artur Jorge
Defesa central formado no Sp. Braga e filho de um antigo central bracarense com o mesmo nome, transitou para a equipa B em 2012-13, quando ainda era júnior, tendo amealhado 59 partidas pelos bês arsenalistas na II Liga entre março de 2013 e setembro de 2016 – pelo meio, esteve cedido a Vilaverdense e Freamunde.
Em 2016-17 estreou-se pela equipa principal e até parecia que estava conseguir fixar-se, uma vez que atuou em 28 jogos nessa temporada. No entanto, na época seguinte foi cedido aos romenos do Steaua Bucareste e não mais voltou à Pedreira.
Após uma experiência não muito bem conseguida na Roménia, transferiu-se para o Vitória de Setúbal no verão de 2018, tendo totalizado 57 encontros e um golo pelos sadinos ao longo de dois anos.
No verão de 2020, na ressaca da despromoção administrativa dos setubalenses ao Campeonato de Portugal, rumou aos cipriotas do APOEL.
“Juntos vivemos momentos inesquecíveis. Eu, os meus companheiros e a tua família do Bonfim lutámos por ti até ao último segundo. Superamo-nos, fizemos do impossível possível e fizemos da nossa raça a nossa principal arma para te defender. Não tenho palavras que possam atenuar este desfecho. Nós não merecíamos. Tu não merecias. Mas, agora, mais do que lamentar, temos de nos unir. E eu, esteja onde estiver, porque estou certo que compreendem que sempre honrei o meu compromisso com o clube, mas que preciso de continuar a fazer o meu caminho, estarei contigo. A torcer da mesma forma pelo teu sucesso, a acreditar na tua rápida ascensão, porque o sonho de muitos, é a tua realidade. Tu és centenário, tu conquistaste Portugal, tu agigantaste-te perante tubarões europeus, tu não és grande, tu és Enorme. E vais voltar. Mais forte do que nunca. Com a cidade a teu lado e com mais cem anos de glória”, escreveu o defesa nas redes sociais, na hora da despedida.
 
 
 

Pedro Queirós (lateral direito)

Pedro Queirós
Lateral direito formado no Tirsense, clube em que também iniciou o seu percurso enquanto sénior, ingressou na equipa B do Sp. Braga em 2005-06, na última época do primeiro período de existência dos bês bracarenses.
Seguiram-se passagens por Torre Moncorvo, Gloria Bistrita (Roménia), Paços de Ferreira, Oliveirense e Feirense antes de assinar pelo Vitória de Setúbal no verão de 2012.
Em três anos no Bonfim amealhou 105 encontros, apenas um na condição de suplente utilizado, contribuindo para a obtenção de um honroso 7.º lugar na I Liga em 2013-14. “Foram três anos bons, numa cidade lindíssima”, afirmou ao jornal O Setubalense em maio de 2016.
 
 
 

Sílvio (lateral esquerdo)

Sílvio
Sílvio é destro, mas fez boa parte da carreira do lado esquerdo. Salvo as devidas proporções, foi nos anos áureos da carreira uma espécie de Philipp Lahm do futebol português.
Após ter concluído a formação no Benfica, passado por Odivelas e Atlético Cacém e entrado na I Liga pela porta do Rio Ave, representou o Sp. Braga em 2010-11. Na Pedreira brilhou ao ponto de ser chamado à seleção nacional logo em setembro de 2010, contribuir para a fantástica caminhada até à final da Liga Europa e dar o salto para o Atlético Madrid no final da temporada.
Nos colchoneros nunca se impôs perante a concorrência de Juanfran e Filipe Luís, tendo sido emprestado a Deportivo da Corunha e Benfica. Ao serviço dos encarnados sofreu uma grave lesão que o limitou durante quase cinco anos.
Na segunda metade de 2017-18, após um ano praticamente sem jogar no Wolverhampton, atuou em 12 jogos pelo Sp. Braga B, tendo apontado dois golos, diante de Benfica B e Oliveirense.
Na segunda metade de 2018 esteve sem clube, mas em janeiro de 2019 assinou pelo Vitória de Setúbal, clube pelo qual disputou 42 encontros ao longo de época e meia, despedindo-se após a despromoção administrativa ao Campeonato de Portugal.
“Meu querido Vitória. Que pena que eu tenho de me despedir de ti desta forma. Um clube que tanto me deu. Um clube que me acolheu como se de um filho de Setúbal se tratasse. Um clube que acreditou em mim quando mais nenhum o fez. Espero ter retribuído esse carinho e essa confiança tanto dentro como fora do campo. Levarei para sempre o Vitória no coração, e serei para sempre mais um adepto a torcer pelo seu sucesso. Um grande abraço a todos os vitorianos e muita força neste momento tão difícil. O Vitória não é grande, é enorme”, escreveu nas redes sociais na hora da despedida.
 
 
 

Filipe Gonçalves (médio defensivo)

Filipe Gonçalves
Médio de características defensivas natural de Espinho e internacional jovem português, trocou o Sp. Espinho pelo Sp. Braga no verão de 2004. Durante as duas temporadas em que esteve nos bracarenses, somou nove jogos pela equipa principal, tendo sido mais utilizado pelos bês na II Divisão B.
Seguiram-se empréstimos ao Leixões em 2006-07 e ao Vitória de Setúbal na época seguinte. Ao serviço dos sadinos atuou em 35 partidas oficiais (13 a titular) e marcou dois golos, diante do Leixões no campeonato e frente ao Sporting na fase de grupos da Taça da Liga, competição que ajudou os setubalenses a conquistar.
 
 
 

Nuno Valente (médio centro)

Nuno Valente
Médio natural de Adaúfe, no concelho de Braga, internacional sub-18 português e formado maioritariamente no Sp. Braga, foi pela primeira vez convocado para a equipa principal em janeiro de 2010, por Domingos Paciência.
Nas duas temporadas seguintes esteve emprestado a Sp. Covilhã e Vizela, mas chegou a ser convocado para jogos da Liga Europa por Leonardo Jardim no final de 2011, uma vez que os vizelenses eram na altura o clube satélite dos arsenalistas.
Em 2012-13 fixou-se no então recém-criado Sp. Braga B, formação pela qual amealhou um total de 106 jogos (96 a titular) e 17 jogos até ao final da época 2014-15. Pelo meio, somou dois jogos pela equipa principal.
No verão de 2015 transferiu-se para o Arouca e três anos depois rumou ao Vitória de Setúbal. Entre 2018 e 2020 totalizou 48 encontros oficiais e quatro golos pelos sadinos, despedindo-se após a despromoção administrativa ao Campeonato de Portugal.
 
 
 
 

Puma (médio ofensivo)

Puma
Médio ofensivo nascido em Lisboa, mas internacional por Cabo Verde, concluiu a formação no Sp. Braga e estreou-se no futebol sénior ao serviço dos Dragões Sandinenses antes de ingressar na equipa B dos bracarenses em 1999-00.
Em 2001-02 transitou para a equipa principal dos minhotos, pela qual disputou seis jogos, mas quando não era utilizado jogava pelos bês na II Divisão B.
No verão de 2002 transferiu-se para a Naval, então na II Liga, e na época seguinte mudou-se para o Vitória de Setúbal, que também estava no segundo escalão. Em duas épocas no Bonfim amealhou 40 encontros e um golo em todas as competições, tendo ajudado os sadinos a regressar à I Liga em 2004 e a conquistar a Taça de Portugal em 2004-05.
 
 

Jean Paulista (avançado)

Jean Paulista
Avançado móvel brasileiro formado no Corinthians, chegou ao futebol português pela porta do Farense em 1998-99. Na época seguinte transferiu-se para o Sp. Braga, mas não se impôs, tendo atuado em apenas seis partidas pela equipa principal e pelo menos pelos bês bracarenses na II Divisão B.
Seguiram-se passagens por Desp. Aves, novamente Farense e Imortal antes de assinar pelo Vitória de Setúbal no verão de 2001, quando o treinador dos sadinos era Jorge Jesus. Ao longo de duas temporadas no Bonfim totalizou 39 partidas e um golo, não conseguindo evitar a despromoção à II Liga em 2003.
 
 

Edinho (avançado)

Edinho
Filho do antigo avançado sadino Arnaldo Silva, Edinho foi sempre um simpatizante do Vitória de Setúbal, clube que representou pela primeira vez enquanto iniciado em 1995-96.  “O meu pai foi com 17 anos para o clube, então cresci a ver o que era o Vitória”, afirmou ao portal do Sindicato de Jogadores.
Entretanto, este avançado concluiu a formação e iniciou o percurso como sénior no Almada, tendo ainda passado pelo Barreirense antes de assinar pelo Sp. Braga no verão de 2003. “Ainda estive no FC Porto, a treinar no Olival, mas o professor Jesualdo Ferreira, que tinha sido treinador do meu pai [no Torreense, em 1983-84] e me conhecia, pediu-me para que fosse para Braga”, recordou ao Diário de Notícias em agosto de 2019.
Em duas épocas nos bês bracarenses marcou 33 golos em 50 partidas, mas não foi além de sete jogos e dois remates certeiros pela equipa principal.
Sem espaço no plantel dos minhotos, foi cedido a Paços de Ferreira, Gil Vicente e, na primeira metade de 2007-08, ao Vitória de Setúbal, tendo marcado nove golos em 23 jogos e contribuído para uma caminhada que haveria de culminar na conquista da Taça da Liga e no apuramento para a Taça UEFA antes de se mudar para os gregos do AEK Atenas durante mercado de inverno. “Fiquei magoado com o presidente [da comissão de gestão, Carlos Costa] porque não teve uma atitude correta comigo. Deixou passar a mensagem de que eu é que quis ir embora quando na verdade o que aconteceu foi uma boa oportunidade para o Vitória de Setúbal encaixar algum dinheiro no final da época. Os adeptos ficaram a pensar que eu fui ingrato e isso não é verdade. Fiquei magoado por isso, mas não guardo rancor nenhum”, lamentou.
Entretanto tornou-se internacional português e representou clubes como Málaga, PAOK, Marítimo, Académica, novamente Sp. Braga e dois emblemas turcos antes de regressar ao Vitória de Setúbal em 2016-17. Nesta segunda passagem pelo Bonfim amealhou 71 jogos e 19 golos, ajudando os vitorianos a chegar à final da Taça da Liga em 2017-18.
Na hora da saída, revelou alguma mágoa. “A saudade estará presente todos dias, assim como o calor e o carinho de todos estes adeptos sadinos que me mostraram cada vez que orgulhosamente vesti esta camisola sagrada. Foi e será sempre um orgulho para mim este Enorme Vitória FC. Acho que merecia outro respeito por tudo que já dei ao Vitória, não me querendo bastava dizer ao invés de mandarem recados, 'se não assinaram é porque não querem ficar!' Eu entendi as entrelinhas e vi que não contavam comigo”, escreveu nas redes sociais.
 
 
 

Igor (avançado)

Igor
Avançado nascido na cidade brasileira de Maceió, mas desde tenra idade radicado no norte de Portugal, fez grande parte da formação e os primeiros anos de sénior no Maia, tendo conseguido sagrar-se melhor marcador da II Liga em 2002-03, com 20 golos.
Valorizado pelas boas campanhas ao serviço dos maiatos, mudou-se para o Sp. Braga no verão de 2003. Na única temporada que passou no emblema minhoto apontou sete golos em 25 jogos, o que até nem foi um mau registo tendo em conta que 15 partidas foram enquanto suplente utilizado. Paralelamente, atuou em três encontros e apontou outros tantos golos pela equipa B dos bracarenses.
Sem espaço na Pedreira, ingressou no Vitória de Setúbal em 2004-05 por empréstimo dos arsenalistas. Apesar da feroz concorrência de Meyong e Bruno Moraes, conseguiu atuar em 34 jogos (apenas sete a titular) e apontar sete golos – curiosamente, dois deles ao Sp. Braga –, ajudando os sadinos a conquistar a Taça de Portugal.
 
 
 

Toni Conceição (treinador)

Toni Conceição
Antigo defesa central internacional português nascido em Maximinos, no concelho de Braga, fez grande parte da formação no Sp. Braga, clube pelo qual atuou mais de 115 vezes durante a carreira de futebolista. “Fui habituado a ver futebol através do Sp. Braga. O meu pai era adepto ferrenho. Desde pequeno que acompanhei o clube e, por isso, sempre tive o desejo de vestir aquela camisola”, afirmou ao JN em dezembro de 2016.
Entretanto tornou-se treinador, tendo mantido a ligação aos bracarenses, tendo trabalhado como adjunto no plantel principal entre 1994-95 e 1998-99 e em 2002-03 e como técnico principal da equipa B entre 1999-00 e 2001-02, fazendo evoluir jogadores como Eduardo, Ricardo Rocha, Luís Filipe e Tiago.
Em 2003 cortou o cordão umbilical que o ligava aos arsenalistas, tendo orientado Naval e Estrela da Amadora antes de comandar o Vitória de Setúbal entre setembro e dezembro de 2006, não indo além de duas vitórias e três empates em apenas 13 jogos.










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