Dez jogadores marcantes na história recente do Fafe |
Fundado a 28 de junho de 1958,
a Associação
Desportiva de Fafe nasceu da fusão de dois clubes do concelho, o
Sporting Clube de Fafe e
Futebol Clube de Fafe.
Após ter passado até ao início da
década de 1970 entre a III Divisão Nacional e a I Distrital da AF
Braga, o emblema minhoto estabeleceu-se
na II Divisão – Zona Norte e, ao cabo de duas décadas, conseguiu uma inédia
promoção à I
Divisão em 1988.
Em 1987-88 o Fafe,
orientado por José Rachão, beneficiou da regra que nessa temporada permitia a
promoção dos dois primeiros classificados de cada uma das três zonas da II
Divisão e da punição administrativa aplicada ao Famalicão,
que alegadamente teria aliciado o Macedo de Cavaleiros, para ser promovido
ao patamar
maior do futebol português.
Seguiu-se uma época na I
Divisão. Se os justiceiros beneficiaram
dos regulamentos para subir, foram prejudicados pelos mesmos na única
participação entre a elite nacional,
uma vez que desciam cinco equipas e o Fafe terminou
o campeonato precisamente
como a primeira equipa abaixo da chamada linha de água. Antes já tinha tido
protagonismo na Taça
de Portugal ao chegar às meias-finais em 1976-77 e 1978-79.
Desde então que os fafenses têm
andado pelas divisões secundárias do futebol português. Em 2016-17 participou
na II
Liga, mas não foi além de um 20.º lugar (em 22 equipas) que resultou na
despromoção ao Campeonato
de Portugal. Presentemente compete na Liga 3.
10. Ricardo Fernandes (65 jogos)
Ricardo Fernandes |
Defesa central natural da
freguesia vimaranense de Azurém, foi formado no Vitória
de Guimarães, mas não encontrou espaço na equipa principal e por isso foi
ganhar rodagem para o Fafe
entre 1997 e 1999, tendo contribuído para a promoção à II Divisão B em 1997-98.
Entretanto deu o salto para a I
Liga, tendo representado Salgueiros,
Moreirense,
Nacional
e os romenos do Rapid Bucareste antes de regressar aos justiceiros
no verão de 2013, numa altura em que já tinha 35 anos.
Em três épocas nesta segunda
passagem pelo emblema
fafense amealhou 65 partidas (53 a titular) e dois golos no Campeonato
de Portugal, tendo contribuído para a subida à II
Liga em 2015-16.
“Sempre disse que queria terminar
aqui no Fafe.
Foi neste clube que comecei a minha carreira de sénior e onde desejo encerrar a
mesma. Felizmente, tive um bom percurso enquanto jogador e estou no sítio onde
quero e sempre quis estar. Aqui sempre foi normal os jogadores e treinadores
ficarem muito tempo. Sinceramente, acho bom e o clube beneficia diretamente com
isso. Existe uma boa identidade e os resultados estão à vista”, afirmou ao
jornal Record
em março de 2015.
Consumada a promoção, mudou-se
para o União Torcatense.
9. Ofori (71 jogos)
Richard Ofori |
Lateral esquerdo internacional
sub-20 ganês que teve passagens pelos belgas do Charleroi e Lierse e pelos
alemães do Kaiserslautern, passou por Académica,
Beira-Mar
e Sp.
Covilhã antes de ingressar no Fafe
no verão de 2017.
Em três épocas ao serviço dos justiceiros
totalizou 71 partidas (70 a titular) e três golos no Campeonato
de Portugal, tendo contribuído para o apuramento para a fase de promoção à II
Liga em 2018-19.
8. Nei (77 jogos)
Nei |
Avançado móvel brasileiro que
representou clubes modestos do seu país e os uruguaios do Danubio, entrou no
futebol português precisamente pela porta do Fafe
no verão de 2017.
Nessa primeira passagem pelos justiceiros,
de apenas uma época, atuou em 28 jogos (16 a titular) no Campeonato
de Portugal e apontou seis golos, diante de Bragança,
Mondinense,
Juventude Pedras Salgadas, União Torcatense (dois) e Câmara de Lobos.
Em 2018-19 representou o São
Martinho, mas depois regressou ao Fafe
para somar mais 49 encontros (38 a titular) e quatro remates certeiros no
anteriormente denominado Campeonato
Nacional de Seniores entre 2019 e 2021, ajudando os fafenses
a apurarem-se para a Liga 3 e atingirem os oitavos de final da Taça
de Portugal em 2020-21.
No início de 2022, após meio ano
a representar o Fafe
na Liga 3, transferiu-se para o Pevidém.
7. Landinho (79 jogos)
Landinho |
Médio natural de Amarante e que
passou pela formação do Boavista,
representou Amarante, Portimonense e Felgueiras enquanto
sénior antes de reforçar o Fafe no
verão de 2015.
Na primeira época nos justiceiros
atuou em 30 partidas (todas como titular) no Campeonato
de Portugal e apontou dois golos, o primeiro diante do Varzim
B na fase regular e o segundo frente ao Casa
Pia no playoff que valeu a promoção à II
Liga. “Não me sinto herói, o herói fomos todos nós porque trabalhámos para
isto. Eu só empurrei a bola para dentro das redes. O Fafe
já merecia isto há muito tempo”, afirmou ao Maisfutebol
na altura.
Em 2016-17 mostrou-se impotente
para evitar a despromoção ao anteriormente denominado Campeonato
Nacional de Seniores e no final dessa época transferiu-se para o Bragança.
Em dezembro de 2017 voltou ao
emblema minhoto para somar mais 49 jogos (47 a titular) e sete remates
certeiros no Campeonato
de Portugal ao longo de ano e meio, tendo contribuído para o apuramento
para a fase de promoção à II
Liga em 2018-19.
Em 2019 deixou o Fafe e
rumou ao Vizela,
mas voltou uma vez mais aos justiceiros
em 2021-22 para competir na Liga 3.
6. Vasco Cruz (81 jogos)
Entre 2013 e 2016 amealhou 77
encontros (68 a titular) e dois golos no Campeonato
de Portugal, tendo contribuído para a promoção à II
Liga em 2015-16 e, consequentemente, cumprido a promessa, tal como João
Nogueira, de percorrer 40 quilómetros a pé ao São Bentinho da Porta Aberta, um
local emblemático para muitos peregrinos em Terras de Bouro, em caso de subida
de divisão.
Em 2016-17 mostrou-se impotente
para impedir a descida de divisão ao anteriormente denominado Campeonato
Nacional de Seniores.
Após a despromoção transferiu-se
para o Varzim,
mas depois de uma passagem pelo Merelinense
voltou a estar vinculado aos justiceiros em
2018-19, época em que não foi além de quatro partidas (todas como titular)
no Campeonato
de Portugal, ajudando o emblema
fafense a atingir a fase de subida à II
Liga.
No verão de 2019 transferiu-se
para o São Martinho.
5. Xavi (93 jogos)
Xavi |
Defesa central natural de Fafe e
formado maioritariamente na Associação
Desportiva de Fafe, mudou-se para o Pica quando transitou para o futebol
sénior, mas regressou aos justiceiros
no verão de 2004 e por lá permaneceu durante 13 anos.
Ao longo desse período viveu uma
descida à III Divisão Nacional em 2007-08, uma subida à II Divisão B em
2009-10, uma promoção à II
Liga em 2015-16 e uma despromoção ao Campeonato
de Portugal em 2016-17.
No que concerne ao anteriormente
denominado Campeonato
Nacional de Seniores, totalizou 93 partidas (92 a titular) e seis remates
certeiros entre 2013 e 2016, despedindo-se do clube e da carreira de
futebolista em 2017, aos 34 anos.
4. Silvestre (94 jogos)
Silvestre |
Médio canhoto natural de Brito,
concelho de Guimarães, despontou nos Caçadores das Taipas e passou por União
de Leiria, Tourizense, Pampilhosa
e Moreirense
antes de vestir a camisola do Fafe
pela primeira vez entre 2009 e 2011, tendo contribuído para a promoção à II
Divisão B em 2009-10.
Em 2011-12 representou a União da
Madeira, mas na temporada que se seguiu regressou ao emblema
fafense.
Entre 2013 e 2016 somou 94
partidas (92 a titular) e 21 golos no Campeonato
de Portugal, tendo ajudado os justiceiros
a alcançar a promoção à II
Liga em 2015-16.
Em 2016-17 mostrou-se impotente
para impedir a descida de divisão ao anteriormente denominado Campeonato
Nacional de Seniores e logo a seguir transferiu-se para o Brito, numa
altura em que já tinha 33 anos.
3. João Nogueira (95 jogos)
João Nogueira |
Médio ofensivo natural de Fafe e
formado na Associação
Desportiva de Fafe, esteve emprestado ao Arões
na primeira época de sénior, em 2005-06, mas depois voltou aos justiceiros
para se estabelecer na equipa principal durante onze anos.
Ao longo desse período viveu uma
descida à III Divisão Nacional em 2007-08, uma subida à II Divisão B em
2009-10, uma promoção à II
Liga em 2015-16 e uma despromoção ao Campeonato
de Portugal em 2016-17.
No que concerne ao anteriormente
denominado Campeonato
Nacional de Seniores, amealhou 95 partidas (94 a titular) e oito golos
entre 2013 e 2016. Quando subiu à II
Liga, cumpriu a promessa, tal como Vasco Cruz, de percorrer 40 quilómetros
a pé ao São Bentinho da Porta Aberta, um local emblemático para muitos
peregrinos em Terras de Bouro.
No verão de 2017 transferiu-se
para o Juventude de Pedras Salgadas, após não ter sido convidado a renovar. “É
com as lágrimas no rosto que escrevo este texto, mas tenho valores que os meus
pais me passaram, dos quais não abdico por nada deste mundo… Mais uma vez
esperei pelo Fafe
até ao limite, nunca falei com outros clubes sem falar primeiro com quem
dirigia o meu clube, mas não posso continuar à espera do que não vai chegar.
Abdiquei de muitos direitos para jogar no Fafe.
Engoli sapos, defendi na praça pública decisões indefensáveis daqueles que
gerem o clube. Ao contrário do que fizeram comigo, nunca os difamei em
restaurantes, cafés, etc. Falam em limpeza de balneário como se os que estavam
cá há mais anos fossem o ‘lixo’ do clube. Esse ‘lixo’ abdicou de muitos
direitos para jogar no Fafe,
fez por manter o grupo unido quando quem dirige o clube só o dividia e nem
sequer fez greve uma única vez mesmo com meses de salário em atraso! Talvez por
ser assim, direto, frontal e defensor dos meus colegas, tenha saído
prejudicado. Estou de rastos e lamento profundamente ter que sair desta forma.
Com uma descida de divisão com um plantel que tinha tudo para ficar numa zona
tranquila da tabela. Sem uma palavra de agradecimento ou, no mínimo, a
frontalidade que se exigia de me dispensarem para poder seguir a minha vida
profissional. Pelo Fafe
sempre, com o Fafe
eternamente!”, escreveu no Facebook aquando da despedida.
No entanto, regressou ao Fafe
em 2021-22 para competir na Liga 3, depois de passagens por Sp.
Covilhã, Limianos,
Bragança
e Brito.
2. André (97 jogos)
André |
Defesa central/médio defensivo
internacional jovem português, sagrou-se campeão europeu de sub-16 em 2000 ao
lado de Bruno Vale, Raul Meireles, Hugo Viana, Custódio e Quaresma.
Produto da formação do Sp.
Braga, chegou a ser convocado por Jesualdo Ferreira para a equipa principal
dos bracarenses,
mas acabou por não ir a jogo.
Sem espaço na Pedreira,
passou dois anos no Maria
da Fonte antes de iniciar, no verão de 2008, uma aventura de nove anos
no Fafe.
Depois de subir à II Divisão B em 2010, totalizou 97 encontros (todos como
titular) e dois golos no Campeonato
de Portugal entre 2013 e 2016, tendo contribuído para a promoção à II
Liga em 2015-16.
No verão de 2017, após a estreia
nas ligas profissionais aos 33 anos e a descida de divisão ao anteriormente
denominado Campeonato
Nacional de Seniores, transferiu-se para o Juventude de Pedras Salgadas.
1. Ferrinho (187 jogos)
Ferrinho |
Extremo canhoto natural de Fafe,
passou por Fornelos e Atei antes de ingressar na Associação
Desportiva de Fafe no verão de 2018, tendo iniciado aí um percurso de 14
anos no principal clube da terra.
Depois de vivenciar uma subida à
II Divisão B em 2009-10, somou 90 encontros (86 a titular) e 14 golos no Campeonato
de Portugal entre 2013 e 2016, tendo contribuído para a promoção à II
Liga em 2015-16.
Em 2016-17 fez a estreia nas
ligas profissionais, aos 30 anos, mas mostrou-se impotente para impedir a
despromoção ao anteriormente denominado Campeonato
Nacional de Seniores.
Nas quatro temporadas que se
seguiram amealhou mais 97 partidas (49 a titular) e cinco remates certeiros no Campeonato
de Portugal, ajudando os justiceiros
a alcançar a fase de promoção à II
Liga em 2018-19 e a conseguir o apuramento para a edição inaugural da Liga
3 e a atingir os oitavos de final da Taça
de Portugal em 2020-21.
“O Fafe
acolheu-me bem, é um clube respeitador e tenho um orgulho enorme em representar
este clube. Nunca me faltou com nada, vai ficar para toda a vida”, afirmou ao jornal
O
Jogo em outubro de 2021. “Muito sinceramente, sinto-me como um rei de
Fafe. Já dei muito a este clube e vou continuar a dar. Sinto muito esta
camisola, dou tudo de mim em campo e este é, sem dúvida, o meu grande amor.
Esta é a pura realidade”, acrescentou.
No verão de 2022, após uma época
a competir ao serviço dos fafenses
na Liga 3, mudou-se para o Arões.
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