domingo, 20 de março de 2022

Onze ideal de jogadores que passaram por Vitória FC e Oliveirense

UD Oliveirense e Vitória FC medem forças na Liga 3
Dois clubes que já andaram entre a elite do futebol português, embora com dimensões históricas bem distintas, Vitória Futebol Clube e União Desportiva Oliveirense coincidiram apenas numa temporada num mesmo campeonato, o da I Divisão, em 1945-46. Mais de sete décadas depois, os dois conjuntos defrontaram-se numa meia-final da Taça da Liga, em janeiro de 2008.
 
Em três jogos entre as duas equipas até este reencontro na Liga 3, os sadinos venceram dois e perderam um.
 
Ao longo da história, os setubalenses têm tido nos seus quadros jogadores que já tinham pertencido aos unionistas e vice-versa. Vale por isso a pena conferir o nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois clubes, distribuídos em campo num 4x3x3.
 

Bruno Vale (guarda-redes)

Bruno Vale
Bruno Vale é um caso raríssimo na história da seleção nacional, pois conseguiu ser convocado e estrear-se quando se encontrava numa equipa B, no caso a do FC Porto, e antes de se estrear numa I Liga. Na altura, o selecionador era Luiz Felipe Scolari, que curiosamente ateimava em não chamar o guarda-redes titular da equipa principal dos portistas, Vítor Baía. Se a chamada de Vale foi uma provocação ou não, só apenas Felipão poderá desvendar.
O que é certo é que Bruno Vale nunca conseguiu afirmar-se no Dragão, tendo sido sucessivamente emprestado a Estrela da Amadora, União de Leiria, Varzim, Vitória de Setúbal e Belenenses.
Ao serviço dos sadinos, em 2008-09, disputou 12 jogos e sofreu 16 golos em todas as competições. Embora tenha começado a época como titular, acabou por perder espaço para Pedro Alves e Pawel Kieszek com o decorrer da temporada.
Após terminar a ligação ao FC Porto, representou a Oliveirense entre 2010 e 2012, tendo feito parte da equipa que em 2011-12 chegou às meias-finais da Taça de Portugal. Seguiram-se sete anos nos cipriotas do Apollon Limassol antes de encerrar a carreira em 2019-20 em Oliveira de Azeméis. Ao longo das duas passagens pelos unionistas amealhou 73 jogos e 96 golos sofridos.
“Neste último ano tive o honra de voltar a uma casa que também foi muito especial para mim e um prazer muito grande puder terminar a minha carreia aqui, um obrigado especial à União Desportiva Oliveirense”, escreveu nas redes sociais, quando anunciou que ia pendurar as luvas.
 
 
 

Nuno Afonso (defesa central)

Nuno Afonso
Imponente defesa central (1,90 m) formado no Benfica e internacional jovem por Portugal, passou por Belenenses, Campomaiorense e Salamanca antes de ingressar no Vitória de Setúbal em 1997-98, época em que não foi além de dez jogos pelos sadinos em todas as provas.
Entretanto representou Marítimo, Paços de Ferreira e Desp. Aves, tendo assinado pela Oliveirense, então recém-promovida à II Liga, no início da época 2001-02. Nessa temporada atuou em 16 partidas em todas as competições e marcou um golo ao Desp. Chaves.
 
 

João Serrão (defesa central)

João Serrão

Defesa central que passou pelas camadas jovens de FC Porto e Juventus, ingressou no Vitória de Setúbal em 2019-20, época em que jogou apenas pela equipa de sub-23.
No entanto, no final dessa temporada os sadinos foram despromovidos administrativamente ao Campeonato de Portugal e João Serrão aproveitou para se fixar como titular no eixo defensivo, tendo atuado em 23 jogos e apontado dois golos em todas as provas, ajudando os setubalenses a chegar à fase de promoção à II Liga.
No verão de 2021 trocou o emblema do Bonfim pela Oliveirense, pelo que este domingo poderá reencontrar em campo alguns ex-companheiros de equipa.
 
 
 

Pedro Queirós (lateral direito)

Pedro Queirós
Lateral direito formado no Tirsense, clube em que também iniciou o seu percurso enquanto sénior, passou por Sp. Braga B, Torre Moncorvo e pelos romenos Gloria Bistrita antes de entrar na I Liga pela porta do Paços de Ferreira em 2008-09.
No entanto, não se impôs na Capital do Móvel e foi cedido à Oliveirense na época seguinte, tendo atuado em 30 partidas numa campanha em que os unionistas não estiveram muito longe da subida ao primeiro escalão.
Entretanto voltou ao Paços de Ferreira e passou pelo Feirense antes de assinar pelo Vitória de Setúbal no verão de 2012.
Em três anos no Bonfim amealhou 105 encontros, apenas um na condição de suplente utilizado, contribuindo para a obtenção de um honroso 7.º lugar na I Liga em 2013-14. “Foram três anos bons, numa cidade lindíssima”, afirmou ao jornal O Setubalense em maio de 2016.
 
 
 

Diogo Sousa (lateral esquerdo)

Diogo Sousa
Duas pequenas batotas em relação a este jogador: é lateral direito, mas neste onze é adaptado ao lado esquerdo por uma questão de conveniência; esteve vinculado ao Vitória de Setúbal, mas não chegou a disputar jogos oficiais.
Diogo Sousa deu um salto de gigante na carreira no verão de 2017, quando deixou o Infesta, na altura a militar no segundo escalão distrital da AF Porto, para assinar pelo Vitória de Setúbal, então na I Liga.
Embora tenha ido uma vez para o banco numa visita ao Portimonense, não chegou a estrear-se pelos sadinos, tendo sido emprestado à Oliveirense em janeiro de 2018 e assinado em definitivo pelos unionistas cerca de seis meses depois. Num ano e meio em Oliveira de Azeméis disputou um total de 22 jogos oficiais, a maior parte na II Liga.
 
 

Fábio Pacheco (médio defensivo)

Fábio Pacheco
Médio de características defensivas formado no Paços de Ferreira, foi sucessivamente emprestado pelos pacenses assim que subiu a sénior.
Após três anos no clube-satélite Rebordosa, foi cedido à Oliveirense em 2010-11, época em que disputou apenas dez jogos (oito como suplente utilizado).
Seguiram-se quatro temporadas no Tondela até assinar pelo Vitória de Setúbal no verão de 2015, precisamente após ter contribuído para a inédita promoção dos beirões à I Liga – em 2011-12 já tinha ajudado os auriverdes a subir à II Liga.
Em dois anos à beira-Sado amealhou 50 partidas e marcou dois golos. “Gostaria de agradecer ao Vitória Futebol Clube e todo o staff diretivo por estes dois anos neste clube histórico, assim como aos adeptos deste Enorme clube que foram sempre incansáveis no apoio aos jogadores. Quero agradecer também ao mister Quim Machado e à sua equipa técnica pela aposta em mim na I Liga e ao mister Couceiro e sua equipa técnica por terem continuado a acreditar no meu valor. Um obrigado muito especial a todo o plantel destes dois anos pela amizade e pelos bons momentos passados”, escreveu no Facebook aquando da despedida.
 
 
 

Filipe Gonçalves (médio defensivo)

Filipe Gonçalves
Médio de características defensivas natural de Espinho e internacional jovem português, despontou no Sp. Espinho antes de dar o salto para o Sp. Braga, clube que o emprestou ao Leixões em 2006-07 e ao Vitória de Setúbal na época seguinte.
Ao serviço dos sadinos atuou em 35 partidas oficiais (13 a titular) e marcou dois golos, diante do Leixões no campeonato e frente ao Sporting na fase de grupos da Taça da Liga, competição que ajudou os setubalenses a conquistar.
Entretanto terminou contrato com os bracarenses, tendo passado por Trofense, Moreirense, Estoril Praia, pelos polacos do Slask Wroclaw e pelo Nacional antes de ingressar na Oliveirense no verão de 2017, numa fase em que já tinha 33 anos.
Em quatro temporadas em Oliveira de Azeméis amealhou 114 encontros e quatro golos em todas as competições. Em 2017-18 ajudou os unionistas a chegar às meias-finais da Taça da Liga, mas em 2020-21 mostrou-se impotente para evitar a despromoção à Liga 3.
 
 
 

Rui Lima (médio ofensivo)

Rui Lima
Médio ofensivo/extremo bastante dotado tecnicamente, prometeu muito e fez um trajeto bastante razoável nas ligas profissionais, mas teve uma carreira que não conseguiu ser proporcional ao talento que possuía.  Internacional jovem português em mais de 40 ocasiões e formado no Boavista, nunca conseguiu afirmar-se no clube que o formou nem apresentou números dignos de registo quando jogou na I Liga, mas sempre grande qualidade.
Após passagens por Gondomar, Desp. Aves, Desp. Chaves e Boavista, ingressou no Vitória de Setúbal em 2002-03, por empréstimo dos axadrezados, tendo atuado em 33 jogos e apontado dois golos, diante de Marítimo e Beira-Mar, numa campanha que culminou na despromoção dos sadinos à II Liga.
“Esse empréstimo surge porque o Boavista quis um jogador do Vitória, o Ico, e uma das exigências que o treinador do Vitória, Luís Campos – um dos treinadores com quem mais gostei de trabalhar –, fez para libertar o Ico, era eu ir para lá emprestado e assim foi. Ia procurar reforçar o meu espaço no Boavista, mas o clube aceitou emprestar-me quase como moeda de troca e fui para Setúbal. Foi mais uma temporada que, coletivamente, não correu como desejávamos, mas fiz parte de uma equipa tremenda e representei um clube com um historial tremendo e adeptos fantásticos. Tínhamos jogadores como Jorginho, Sandro, Chipenda, Nélson, Meyong, Pedro Espinha, Hélio, Costa… era uma equipa fantástica mesmo, mas o clube estava com muitos problemas, teve mais do que um treinador, e depois chega-se a uma altura em que começas a cair lá em baixo e fica complicado de dar a volta. Mas a nível pessoal, mais uma vez, tirei ilações, cresci muito com mais um ano a viver fora e numa realidade diferente, no Sul, outra forma de estar, e gostei muito. Fui muito bem acolhido, era acarinhado pelos adeptos e recordo-me até de um momento complicado em que perdemos com o Moreirense em casa e estavam 300 ou 400 pessoas à espera para nos enxovalhar, digamos assim. Eu saí do balneário e as pessoas bateram-me palmas e diziam que eu não sendo do clube era um exemplo e isso, para mim, dentro de um momento mau da equipa, receber palavras de encorajamento, foi um aspeto positivo. Cheguei, inclusive, a jogar a defesa esquerdo nessa época”, recordou ao portal Conversas Redondas em maio de 2020.
Após dois regressos ao Bessa, uma passagem pelo Beira-Mar e experiências em Chipre e Israel, reforçou a Oliveirense no verão de 2010. Ao longo de cinco anos em Oliveira de Azeméis totalizou 192 encontros e 53 golos, tendo contribuído para a obtenção do quarto lugar na II Liga em 2010-11 e para a caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal na época seguinte.
“Fiz das melhores épocas da minha carreira na Oliveirense e até já me disseram, eu não tenho a certeza, de que sou o melhor marcador do clube em campeonatos profissionais. Foram mesmo anos fantásticos. Numa dessas épocas que falas, até venci o prémio de melhor jogador do campeonato dado pelo jornal Record, isto já com 35 ou 36 anos. Fizemos épocas muito boas, estivemos três ou quatro anos às portas da subida, fizemos um 4.º e um 6.º lugar e chegámos às meias-finais da Taça, já a duas mãos, com a Académica, em que, se calhar, podíamos ter chegado mais longe. No primeiro jogo, em Coimbra, prefiro dizer que não fomos muito ajudados. Talvez tenha pesado o histórico dos clubes. Todos sabemos que a Académica é um clube admirado no país e isso talvez tenha pesado um bocadinho, mas, atenção, não quero com isto tirar-lhes mérito. Isso não está em causa. Tinham uma excelente equipa, com Adrien, Cédric, Diogo Valente, entre outros, comandada pelo meu amigo Pedro Emanuel. Mas não querendo tirar mérito, sentimos que era uma luta desigual. Fizemos uma boa eliminatória, batemo-nos de igual para igual nos dois jogos, e isto a duas mãos já se sabe que uma equipa teoricamente mais forte pode ter um mau jogo e recuperar no outro. Mas fizemos um excelente percurso na Taça desse ano. Também é preciso ter sorte no sorteio e nós tivemos, a primeira equipa da I Liga que defrontámos foi o Olhanense, nos quartos-de-final, e ganhámos 2-1, mas também eliminámos equipas fortes da II Divisão, como o Tondela, e em Mirandela só passámos nos penáltis e até falhámos os dois primeiros. A verdade é que a coisa foi andando e quando demos por ela estávamos numa fase decisiva”, lembrou.
No verão de 2015 deixou a Oliveirense e as ligas profissionais, aos 37 anos, continuou a jogar a um nível elevado durante mais cinco anos, no Campeonato de Portugal. “As pessoas entenderam que o meu ciclo tinha chegado ao fim. O presidente disse-me que queria rejuvenescer a equipa e a sua dinâmica, e, com muita pena minha, saí da Oliveirense. Tínhamos uma base e uma mística muito boas, assentes em entrega, luta, raça, nunca desistíamos e chegámos a ganhar alguns jogos nos descontos à custa dessa mística. Lembro-me de um com o Arouca, que era um rival, em que estivemos a perder 0-2, ganhámos 3-2 e eu fiz o golo da vitória aos 90+4′. Os adeptos identificavam-se com aquela equipa porque tínhamos um grupo de jogadores que dava a vida em campo. Na última época fiz 10 golos em 43 jogos, e não marcava os penaltis todos porque queriam valorizar outro jogador, mas entenderam que era a hora de eu sair, eu vim embora e o clube perdeu essa mística que falei. Infelizmente, depois, as coisas não foram bem geridas, o clube desceu, mas teve a felicidade de regressar rapidamente à II Liga, e ainda bem, porque é complicado subir à II Liga logo no ano seguinte a uma descida”, contou.
“Ainda hoje sinto um carinho grande por parte das pessoas de Oliveira de Azeméis e muitas delas mandam-me mensagens com regularidade. Tornei-me numa referência e dois anos depois de sair voltei lá para jogar pelo Salgueiros, saí a dez minutos do fim e as pessoas levantaram-se para me aplaudir. São coisas que marcam. Alguns colegas meus do Salgueiros não sabiam que eu tinha jogado lá e depois até me perguntaram o porquê daquela homenagem”, concluiu.
 
 
 

Jorginho (avançado)

Jorginho
Avançado formado no Paços de Ferreira, sentiu dificuldades em afirmar-se na equipa principal dos pacenses, tendo sido emprestado ao Rebordosa em 2008-09 e à Oliveirense na época seguinte.
Em Oliveira de Azeméis atuou em 18 jogos (apenas dois como suplente utilizado) em todas as provas, numa campanha em que os unionistas concluíram a II Liga em 5.º lugar.
Seguiu-se novo empréstimo, desta feita ao Tirsense, e uma passagem pelo Aliados Lordelo, antes de, no verão de 2012, dar o salto para o Vitória de Setúbal, então orientado pelo sogro José Mota.
A primeira época no Bonfim foi bastante razoável, tendo atuado em 32 jogos (17 a titular) e apontado três golos em todas as provas. No entanto, em 2013-14 não foi além de quatro partidas, todas como suplente utilizado no arranque da temporada.
 
 
 

Pascal (avançado)

Pascal
Avançado nigeriano proveniente do Nacional, reforçou o Vitória de Setúbal em janeiro de 2003, tendo na primeira meia época no Bonfim apontado quatro golos em 13 jogos oficiais que se revelaram insuficientes para impedir a despromoção à II Liga.
Na temporada seguinte disputou o dobro dos encontros, mas somou apenas três remates certeiros. No entanto, ajudou os sadinos a regressar à I Liga.
Seguiram-se passagens por Penafiel, Bnei Sakhnin (Israel), Portimonense, Desp. Aves, Ljungskile (Suécia) e Qingdao Jonoon (China) antes de ingressar na Oliveirense no verão de 2009, tendo atuado em 14 jogos e marcado um golo ao Penafiel em pouco mais de quatro meses em Oliveira de Azeméis.
 
 
 

Diogo Fonseca (avançado)

Diogo Fonseca
Ponta de lança açoriano internacional jovem português, trocou o Santa Clara pela Vitória de Setúbal no verão de 2005.
Ao longo de ano e meio no Bonfim participou em 21 jogos oficiais e marcou um golo ao Fafe em partida da Taça de Portugal, tendo ajudado os sadinos a chegar ao Jamor em 2005-06, embora tivesse jogado mais pela equipa B. “Foi bom poder contribuir para que o Vitória nesse ano, chegasse outra vez ao Jamor. Se calhar, gostaria de ter ajudado mais o clube noutras frentes, mas na realidade, não era dos jogadores mais utilizados”, contou ao portal Conversas Redondas em setembro de 2010.
Após essa aventura não muito bem-sucedida pelo emblema vitoriano, passou por Maiorca (Espanha), Granada (Espanha), Boavista, Feirense, Desp. Aves, Tondela, Brasov (Roménia) e Académico Viseu antes de ingressar na Oliveirense no verão de 2016, quando já tinha 31 anos e os unionistas estavam no Campeonato de Portugal.
Em pouco mais de três meses em Oliveira de Azeméis atuou em onze partidas e faturou por quatro vezes, três diante do Sousense e uma frente ao Moimenta da Beira.












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