terça-feira, 28 de novembro de 2023

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Leixões na II Liga

Dez jogadores marcantes da história recente do Leixões
Fundado a 28 de novembro de 1907 no seio da elite aristocrática que frequentava Matosinhos no início do século XX, o Leixões Sport Club tornou-se não só num clube bastante popular como também num histórico do futebol português e do desporto nacional, tendo conquistado uma Taça de Portugal e somado 25 presenças na I Divisão.
 
Depois de se ter estreado entre os grandes em 1936-37, os bebés do mar viveram o período áureo da sua história nas décadas de 1960 e 1970, tendo participado consecutivamente no primeiro escalão ao longo de 18 épocas, alcançando a melhor classificação de sempre em 1962-63: o 5.º lugar. Duas temporadas antes tinha conquistado a Taça de Portugal, ao vencer o FC Porto em pleno Estádio das Antas.
 
Em 1977 os leixonenses desceram à II Divisão, mas têm conseguindo algumas façanhas desde então, como a caminhada até à final da Taça de Portugal e consequente apuramento para a Taça UEFA em 2002, quando se encontravam na II Divisão B, ou o título de campeão da II Liga em 2006-07.
 
Em termos de II Liga, o Leixões está a participar pela 22.ª vez na prova, registo apenas superado por Feirense (25), Desp. Aves (25) e Penafiel (28).
 
Vale por isso a pena recordar os dez futebolistas com mais jogos pelo Leixões na II Liga.
 

10. Pedras (102 jogos)

Pedras
Avançado nascido em Matosinhos, começou a jogar futebol nas camadas jovens do Leixões. “Eu já andava a pedir à minha mãe. Ela não me deixava ir treinar para o Leixões porque tinha lá muitos colegas de escola e eu só queria jogar futebol. Um dia fui ver o treino do meu primo com o meu tio (na altura ele era júnior e foi treinar aos seniores). Estava lá a jogar com os meus colegas antes do treino deles e, entretanto, o treinador chegou e ficou a olhar por momentos para nós, veio ter comigo e perguntou-me se eu já jogava em algum clube. Eu disse-lhe que não e que queria jogar no Leixões só que a minha mãe não me deixava. Então ele e o meu tio foram falar com ela para me deixar ir. Ela deixou e foi um dos dias mais feliz da minha vida”, contou ao portal de Ricardo Nuno Almeida em julho de 2009.
Entretanto jogou ao lado de Ricardo Sousa, Tonel, Ricardo Costa, Cândido Costa e Manuel José na formação e na equipa B do FC Porto antes de ingressar no plantel principal dos leixonenses em 2000-01.
Se em 2001-02 tornou-se internacional sub-21 português participou na caminhada até à final da Taça de Portugal e no consequente apuramento para a Taça UEFA e se na época que se seguiu marcou ao PAOK em Salónica para a prova europeia e sagrou-se campeão da Zona Norte da II Divisão B, em 2003-04 estreou-se na II Liga. Nessa temporada atuou em 18 partidas no campeonato (nove a titular) e apontou sete golos, diante de Desp. Chaves, Santa Clara, Ovarense, Vitória de Setúbal, Sp. Covilhã e Feirense (dois), ajudando a equipa a assegurar a permanência.
No verão de 2004 mudou-se para o Desp. Aves, tendo ainda passado por clubes como Marco, Vianense e Tirsense, assim como pelo futebol cipriota, antes de regressar ao Estádio do Mar para mais uma passagem pelo Leixões, entre 2012 e 2016. Nesse período amealhou 84 jogos (31 a titular) e 14 golos na II Liga, tendo ficado perto da subida à I Liga em 2012-13.
No verão de 2016 deixou o emblema matosinhense, à beira de comemorar o 36.º aniversário, e mudou-se para o Maia Lidador. “Infelizmente acabou... O meu ciclo como jogador acabou. Quero agradecer a confiança que colocaram em mim nestes anos que estive neste GRANDE CLUBE, ao Presidente Carlos Oliveira, Sílvia Carvalho e Nuno Miguel Silva, a todos os adeptos, claque e simpatizantes do nosso clube...tivemos momentos bons, menos bons e inesquecíveis. A todos os meus colegas e treinadores foi um privilégio trabalhar convosco, não deixar de dar um carinho aos que trabalham todos os dias no Mágico. Não querendo alargar mais nesta despedida muito obrigado por tudo. Estarei sempre pronto para ajudar e apoiar no que for preciso... não esquecendo de agradecer à minha família por me ter aturado nas minhas fases menos boas porque sei que não sou fácil. Sempre Leixões e até ao ultimo Peixeiro”, escreveu nas redes sociais na altura da despedida.
 
 
 

9. Zé Pedro (104 jogos)

Zé Pedro
Defesa central nascido em Braga e formado maioritariamente no FC Porto ao lado de jogadores como Josué, Wilson Eduardo, André Claro, Abdoulaye e Ivo Pinto, concluiu a formação no Leixões em 2009-10 e transitou para a equipa principal na época seguinte.
Entre 2010 e 2015 amealhou 104 partidas (94 a titular) e dez golos na II Liga, tendo ficado perto da promoção ao primeiro escalão em 2012-13. Nessa temporada, foi eleito melhor jovem do campeonato durante o mês de abril. Paralelamente, ajudou os leixonenses a chegar para o três vezes aos oitavos de final da Taça de Portugal (2010-11, 2011-12 e 2013-14).
“Gosto muito do Leixões. É praticamente um grande. Todos gostam de mim e o sentimento é recíproco”, afirmou ao portal do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol em maio de 2013.
No verão de 2015 transferiu-se para o Sp. Covilhã.
 
 
 

8. Gonçalo Graça (112 jogos)

Gonçalo Graça
Lateral/extremo direito formado e revelado pelo Varzim, chegou pela primeira vez ao Leixões em 2012-13, por empréstimo do Vitória de Setúbal. Nessa temporada atuou em 35 partidas (26 a titular) na II Liga e apontou dois golos, diante de Oliveirense e Tondela, tendo ficado perto de ajudar os matosinhenses a subir ao primeiro escalão.
Entretanto voltou aos sadinos, mas regressou ao Estádio do Mar no verão de 2014 para mais duas épocas com a camisola alvirrubra, tendo nesta sua segunda passagem pelo clube totalizado 77 encontros (74 a titular) e dois golos na II Liga ao longo de duas épocas.
Apesar de ser um habitual titular, deixou o Leixões em 2016 para ir representar o Tirsense nos distritais da AF Porto.
 
 
 

7. Mesquita (128 jogos)

Mesquita
Lateral natural de Leça da Palmeira, no concelho de Matosinhos, ingressou na equipa principal do Leixões em 1988-89, na altura para jogar na I Divisão, mostrando-se impotente para evitar a descida à II Divisão.
Na época seguinte contribuiu para o apuramento para a edição inaugural da II Liga, tendo totalizou 128 jogos (todos a titular) e um golo no segundo escalão entre 1990 e 1994. Paralelamente, participou na caminhada até às meias-finais da Taça de Portugal em 1991-92.
Em 1994 mostrou-se impotente para evitar a descida à II Divisão B, tendo depois permanecido mais um ano no clube antes de se transferir para o Rio Ave.
Após encerrar a carreira de jogador, iniciou a de treinador, tendo trabalhado no Leixões em 2011-12 como técnico dos iniciados B, em 2014-15 e 2015-16 como adjunto da equipa principal e em 2016-17 como treinador dos sub-18.
 
 
 

6. Bruno Lamas (130 jogos)

Bruno Lamas
Médio ofensivo brasileiro que jogou ao lado de Ederson, Rodrigo Caio, Lucas Piazón e Caio Lucas na formação do São Paulo, de Ganso, Neymar e Gabriel Barbosa na do Santos e de Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro na do Cruzeiro, entrou no futebol português precisamente pela porta do Leixões em janeiro de 2015.
Ao longo de três anos e meio no Estádio do Mar totalizou 130 encontros (97 a titular) e 19 golos na II Liga, tendo ajudado a formação de Matosinhos a chegar aos quartos de final da Taça de Portugal em 2016-17.
“A minha adaptação foi boa, apesar de sofrer com o frio que estava na época e com os salários em atrasos daquele ano. Foi boa porque comecei logo a jogar e a pegar o ritmo de jogo de Portugal. A única curiosidade foi que quando cheguei fui para um apartamento que eles mandaram e acabei sendo despejado porque não pagavam a renda há um tempo. Mas foi bom porque fui para um lugar bem melhor depois”, contou ao portal Bola na Rede em maio de 2018.
Valorizado pelos bons desempenhos ao serviço dos leixonenses, deu o salto para o Santa Clara, então recém-promovido à I Liga, durante o verão de 2018.
“O Leixões em Portugal é como equipa grande, os adeptos vão a todo lado, são apaixonados pelo clube e isso é muito bom”, afirmou.
 
 
 

5. Pedro Pinto (132 jogos)

Pedro Pinto
Defesa central nascido em Vila Nova de Gaia, ingressou nos iniciados do Leixões em 2008-09 e transitou para o plantel principal em 2012-13, quando ainda era júnior de segundo ano, embora só sete viesse estreado pelos seniores na época seguinte.
Entre 2013 e 2016 foi-se afirmando progressivamente como titular no eixo defensivo, tendo nesse período amealhado 91 jogos (87 a titular) na II Liga.
Valorizado, deu o salto para o Vitória de Setúbal no verão de 2016, mas três anos depois, quando terminou o contrato que o vinculava aos sadinos, regressou ao Estádio do Mar para disputar mais 41 partidas (40 a titular) no segundo escalão entre 2019 e 2021.
No verão de 2021 transferiu-se para os angolanos do Petro de Luanda.
 
 
 

4. Cadinha (141 jogos)

Cadinha
Um bebé do Mar e com um pé esquerdo muito refinado, um médio nascido em Santa Cruz do Bispo, no concelho de Matosinhos, e que fez a formação no Leixões, tendo resistido ao interesse dos ingleses do Aston Villa quando tinha apenas 14 anos e transitado para a equipa principal em 2002-03, época que para Cadinha terminou com o primeiro lugar na II Divisão B – Zona Norte e a participação no Campeonato da Europa de sub-19.
Seguiram-se quatro épocas marcadas por algumas dificuldades de afirmação no plantel sénior. Entre 2003 e 2005 amealhou apenas 31 jogos (14 a titular) e dois golos na II Liga, ao passo que em 2005-06 esteve cedido à Ovarense e na temporada que se seguiu não foi além de sete partidas (todas como suplente utilizado) numa campanha que culminou na conquista do título do segundo escalão.
Consumada a promoção à I Liga, foi numa primeira instância emprestado ao Ribeirão e num segundo momento rumado a título definitivo ao Gondomar. Depois passou por Boavista e Desp. Chaves antes de regressar ao Estádio do Mar em janeiro de 2013. “É uma alegria enorme regressar ao clube que me formou e onde vivi grandes momentos. Venho para ajudar a Equipa a conseguir alcançar os seus objetivos”, disse ao site oficial do Leixões aquando do regresso.
Mais maduro e com mais futebol nas pernas, totalizou 103 encontros (70 a titular) e sete golos na II Liga ao longo de três anos e meio, tendo ficado perto da subida à I Liga em 2012-13.
No verão de 2016 transferiu-se para o Rio Tinto.
 
 
 

3. Luís Silva (141 jogos)

Luís Silva
Disputou o mesmo número de jogos de Cadinha, mas amealhou mais 3253 minutos em campo – 11 431 contra 8178.
Mais um bebé do Mar, um possante médio (1,85 m) nascido em Matosinhos e formado no Leixões, que transitou para a equipa principal em 2011-12, precisamente na época em que se tornou internacional sub-20 – na temporada seguinte tornou-se também internacional sub-21.
Ao longo dessas duas primeiras épocas enquanto sénior totalizou 59 encontros (50 a titular) e sete golos pelos matosinhenses, tendo ficado perto da subida à I Liga em 2012-13.
No verão de 2013 transferiu-se para o Sp. Braga, mas nunca vingou no emblema minhoto. Após um empréstimo de um ano e meio ao Gil Vicente e passagens por Desp. Chaves, Belenenses e Cova da Piedade, regressou ao Leixões em 2017.
Em mais três temporadas ao serviço dos leixonenses amealhou 82 jogos (80 a titular) e dez golos na II Liga, tendo participado na caminhada até aos quartos de final da Taça de Portugal em 2018-19.
No verão de 2020 rescindiu contrato na sequência de uma polémica entre a SAD e o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol por alegadas irregularidades da administração liderada por Paulo Lopo na elaboração dos recibos dos futebolistas, que se encontravam em layoff, e transferiu-se para o Desp. Chaves.
“Era uma vez um menino de 6 anos que entrava em 1998 pela mão do grande João Faneco no velhinho Maracanã! Esse miúdo tinha um sonho, jogar nos palcos dos sonhos, o Estádio do Mar! Depois de muitas dificuldades na formação, conseguiu superar tudo com trabalho, dedicação e paixão! Chegou o tão desejado momento, a estreia na equipa principal! Dia 21/08/2011, Figueira da Foz, 11h15, a estreia a titular! Dia 28/08/2011 a estreia no Estádio do Mar deixou-me arrepiado, sem palavras, afinal estava a cumprir o meu sonho! O LEIXÕES deu-me a possibilidade de ter tudo o que tenho hoje! Hoje depois de 168 jogos, interrompo a minha ligação ao LEIXÕES, sim digo interrompo porque a minha ligação a estes adeptos, a está cidade e a este clube nunca será cessada, serei mais um de vós a torcer pelo grande amor da minha vida! Obrigado a todos pelo apoio que senti desde o primeiro dia, obrigado a todos os meus colegas e demais por me fazerem crescer todos os dias! Viva o LEIXÕES!!!”, escreveu nas redes sociais.
 
 
 

2. Bruno China (158 jogos)

Bruno China
Outro bebé do Mar, um matosinhense formado no Leixões, que transitou para a equipa principal em 2000-01, na altura para jogar na II Divisão B, quando ainda era júnior de segundo ano.
Na temporada seguinte participou na caminhada até à final da Taça de Portugal e em 2002-03 sagrou-se campeão da II Divisão B – Zona Norte e estreou-se nas competições europeias, enquanto em 2003-04 chegou às ligas profissionais.
Entre 2003 e 2007 amealhou 79 encontros (67 a titular) e um golo (ao Sp. Espinho, em 2004-05) na II Liga, competição da qual se sagrou campeão em 2006-07.
Nos dois anos que se seguiram brilhou ao serviço dos leixonenses na I Liga, contribuindo para a obtenção do sexto lugar no patamar maior do futebol português em 2008-09 e tendo dado o salto para os espanhóis do Maiorca alguns meses depois.
Após passagens por Rio Ave, Académica e Belenenses, regressou ao Estádio do Mar em 2015 para jogar durante três anos na II Liga, período no qual totalizou mais 79 partidas (67 a titular) e cinco remates certeiros no segundo escalão, tendo ainda ajudado os alvirrubros a chegar aos quartos de final da Taça de Portugal em 2016-17.
Após encerrar a carreira de jogador iniciou a de treinador, à beira de comemorar o 36.º aniversário, tendo trabalhado como adjunto e chegado a assumir interinamente o comando técnico da equipa principal do Leixões em 2018-19 e 2019-20.
 
 
 

1. Nuno Silva (173 jogos)

Nuno Silva
Defesa central natural de Lisboa, representou Santa Clara e O Elvas antes de ingressar pela primeira vez no Leixões em 1999-00.
Em 2001-02 participou na caminhada até à final da Taça de Portugal, na época seguinte sagrou-se campeão da II Divisão B – Zona Norte e estreou-se nas competições europeias e em 2003-04 chegou às ligas profissionais, ao atuar em 32 jogos (todos a titular) na II Liga.
Em 2004-05 representou o Penafiel na I Liga, mas na temporada que se seguiu voltou ao Estádio do Mar. Entre 2005 e 2007 amealhou 33 partidas (31 a titular) no segundo escalão, ajudando a formação de Matosinhos a sagrar-se campeão da II Liga.
Seguiram-se três épocas ao serviço dos leixonenses no patamar maior do futebol português, tendo contribuído para a obtenção do 6.º lugar em 2008-09.
Por outro lado, em 2009-10 mostrou-se impotente para impedir a despromoção à II Liga, patamar em que totalizou 108 partidas (105 a titular) e cinco golos entre 2010 e 2014.
No verão de 2014 encerrou a carreira de futebolista, aos 38 anos, e abraçou as funções de diretor desportivo do Leixões, tendo sido impedido de continuar em funções no clube em 2015, por determinação do Ministério Público, no âmbito do processo Jogo Duplo.
“Adaptei-me muito bem à região, as pessoas são acolhedoras e a qualidade de vida é boa. E o Leixões, realmente, é um clube especial, pela sua história pela sua mística e pelos seus adeptos”, afirmou à Lusa, aquando da despedida dos relvados.
 













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