quarta-feira, 29 de novembro de 2023

A minha primeira memória de… um jogo entre Sporting e equipas italianas

"El Matador" Beto Acosta tenta fugir aos defesas parmesãos
A minha primeira memória de um jogo entre Sporting e equipas italianas não é de um encontro oficial. Em meados de 2000 comecei finalmente a ligar qualquer coisa a futebol, embalado pela febre do regresso dos leões aos títulos após 18 anos de jejum, e depois apanhei a boleia do Euro 2000 para me tornar num verdadeiro apaixonado pelo desporto-rei e por toda a sua envolvência.
 
Na altura, a maioria das partidas de pré-época dos três grandes eram transmitidas em sinal aberto e o jogo de apresentação dos verde e brancos aos sócios, diante do Parma, a 28 de julho de 2000, não foi exceção.
 
Recordo-me perfeitamente de ver o Sporting utilizar o seu equipamento alternativo e, depois de muita insistência ofensiva, virar o 0-1 para 2-1. Pouco depois da meia hora, Marco Di Vaio aproveitou uma bola bombeada pelo lateral direito Luigi Sartor e uma descoordenação entre Beto e Peter Schmeichel para dar vantagem aos parmesãos (32 minutos).
 
Depois do golo inaugural, o guarda-redes transalpino foi defendendo tudo o que havia para defender, assinando uma exibição monstruosa. Na altura não tinha fixado o nome dele. Anos mais tarde, por saber que no verão de 2000 Gianluigi Buffon era o habitual titular do Parma, juntei 2+2 e pensei que aquela fantástica performance pertencia a esse extraordinário guarda-redes. Mas não. Buffon ainda gozava férias depois do Euro 2000 – no qual o titular na baliza italiana foi Francesco Toldo – e quem defendeu a baliza do Parma em Alvalade foi um tal de Matteo Guardalben, que ainda fez mais de 100 jogos na Série A durante a carreira, mas quase todos em clubes de menor dimensão, como Hellas Verona, Piacenza e Palermo.
 
A exibição de Guardalben foi de tal forma monstruosa que os dois golos que o Sporting haveria de marcar foram apontados na conversão de grandes penalidades, ambos por intermédio de Acosta (51 e 66 minutos), o primeiro a castigar mão na bola de Paolo Cannavaro na área parmesã e o segundo a punir falta do próprio guarda-redes italiano sobre o avançado leonino.
 
“Em ambiente de festa, o Sporting–campeão apresentou–se ontem à noite aos seus adeptos e, o mínimo que se pode dizer, é que os deixou a fazer crescer água na boca. Uma agradável e muito conseguida exibição, tendo em conta que a equipa leva somente três semanas de preparação e que as estrelas 'de primeira grandeza', apenas se juntaram ao grupo no início desta semana. Claro que ainda há muitos detalhes por apurar (nem outra coisa seria de esperar), a chegada de caras novas requer a criação de rotinas, notou-se até um tremendo défice de produção à esquerda, mas, sem favor, este Sporting mostrou já - e nem estava obrigado a fazê-lo - que tem massa de campeão e está pronto a defender o título ganho na temporada passada. Por surpreendente que possa parecer, (já) houve até momentos de algum fulgor e encantamento. Fulgor proporcionado por algumas boas iniciativas ofensivas - com Edmilson (no primeiro tempo), Mpenza e Toñito (no segundo) em plano de destaque - e encantamento, claro está, por aquilo que se pode chamar o 'efeito JVP.' Algo que vai marcar, indelevelmente, a temporada 2000/2001 em Alvalade. Isto já para não falar do instinto matador de Acosta, mas isso já não é novidade”, podia ler-se no jornal O Jogo na crónica publicada no dia a seguir ao encontro.
 
Na apreciação individual aos jogadores do Parma, O Jogo também destacou a exibição de Guardalben: “Na baliza, Guardalben, suplente do internacional Buffon, demonstrou ter qualidades e conseguiu, sobretudo na primeira parte, fazer esquecer o titular. Começou por brilhar desviando de forma espetacular um grande remate de cabeça de João Pinto e ainda no primeiro tempo negou o golo a Horvath. Manteve-se sempre muito atento e foi um dos melhores do Parma. Batido apenas de penalti, só errou no lance do segundo golo, pois saiu da baliza fora de tempo e acabou por cometer grande penalidade sobre Acosta.” 











1 comentário:

  1. O Lusitano lamenta o falecimento de Custódio Amaro, antigo jogador e grande associado do nosso clube.
    Aos familiares, amigos e antigos colegas, os nossos sentidos pêsames.

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