quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Onze ideal de jogadores que passaram por Vitória FC e Caldas

Vitória de Setúbal e Caldas competem na Liga 3
Dois clubes que já andaram entre a elite do futebol português, embora com dimensões históricas bem distintas, Vitória de Setúbal e Caldas coincidiram em quatro temporadas na I Divisão na segunda metade da década de 1950, tendo ainda medido forças por uma vez na Taça de Portugal (em 1980-81).
 
Em nove jogos entre as duas equipas até este reencontro na Liga 3, os sadinos venceram seis, empataram um e perderam dois.
 
Ao longo desse percurso, os setubalenses têm tido nos seus quadros jogadores que já tinham pertencido aos pelicanos e vice-versa. Vale por isso a pena conferir o nosso onze ideal de futebolistas que passaram pelos dois clubes, distribuídos em campo num 3x5x2.
 

Nuno Santos (guarda-redes)

Nuno Santos
Guarda-redes nascido em Setúbal e formado no Vitória de Setúbal, foi emprestado ao Caldas na primeira época de sénior, 1991-92, tendo atuado em 13 jogos e sofrido outros tantos golos na II Divisão B, numa campanha em que os pelicanos concluíram o campeonato em 5.º lugar na Zona Centro.
“Foi Jaime Graça que me levou para o Caldas. Fui cedido pelo Vitória de Setúbal porque ia subir a sénior e era muito difícil naquela altura um jovem de 18 anos, ainda para mais guarda-redes, impor-se na equipa principal. Foi a primeira experiência fora de casa e custou-me imenso”, afirmou à Tribuna Expresso em setembro de 2019. “Foi difícil também mas acabei por adaptar-me. Estava habituado a estar numa equipa com mais condições. O Caldas era um clube com história, mas não tão grande como a do Vitória de Setúbal. A época acabou por correr bem e voltei para o Vitória de Setúbal”, acrescentou.
Entretanto voltou ao Bonfim e foi cedido aos açorianos do Operário antes de regressar ao Vitória para, paulatinamente, se afirmar na equipa principal, algo que foi conseguido em 1997-98. No final dessa temporada, transferiu-se para os ingleses do Leeds United, uma das principais equipas da Premier League na altura.
“O treinador do Leeds United, George Graham, vem a Setúbal para ver um jogo com o Boavista. Ele vinha ver o Jimmy Hasselbaink e o Nuno Gomes, e ao vê-los quis contratá-los, mas o Nuno Gomes já tinha contrato apalavrado com o Benfica e acaba por levar o Jimmy. Como gostou muito de ver o Bruno Ribeiro do Vitória de Setúbal, leva-o para o Leeds. Também gostou do meu jogo, mas como eles tinham um guarda-redes que estava a acabar a carreira, tinha mais um ano de contrato, iam aguentar esse guarda-redes. Eu, entretanto, também acabava o meu contrato em Setúbal, fiquei por ali e vou no ano seguinte. Esse guarda-redes deles ainda estava lá, mas como se lesionou no início da pré-época, sou contratado pelo Leeds. Na altura tinha saído a Lei Bosman e eu saio livre para Inglaterra”, recordou.
Entretanto transferiu-se para o Benfica e foi precisamente as águias que o cederam ao Vitória em 2003-04, numa altura em que os sadinos militavam na II Liga. Embora tenha tido dificuldades para se impor perante a concorrência de Roberto Volpato e Marco Tábuas, contribuiu para a promoção à I Liga.
 
 
 

João Mendes (defesa)

João Mendes
Defesa central natural de Santa Maria do Castelo, freguesia do concelho de Alcácer do Sal, concluiu a formação e iniciou o seu percurso enquanto sénior no Vitória de Setúbal, clube pelo qual disputou mais de duas dezenas de jogos e marcou um golo entre 1985 e 1987, tendo averbado uma descida e uma subida de divisão.
Entretanto transferiu-se para a Académica em 1987 e passou ainda pelo União de Montemor antes de representar o Caldas entre 1990 e 1993, ajudando os pelicanos a estabelecerem-se nos primeiros lugares da II Divisão B – Zona Centro.
 
 

Pica (defesa)

Pica
Defesa central/médio defensivo natural das Caldas da Rainha, fez toda a formação no clube da terra, tendo transitado para a equipa principal em 1985-86.
Entre 1988 e 1990 esteve no Alto Minho a representar o Vianense, mas depois voltou ao Campo da Mata para jogar duas temporadas na recém-criada II Divisão B, patamar em que disputou 61 jogos e apontou dois golos.
Valorizado, deu o salto para o Vitória de Setúbal, clube pelo qual se estreou na I Liga, mas não foi além de dezena e meia pelos sadinos ao longo de duas épocas, ainda que tivesse contribuído para a promoção ao primeiro escalão em 1993.
Entretanto também passou por Famalicão e Peniche antes de voltar a casa em 1998 para mais cinco temporadas ao serviço dos caldenses. Entre 1998 e 2003 amealhou 121 encontros e oito golos na II B, ajudando a equipa a assegurar sempre a permanência.
 
 

Rui Carlos (defesa)

Rui Carlos
Lateral/médio esquerdo nascido em Luanda, mas desde tenra idade radicado em Portugal, concluiu a formação e estreou-se no futebol sénior ao serviço do Caldas, clube pelo qual competiu na II Divisão Nacional entre 1987 e 1990.
Da região Oeste foi para o Gil Vicente, transferindo-se no verão de 1992 para o Vitória, então na II Liga. Em nove temporadas no Bonfim, seis delas no primeiro escalão, amealhou 226 jogos e 16 golos pelos sadinos, tendo ajudado os vitorianos a regressar às competições europeias em 1999, após cerca de um quarto de século de ausência, e a subir à I Liga em três ocasiões (1992-93, 1995-96 e 2000-01).
 
 

Eric Tinkler (médio)

Eric Tinkler
Médio defensivo internacional sul-africano, entrou no futebol português pela porta do União de Tomar em 1991-92, tendo na temporada seguinte rumado ao Vitória de Setúbal, clube que representou entre 1992 e 1996. Nesse período viveu duas subidas (1992-93 e 1995-96) e uma descida de divisão (1994-95), tendo amealhado 80 jogos e dois golos pelos sadinos. Numa altura em que jogava pelos setubalenses, ajudou a África do Sul a vencer a Taça das Nações Africanas no início de 1996.
Valorizado pelas campanhas no Bonfim e na CAN, deu em 1996 o salto para o futebol italiano, onde representou o Cagliari. E viria ainda a passar pelos ingleses do Barnsley, pelos quais jogou na Premier League, e a competir nas Taças das Nações Africanas de 2000 e 2002 e na Taça das Confederações de 1997 antes de ingressar no Caldas no verão de 2002. Ao serviço dos pelicanos jogou três temporadas, sempre na II Divisão B.
 
 
 

Jaime Graça (médio)

Jaime Graça
Uma pequena batota, uma vez que Jaime Graça esteve nos dois clubes, é verdade, mas apenas como jogador no Vitória de Setúbal e somente como treinador no Caldas.
Médio de baixa estatura (1,63 m) nascido em Setúbal e irmão mais novo do antigo jogador vitoriano e internacional português Emídio Graça, começou no Palmelense, mas transferiu-se para o Vitória em 1959. Ligado umbilicalmente à ascensão dos sadinos no início da década de 1960, participou em três finais da Taça de Portugal, tendo vencido a de 1965. Nesta primeira paragem pelos setubalenses amealhou mais de 110 jogos e cerca de 35 golos entre 1959 e 1966, tendo no ano de despedida participado no Campeonato do Mundo de Inglaterra.
Seguiram-se nove épocas no Benfica antes de regressar ao Vitória de Setúbal em 1975, aos 33 anos, para duas temporadas em que disputou mais de 40 partidas e apontou quatro golos pelos vitorianos em todas as provas.
Após encerrar a carreira de jogador iniciou a de treinador, tendo passado pelo comando técnico do Caldas entre 1988-89 e 1991-92, ajudando a consolidar os pelicanos como uma das equipas de topo da Zona Centro da II Divisão B. “O Jaime Graça era uma pessoa extraordinária. Foi talvez a pessoa que eu conheci que melhor entendia o jogo. Vê um miúdo a andar e vê logo se é jogador ou não”, afirmou sobre ele o médio Ricardo Jesus (já lá vamos…) ao DN em maio de 2019.
 
 
 

Ricardo Jesus (médio)

Ricardo Jesus
Médio nascido em Setúbal e formado no Vitória, transitou para a equipa principal em 1987-88, numa época em que não chegou a estrear-se.
Entretanto passou por Peniche e União de Montemor antes de ingressar no Caldas em 1990-91, com Jaime Graça a treinador, tendo estado nos pelicanos durante ano e meio.
Em 1992-93 regressou ao Vitória, então na II Liga, tendo na época seguinte chegado a atuar no primeiro escalão, ainda que durante esta segunda passagem pelos sadinos não tivesse ido além de um total de cinco jogos oficiais.
 
 


José Carlos Barbosa (extremo)

José Carlos Barbosa
Extremo direito que chegou ao Vitória de Setúbal a meio da época 1993-94, proveniente do União de Santiago, não chegou às duas dezenas de jogos pelos sadinos até meados de 1996, mas ainda assim conseguiu marcar três golos.
Entretanto passou pelo Portimonense antes de regressar ao Bonfim no verão de 1997, mas só foi utilizado em dois jogos, tendo voltado a Portimão poucos meses depois.
Mais tarde, em 2001-02, representou o Caldas, então a competir na II Divisão B.
 
 
Jacinto João (extremo)
Internacional português por 10 ocasiões que terá preferido o Vitória ao FC Porto na altura de vir para Portugal, terminou a carreira de futebolista no Caldas em 1980-81, na altura para jogar na II Divisão Nacional.
 
 
 

Delfim (avançado)

Delfim
Avançado natural de Tondela, mas desde tenra idade radicado na região Oeste, jogou nos juniores do Benfica ao lado de Artur Correia, Humberto Coelho, Vítor Martins e Nené.
Em 1974 ingressou na equipa principal do Caldas. Após três anos ao serviço dos pelicanos na II Divisão Nacional deu o salto para o Vitória de Setúbal, mas não chegou a estrear-se oficialmente pelos sadinos.
Em 1983-84, após passagens por União de Leiria e Nazarenos, regressou ao Caldas.
 
 

Diego Zaporo (avançado)

Diego Zaporo
Ponta de lança brasileiro de elevada estatura (1,90 m), entrou no futebol português precisamente pela porta do Vitória de Setúbal no verão de 2006, mas ao cabo de apenas um jogo oficial e de cerca de meio ano mudou-se para o Beira-Mar.
“Entrei numa partida frente ao Sporting, na qual já estávamos a perder por 3-0. Quando te estreias queres sempre mostrar serviço, mas naquele jogo, que já estava perdido, foi complicado. Depois acabei por ficar com menos oportunidades”, contou ao Record em setembro de 2015.
Entretanto passou por clubes Olivais e Moscavide, Pinhalnovense, Torreense, União de Leiria e Mirandela, assim como pelo futebol gabonês, antes de ingressar no Caldas no verão de 2015. Em apenas cinco meses deixou marca no Campo da Mata, tendo apontado 13 golos em 20 partidas antes de se mudar no início de 2016 para o Vilafranquense, então nos distritais da AF Lisboa, numa altura em que era o segundo melhor marcador do Campeonato de Portugal.
 
 
 

Mourinho Félix (treinador)

Mourinho Félix
Hoje em dia talvez seja mais conhecido pelos amantes do futebol por ser pai de José Mourinho, mas Mourinho Félix – ou Félix Mourinho, conforme também era conhecido – foi um guarda-redes importante no futebol português nas décadas de 1950, 1960 e 1970, tendo representado Vitória de Setúbal, Belenenses e, por uma vez, a seleção nacional A.
Mais tarde tornou-se treinador, tendo numa das suas primeiras experiências como técnico principal orientado o Caldas em 1977-78, tendo levado os pelicanos à subida à II Divisão Nacional. Nessa mesma temporada, o seu filho jogou nos iniciados dos caldenses.
Mais de uma década e meia depois, em 1994-95, Mourinho Félix chegou pela primeira vez ao comando técnico dos sadinos, não conseguindo evitar a descida de divisão numa temporada em que Raul Águas, Diamantino Miranda e Abel Braga também passaram pelo banco dos setubalenses. Duas épocas depois, o antigo guardião voltou a comandar os vitorianos.
 














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