segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Os 10 jogadores com mais jogos pelo Desportivo de Chaves na II Liga

Dez jogadores emblemáticos do Desportivo de Chaves
Fundado a 27 de setembro de 1949, o Grupo Desportivo de Chaves nasceu da fusão entre o então campeão distrital Flávia Sport Clube e o rival Atlético Clube Flaviense, tendo vivido o seu período áureo desde meados dos anos 1980 até ao final da década de 1990, quando somou 13 das 16 presenças que contabiliza na I Divisão.
 
Logo na segunda participação, no primeiro escalão em 1986-87, os transmontanos alcançaram o quinto lugar, classificação que lhes deu direito a disputar a Taça UEFA na época seguinte. Em 1989-90 o emblema azul e grená voltou a concluir o campeonato na quinta posição, mas dessa vez não teve direito a apuramento europeu.
 
Após 13 presenças no patamar maior do futebol português entre 1985 e 1999 – a exceção foi em 1993-94, quando disputou a II Liga –, o Desportivo de Chaves ficou 17 anos arredado da elite, tendo regressado em 2016 para mais três épocas entre os grandes. Pelo meio, foi finalista vencido da Taça de Portugal em 2009-10, numa temporada em que até desceu à II Divisão B.
 
Numa altura em que o Desportivo de Chaves está a participar pela 16.ª vez na II Liga, vale a pena recordar os dez jogadores com mais jogos pelos flavienses no segundo escalão.
 
 

10. Tony (100 jogos)

Tony
Lateral direito luso-francês formado no Paris Saint-Germain e que fazia da combatividade a sua principal arma, ingressou no Desportivo de Chaves no verão de 2001, proveniente do Sandinenses.
“Tinha ofertas do FC Porto e do Benfica para jogar nas equipas B deles, e também do Gil Vicente e do Sp. Braga, mas assinei pelo Desportivo de Chaves. Eu sempre fui do Desportivo de Chaves! Foi sempre o meu clube do coração...", contou em janeiro de 2020, em entrevista a O Jogo.
Tony demorou cerca de um ano a conquistar o seu espaço, mas ao longo de quatro épocas ao serviço dos flavienses amealhou 100 encontros (89 a titular) e um golo (à Naval, em 2002-03) na II Liga. Em 2004-05 mostrou-se impotente para evitar em campo uma descida de divisão que acabou por ser revertida na secretaria devido às despromoções administrativas de Felgueiras e Alverca.
“Fiz grandes épocas no Desportivo de Chaves, mas havia sempre grandes problemas a nível económico. Eu estive lá quatro épocas e, portanto, a ganhar dez meses por época deu um total de 40 meses de salário. Pois bem, desses 40 meses no Desportivo de Chaves só recebi 16. Perdoei-lhes no total uma dívida superior a 30 mil euros. Sempre quis fazer parte da solução e não do problema e por isso perdoei a dívida”, recordou.
Apesar de essa temporada ter sido negativa em termos coletivos, o defesa valorizou-se e deu o salto para o Estrela da Amadora, então a militar na I Liga.
Após encerrar a carreira de jogador, iniciou a de treinador, tendo orientado os juniores dos transmontanos durante alguns meses no segundo semestre de 2019.
 
 

9. Riça (101 jogos)

Riça
Guarda-redes natural de Chaves e formado no Desportivo local, transitou para a equipa principal em 1995-96, mas só se estreou oficialmente já depois de uma curta passagem pelos espanhóis do Ourense, em 1999-00, quando somou os primeiros três jogos (dois a titular) na II Liga, não tendo sofrido nenhum golo.
Depois de várias épocas na sombra de guardiões como José Nuno Amaro, Luís Vasco, Carou, Nuno Ricardo e Tó Ferreira, assumiu finalmente a titularidade em 2004-05 e manteve-a durante três temporadas, até à descida à II Divisão B. Entre 2003 e 2007 amealhou 98 encontros (todos a titular) e 199 golos sofridos no segundo escalão, tendo sido salvo da despromoção em 2004-05 devido às descidas administrativas de Felgueiras e Alverca.
Em 2002-03 teve a companhia do irmão mais velho Vítor Riça no plantel.
No verão de 2007 transferiu-se para o Vizela.



 

8. Luís Pinto (102 jogos)

Luís Pinto
Extremo lisboeta que passou pelos infantis do Benfica e representou clubes como Estoril, Torreense, Mafra, União da Madeira, Moreirense e Arouca enquanto sénior, reforçou o Desportivo de Chaves no verão de 2013, quando já tinha 31 anos.
Em três temporadas em Trás-os-Montes amealhou 102 encontros (84 a titular) e 28 golos na II Liga, tendo contribuído para a promoção à I Liga em 2016, repetindo um feito que já tinha alcançado ao serviço de Moreirense (2012) e Arouca (2013). No entanto, foi em 2013-14 que mais brilhou, ao somar 14 remates certeiros no campeonato.
Após a subida ao primeiro escalão mudou-se para o Sp. Covilhã.
 
 
 

7. Lino (118 jogos)

Lino
Lateral esquerdo transmontano com ascendência angolana, chegou aos juniores do Desportivo de Chaves em 1988-89 e, depois de ganhar rodagem no Vila Pouca de Aguiar, ingressou na equipa principal dos flavienses dois anos depois.
Na primeira época no emblema azul e grená viveu na sombra de Rogério, tendo beneficiado da saída do concorrente direto para o Sp. Braga para se afirmar como titular indiscutível nas duas temporadas seguintes, não conseguindo evitar a despromoção à II Liga em 1993.
Após a descida de divisão permaneceu no clube e foi totalista no segundo escalão em 1993-94, tendo cumprido os 3060 minutos referente às 34 jornadas do campeonato e apontado dois golos, diante de Louletano e Académico Viseu, ajudando a recolocar o Desportivo de Chaves no patamar maior do futebol português.
Em 1995 deu o salto para o Sp. Braga, mas voltou a Chaves cinco anos depois para jogar pelos flavienses na II Liga durante quatro épocas, tendo amealhado 84 encontros (79 a titular) e um golo (à Naval em 2001-02) entre 2000 e 2004.
Depois pendurou as botas, aos 33 anos, e dedicou-se… ao futsal.
 

 
6. Luís Barry (119 jogos)

Luís Barry
Ponta de lança nascido em Corroios, mas com ascendência inglesa, andou durante cerca de uma década escondido nos campeonatos não profissionais, sobretudo em clubes alentejanos como Atlético Reguengos e Lusitano Évora. No entanto, quando reforçou o Desportivo de Chaves, no verão de 2013, já trazia na bagagem dois anos de II Liga com as camisolas de Atlético e Oliveirense, numa altura em que contava com 31 anos.
Ao longo de três temporadas no emblema flaviense totalizou 119 encontros (89 a titular) e 35 golos na II Liga, registo que faz dele o melhor marcador do clube no segundo escalão a par do espanhol Arrieta, que precisou de apenas 55 jogos para chegar ao mesmo registo. Em 2015-16 foi um dos esteios da equipa que alcançou a promoção à I Liga.
Após a subida de divisão, mudou-se para o Desp. Aves e voltou a festejar a promoção ao patamar maior do futebol português.
“O Grupo Desportivo de Chaves é um grande clube e tem muitas pessoas de bem à sua frente.  Só tenho a agradecer pois proporcionaram os melhores tempos da minha carreira. Quem não se sente não é filho de boa gente, só me entristece a forma como finalizada o meu processo. Sinto e serei sempre um valente transmontano. Mais uma vez o clube é grande e as suas gentes também. Ao Sr. Francisco Carvalho um muito obrigado e a toda a sua família”, escreveu nas redes sociais aquando da saída do clube.
 
 
 

5. João Alves (142 jogos)

João Alves
Médio nascido em Chaves e formado no Desportivo local, transitou para a equipa principal em 1998-99, tendo feito a estreia numa receção à União de Leiria, em jogo da I Liga, quando tinha apenas 18 anos e dois meses. Nessa época mostrou-se impotente para evitar a descida de divisão, mas tornou-se internacional sub-18 e participou inclusivamente no Campeonato da Europa da categoria, vencido precisamente por Portugal.
Seguiram-se quatro anos a jogar com grande regularidade na II Liga, tendo amealhado 142 encontros (109 a titular) e 16 golos no segundo escalão entre 1999 e 2004.
Apesar das classificações modestas e de algumas críticas dos adeptos, valorizou-se e deu o salto para o Sp. Braga, clube que o catapultou para a seleção nacional A.
“Faltou-me apenas terminar a carreira no Desportivo de Chaves, foi a maior tristeza que tive nesta reta final. Felizmente, ainda tive a oportunidade de jogar pelo Desportivo de Chaves na I Liga. Recentemente, chegou a haver interesse dos dirigentes do clube, mas infelizmente as coisas não se proporcionaram”, confessou ao Maisfutebol em fevereiro de 2016.
“O Desportivo de Chaves é o clube da minha terra natal, que me formou como atleta e como homem, toda a gente sabe que é o clube do meu coração”, contou à Rádio Renascença no ano seguinte.
O seu primo Álvaro Branco integrou a equipa principal dos flavienses entre 2007 e 2009 e entre 2010 e 2013. Já o irmão Paulo Alves fez parte do plantel em 2008-09.
 
 

4. Isidro (154 jogos)

Isidro
Extremo espanhol de baixa estatura (1,69 m) que já tinha representado clubes como Saragoça B e os ingleses de Wigan e Wolverhampton, entrou no futebol português pela porta do Leça em 1999-00, tendo ingressado no Desportivo de Chaves na época seguinte.
Entre 2000 e 2006 amealhou um total de 154 encontros (114 a titular) e 21 remates certeiros na II Liga. Em 2004-05 mostrou-se impotente para evitar em campo uma descida de divisão que haveria de ser revertida na secretaria devido às despromoções administrativas de Felgueiras e Alverca.
Após deixar os flavienses regressou ao futebol espanhol.
 
 


3. Ricardo Chaves (164 jogos)

Ricardo Chaves
Médio defensivo transmontano natural de Valpaços, reforçou o Desportivo de Chaves na primeira época de sénior, em 1996-97, mas não chegou a estrear-se e por isso rodou no Vila Pouca na temporada seguinte, tendo regressado ao emblema flaviense em 1998-99 para se fixar em definitivo.
Depois de se ter estrado na I Liga nessa época de regresso ao clube, conseguiu afirmar-se após a descida à II Liga, patamar em que amealhou 131 jogos (117 a titular) e 16 golos entre 1999 e 2004.
Valorizado, deu o salto para o Vitória de Setúbal, clube pelo qual conquistou uma Taça de Portugal e uma Taça da Liga e que lhe deu a possibilidade de jogar na Taça UEFA.
Em 2012-13 voltou ao Desportivo de Chaves, após passagens por Rio Ave e Desp. Aves, tendo contribuído nessa temporada para a subida à II Liga, competição em que totalizou 33 encontros (27 a titular) e um golo entre 2013 e 2015, ajudando a estabilizar os transmontanos nos lugares cimeiros do segundo escalão. Em 2014-15 chegou a interromper a carreira para assumir a função de treinador-adjunto de Carlos pinto na equipa principal.
No verão de 2015 mudou-se para o Mirandela, onde viria a pendurar as botas.
“O Desportivo de Chaves será sempre o amor da minha vida. Foram muitos anos dentro daquela casa”, afirmou ao jornal O Setubalense em fevereiro de 2017.
Entretanto tornou-se treinador, tendo orientado os juniores do Desportivo de Chaves durante alguns meses em 2017-18.
 
 
 

2. Kasongo (190 jogos)

Kasongo
Lateral esquerdo internacional pelo Zaire e depois pela República Democrática do Congo, entrou no futebol português pela porta do Sp. Covilhã em 1996-97, tendo ainda passado dois anos no Vitória de Guimarães antes de assinar pelo Desportivo de Chaves no verão de 1999.
Entre 1999 e 2007 amealhou um total de 190 encontros (184 a titular) e dois golos na II Liga. Em 2004-05 mostrou-se impotente para evitar uma descida de divisão que haveria de ser revertida na secretaria devido às despromoções administrativas de Felgueiras e Alverca, mas dois anos depois acabou mesmo por não conseguir evitar a descida à II Divisão B.
Paralelamente, participou no CAN 2000, depois de já ter marcado presença nas edições de 1992, 1994 e 1996.
Em 2007-08 despediu-se dos relvados a jogar pelos flavienses na II Divisão B.
Após encerrar a carreira de jogador, iniciou a de treinador, tendo sido adjunto da equipa principal em 2009-10, numa época que culminou com a caminhada até à final da Taça de Portugal, e trabalhado como técnico principal em equipas das camadas jovens entre 2011 e 2014.
 
 

1. Paulo Alexandre (194 jogos)

Paulo Alexandre
Mais um filho da terra. Natural de Vilarelho de Raia, concelho de Chaves, fez toda a formação e praticamente toda a carreira com a camisola azul e grená.
Estreou-se na equipa principal em 1989-90, na I Divisão, e logo na época de estreia deu um pequeno contributo para a obtenção do quinto lugar.
Em 1992-93 mostrou-se impotente para evitar a despromoção à II Liga, mas foi precisamente na temporada seguinte, a jogar no segundo escalão, que conquistou definitivamente o estatuto de titular indiscutível, tendo disputado 24 jogos (todos a titular) e apontado dois golos, diante de Penafiel e Nacional, numa campanha que culminou na subida ao patamar maior do futebol português.
Após nova descida à II Liga, em 1999, mudou-se para o Desportivo das Aves, ajudando os avenses a subir à I Liga. Depois voltou a Chaves, onde haveria de permanecer na equipa principal até 2007, entrando na história dos flavienses como o futebolista com mais jogos oficiais pelo clube (401). Em termos de segundo escalão, amealhou 170 partidas (165 a titular) e três remates certeiros nesta segunda passagem pelo emblema transmontano, não conseguindo evitar a descida à II Divisão B em 2007, depois de em 2004-05 se ter salvado na secretaria.
Na última época da carreira, em 2007-08, representou os espanhóis do Verín.
Em 2010-11 regressou ao Desportivo de Chaves para assumir a função de coordenador técnico.
 








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