domingo, 15 de agosto de 2021

Os 10 jogadores com mais jogos pelo O Elvas na II Divisão B

Dez jogadores marcantes para O Elvas na década de 1990
Fundado a 15 de agosto de 1947, "O Elvas" Clube Alentejano de Desportos nasceu de uma fusão improvável entre uma filial benfiquista e outra sportinguista, o Sport Lisboa e Elvas e o Sporting Clube Elvense, tendo feito a estreia na I Divisão três meses após a data da fundação, ocupando o lugar das águias elvenses no primeiro escalão.
 
Depois de o SL Elvas ter participado nos campeonatos de 1945-46 e 1946-47, O Elvas deu sequência às duas boas campanhas dos antecessores e manteve-se entre a elite do futebol português até 1950.
 
Embora se tenha tornado um clube mais representativo, o emblema de azul e oiro esteve afastado do patamar maior do futebol nacional até ao final da década de 1980, quando voltou à I Divisão para somar mais duas presenças.
 
Porém, caiu nas divisões secundárias em 1988. Após ter participado na edição inaugural da II Liga em 1990-91, competiu na II Divisão B entre 1991 e 1995 na Zona Sul e entre 1997 a 1999 na Zona Centro. Contudo, no século XXI estatelou-se nos campeonatos distritais da AF Portalegre e em 2014 e depois em 2018 extinguiu o futebol sénior.
 
Vale por isso a pena conferir os dez jogadores com mais jogos pelo O Elvas na II Divisão B.
 
 

10. João Carlos (59 jogos)

João Carlos
Médio com quase toda a formação feita no O Elvas, transitou para a equipa principal em 1989-90, contribuindo para o apuramento para a edição inaugural da II Liga.
Após uma temporada a jogar no segundo escalão, numa fase em que ainda era pouco utilizado, ganhou espaço após a descida à II Divisão B, patamar em que em 1991-92 disputou 30 jogos (26 a titular) no campeonato.
Na época que se seguiu representou o Mirense, mas em 1993-94 regressou ao Campo Patalino para participar em 29 partidas (27 a titular) e marcar um golo ao Sintrense, ajudando a formação alentejana a obter um honroso 5.º lugar na Zona Sul.
Entretanto transferiu-se para o Marinhense e passou por clubes como União de Coimbra, Ovarense, Olhanense, Académico Viseu e Estrela Portalegre antes de voltar a jogar de azul e ouro em 2003-04, na III Divisão, tendo encerrado a carreira em seguida.
O seu filho, o ponta de lança João Carlos Lopes, joga presentemente na equipa principal do emblema elvense.
 
 

9. Lucas (61 jogos)

Lucas Demétrio
Extremo natural de Elvas, iniciou a formação no Elvenses, mas concluiu-a no O Elvas, tendo transitado para a equipa principal em 1993-94, época em que disputou um jogo na II Divisão B, tendo atuado na última meia hora numa receção ao Olivais e Moscavide na derradeira jornada.
Na temporada seguinte foi utilizado em 17 partidas (11 a titular) e marcou um golo ao Casa Pia, insuficiente para evitar a descida à III Divisão.
Em 1995-96 representou o Proença-a-Nova, mas na época que se seguiu voltou ao Campo Patalino para contribuir para a subida à II Divisão B, patamar em que amealhou um total de 43 encontros (32 a titular) e um golo entre 1997 e 1999, voltando a não conseguir impedir a despromoção.
Após nova descida de divisão transferiu-se para a Sanjoanense, tendo ainda passado por clubes como Olhanense e Imortal antes de voltar ao O Elvas em 2005-06 para jogar na III Divisão.
 
 

8. Beto Vidigal (63 jogos)

Beto Vidigal
O “mestre”. Ao contrário da esmagadora maioria dos elementos que compõem esta lista, o médio Beto Vidigal jogou com a camisola do O Elvas na I Divisão no final dos anos 1980, na última passagem do emblema alentejano pelo primeiro escalão.
Irmão mais velho de Luís, Lito, Toni e Jorge Vidigal e pai de André Vidigal, nasceu em Angola, mas veio para Portugal a meio da década de 1970 e entrou para o clube ainda nas camadas jovens, estreou-se pela equipa principal em 1983 e fez parte de um trajeto que haveria de culminar com a promoção ao patamar maior do futebol nacional em 1986.
Seguiram-se dois anos na I Divisão, mas após a despromoção deixou a casa-mãe, passando por Louletano e União de Leiria até voltar ao clube da cidade raiana em 1993-94, na II Divisão B, temporada em que disputou 28 jogos no campeonato (todos na condição de titular) e apontou cinco golos, diante de Oriental, Juventude Évora, Olhanense, Atlético e Montijo, contribuindo assim para a obtenção de um honroso 5.º lugar.
Entretanto representou Naval e Vila Real antes de regressar novamente a casa no verão de 1996, aos 32 anos, para ajudar os elvenses a alcançarem a promoção à II Divisão B, patamar em que amealhou um total de 35 encontros (34 a titular) entre 1997 e 1999, voltando a não conseguir impedir a descida de divisão.
Beto Vidigal haveria de permanecer no clube até 2003 – à exceção da época 2000-01, quando fez uma pausa na carreira -, tendo contribuído para a conquista do título distrital em 2001-02.
Quando questionado sobre qual dos irmãos tinha mais talento para o futebol, Lito Vidigal sugeriu o nome de Beto, em entrevista à Tribuna Expresso: “Não sei, talvez o Beto, o mais velho. Era bom mesmo.”
A mesma opinião evidenciou Toni Vidigal em entrevista ao O Blog do David: “O Beto era o mais talentoso. Era craque. Nos tempos de hoje, estava no SportingBenfica ou FC Porto e jogava de caras. Era muito bom. Era tecnicamente bom, forte fisicamente, era tranquilo e inteligente, movimentava-se muito bem. Era impressionante, tinha tudo o que um jogador deve ter, e adaptava-se a qualquer posição. Por isso é que fez a carreira que fez.”
Após pendurar as botas foi treinador adjunto na equipa principal, tendo falecido a 19 de dezembro de 2019, aos 55 anos, vítima de cancro nos intestinos. “Hoje é um dia triste para a família azul e ouro, deixou-nos uma das figuras mais emblemáticas do nosso clube”, assinalou O Elvas no Facebook.
 
 

7. Luís Vidigal (79 jogos)

Luís Vidigal
O elemento mais mediático desta lista. Médio de características defensivas natural de Sá da Bandeira, em Angola, mas radicado em Elvas desde tenra idade, entrou para as camadas jovens do O Elvas enquanto infantil, em 1984-85, tendo transitado para a equipa principal em 1991-92.
“Chegou ao O Elvas um treinador que era do Estoril [Isidro Beato] e levou consigo uns dez jogadores do Estoril. Quando assim é, privilegia-se sempre o jogador de confiança, o do Estoril. Agora, eu nunca facilitei. Jogasse ou não, treinava sempre mais, mais, mais, no máximo. O gajo [treinador] tinha de ir para casa a dizer ‘é uma injustiça, o Luís tem que jogar’”, contou ao Observador.
Em três temporadas nos seniores elvenses amealhou um total de 79 partidas (75 a titular) e três golos na II Divisão B. Pelo meio, o treinador Carlos Cardoso tornou-o capitão de equipa. “Não me lembro bem se foram semanas ou meses, sei que fui nomeado capitão de equipa aos 18 anos de idade. E em dezembro, o Carlos Cardoso insistiu junto do O Elvas para que renovasse o contrato comigo”, recordou.
No verão de 1994, valorizado após ter ajudado a equipa a alcançar um honroso 5.º lugar no campeonato da Zona Sul, deu o salto para o Estoril a convite de Carlos Manuel. “Por acaso, fiz uma ligeira fratura na tíbia e estava no hospital durante a conversa entre o Carlos Manuel e o meu irmão Toni. Mas soube que o Carlos nos queria no Estoril e o meu irmão, naquela coisa de menino e da educação, disse-lhe ‘epá, isso tem que tratar com os meus pais’ [risos]. E o Carlos não se ficou e perguntou-lhe onde estavam os pais. O Toni indicou e lá foi o Carlos falar com eles. Na altura, o meu pai estava um pouco doente e ele falou com a minha mãe. Por essa hora, já eu estava metido ao barulho e lembro-me perfeitamente da minha mãe perguntar-me se queria ir”, acrescentou.
No ano seguinte chegou ao Sporting e em fevereiro de 2000 tornou-se internacional AA por Portugal.
 
 

6. Toni Vidigal (82 jogos)

Toni Vidigal
Como não há duas sem três, há mais um dos irmãos Vidigal na lista. Extremo de baixa estatura com toda a formação feita no O Elvas, transitou para a equipa principal em 1991-92, tendo feito a estreia aos 16 anos, 11 meses e 15 dias, numa visita ao Alverca.
“Comecei na formação do O Elvas, fiz todos os escalões. No segundo ano de juvenil e primeiro de júnior fui chamado à seleção portuguesa de sub-16 e fiz mais um aninho de juniores e comecei logo a jogar nos seniores do clube, na altura a jogar na II Divisão. Assinei contrato profissional e fiz uma época nos seniores”, recordou ao O Blog do David em março de 2021.
No espaço de três temporadas, amealhou um total de 82 partidas (81 a titular) e quatro golos pelos elvenses na II Divisão B, valorizou-se e no verão de 1994 deu o salto para o Estoril… por empréstimo. “Falaram de mim ao treinador, que era o Carlos Manuel, e ele veio ver-me num jogo com o Sintrense num domingo. Depois do jogo ele veio ter comigo, juntamente com um diretor, e eu disse ‘claro que sim’, mas que tinham de falar primeiro com a minha mãe. Meteram-me super à vontade e disseram que já tinham falado com O Elvas e que iam a casa dos meus pais falar com eles”, contou.
Depois de também ter estado cedido ao Vitória de Setúbal em 1995-96, foi contratado a título definitivo pelo Sporting, clube em que nunca chegou a jogar oficialmente.
Depois de vários anos nas ligas profissionais, voltou ao O Elvas em 2006 para jogar três temporadas na III Divisão.
 
 
 

5. Nuno Brás Silva (92 jogos)

Nuno Brás Silva
Extremo elvense formado no O Elvas, transitou para a equipa principal em 1992, tendo feito a estreia pela mesma pouco tempo após comemorar o 18.º aniversário.
Nas primeiras temporadas como sénior atuou na II Divisão B, tendo amealhado nesse período 79 partidas (63 a titular) e sete golos no campeonato, tendo contribuído para a obtenção do honroso 5.º lugar em 1993-95. Por outro lado, na época que se seguiu mostrou-se impotente para evitar a descida à III Divisão.
Após um ano a jogar na III Divisão, deu o salto para o Estrela da Amadora, então orientado por Fernando Santos.
Depois de também ter passado pelo Portimonense, regresso ao Campo Patalino em 1998-99 para atuar em 13 partidas (uma a titular) na II Divisão B, numa campanha em que se mostrou uma vez mais impotente para evitar a despromoção.
A seguir à descida à III Divisão fez uma pausa na carreira, tendo voltado a jogar em 2001-02 com a camisola do Elvenses.  
 
 

4. Piçarra (97 jogos)

Piçarra
Lateral direito com toda a formação feita no O Elvas, foi um dos vários ex-juniores que transitaram para a equipa principal em 1991-92, tendo feito a estreia pela mesma aos 18 anos e nove meses.
Foi apenas o início de cinco temporadas com a camisola azul e ouro. Nas primeiras quatro amealhou um total de 97 encontros (95 a titular) na II Divisão B, tendo contribuído para a obtenção do 5.º lugar na Zona Sul em 1993-94.
Na época que se seguiu mostrou-se impotente para evitar a descida à III Divisão, patamar em que competiu durante um ano antes de se transferir para a Ovarense no verão de 1996.
 
 

3. Juanito (111 jogos)

Juanito
Médio ofensivo de qualidade técnica natural de Baleizão, no concelho de Beja, ingressou no O Elvas no seu primeiro ano de sénior, em 1986-87, depois de ter concluído a formação no Desp. Beja. “O Sr. Lemos (diretor do Desp. Beja) conversou com o José António, que jogava no clube, sobre a hipótese de ir treinar ao O Elvas. E assim foi, agradei ao treinador da altura, Carlos Cardoso, e nesse ano fiz um contrato profissional, tinha o clube subido à I Divisão. Foi o concretizar do meu sonho de miúdo, ser jogador de futebol”, contou à página Velha Guarda da Bola.
Nos dois primeiros anos na cidade raiana competiu na I Divisão, os dois seguintes na II Divisão e o quinto na edição inaugural da II Liga.
Em 1991 transferiu-se para o Louletano e no ano que se seguiu para o Campomaiorense, tendo voltado aos elvenses no verão de 1993. Nas duas primeiras temporadas após o regresso amealhou um total de 53 partidas (47 a titular) e três golos na II Divisão B, tendo contribuído para a obtenção do honroso 5.º lugar na Zona Sul em 1993-94.
Na época seguinte mostrou impotente para impedir a descida à III Divisão, mas em 1997 ajudou a recolocar O Elvas na II B, patamar em que totalizou 58 encontros (55 a titular) e três remates certeiros em dois anos, voltando a não conseguir evitar a despromoção em 1999.
Após a descida de divisão permaneceu no clube por mais duas épocas, rumando em 2001 ao Avisenses.
Depois de encerrar a carreira de futebolista iniciou a de treinador, tendo orientado várias equipas do O Elvas entre 2006 e 2015. “O Elvas é o clube do meu coração. Foi lá que me iniciei, aos 18 anos, e cresci enquanto homem. Foram 13 anos com aquele emblema ao peito, com bons e maus momentos”, concluiu.
 
 
 

2. Kikas (114 jogos)

Kikas
Lateral esquerdo elvense formado maioritariamente no O Elvas, transitou para a equipa principal no início de 1992 e por lá ficou até ao fim da carreira, no começo de 1999.
Depois de 75 partidas (72 a titular) na II Divisão B entre 1992 e 1995, contribuiu para a obtenção do honroso 5.º lugar na Zona Sul em 1993-94, mas mostrou-se impotente para evitar a descida à III Divisão na época seguinte.
Em 1997 ajudou a recolocar os raianos na II B, patamar competitivo em que amealhou 39 encontros (35 a titular) até pendurar as botas.
 
 

1. Sardinha (131 jogos)

Sardinha
Guarda-redes natural de São Manços, concelho de Évora, dividiu a formação entre Eléctrico e Lusitano Évora, tendo representado os eborenses, o Académico Viseu, o Penafiel e o Freamunde enquanto sénior antes de ingressar no O Elvas no verão de 1991.
Na primeira passagem pelo emblema raiano amealhou 102 encontros (todos a titular) e 111 golos sofridos na II Divisão, contribuindo para a obtenção do honroso 5.º lugar da Zona Sul em 1993-94.
No entanto, a meio da época seguinte transferiu-se para o vizinho Campomaiorense, então na II Liga, numa altura em que os elvenses ocupavam a última posição e pareciam estar condenados à descida à III Divisão, algo que veio mesmo a acontecer.
Após ano e meio sem jogar em Campo Maior e uma passagem pelo União de Montemor, regresso ao O Elvas no verão de 1996 para ajudar a equipa a alcançar a subida à II B, patamar em que disputou 29 jogos (todos a titular) e sofreu 34 golos, desta vez na Zona Centro, em 1997-98.
No verão de 1998 transferiu-se para o Desp. Beja.









 



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